Na Síria

Israel admite vitória militar de Assad e manutenção do regime

Governo sírio toma províncias meridionais, e sua aliada Rússia já se instala nas Colinas de Golã; Israel promete não intervir no conflito

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29
Forças sírias erguem bandeiras em Quneitra após retomada de território nas Colinas de Golã
Forças sírias erguem bandeiras em Quneitra após retomada de território nas Colinas de Golã (Guerra na Síria)

JERUSALÉM E DAMASCO - Com as recentes vitórias do regime de Bashar al-Assad na Síria, que o colocam virtualmente como vitorioso na guerra civil que há mais de sete anos assola o país, o vizinho Israel já admite a manutenção do presidente sírio no poder e não pretende intervir no conflito.

"Na Síria, do nosso ponto de vista, a situação volta a ser a que prevalecia antes da guerra civil (2011). Ou seja, que está claro a quem se dirigir, há alguém que é responsável e há um poder central", afirmou o ministro israelense da Defesa, Avigdor Lieberman, durante uma visita a instalações de defesa antiaérea no Norte de Israel.

Para Lieberman, há vantagens na vitória de Assad. " Não nos misturamos, nem intervimos nos assuntos internos da Síria, com a condição de que se respeitem três pontos importantes para nós", insistiu ele, mencionando "respeito dos acordos de separação de 1974" que estabelecem uma zona desmilitarizada nas Colinas de Golã, em grande parte ocupados por Israel e agora liberados de rebeldes na porção síria. A ONU e a Síria consideram ilegal a ocupação israelense.

Controle de províncias

Depois de semanas de bombardeio intenso da Rússia, o governo sírio retomou o controle das três províncias meridionais do país, Deraa, Quneitra e Sueida, e também da fronteira com a Jordânia, anunciou ontem o Exército da Rússia, que apoia as Forças Armadas da Síria. Os últimos combates foram com grupos jihadistas ligados ao Estado Islâmico.

A liberação das áreas, inclusive de planícies férteis ao longo do Rio Yarmouk, propiciou uma grande mudança no quadro anterior ao conflito iniciado em 2011, com a polícia militar russa começando a se mobilizar na parte de Golã sob controle sírio e planeja montar oito postos de observação na área, informou o Ministério da Defesa em Moscou.

"Estão criadas as condições para que as forças de manutenção da paz da ONU nas Colinas de Golã retomem suas atividades", declarou em Moscou o general Serguei Rudskoi, do Estado-Maior russo.

Lieberman reiterou, por sua vez, que "o território sírio não deve ser usado como posto avançado iraniano contra o Estado de Israel", nem servir de lugar de trânsito para as "armas destinadas ao Hezbollah no Líbano".

Insurgentes morrem

Ontem, Israel e Jordânia comunicaram ainda que suas forças mataram insurgentes do Estado Islâmico que se aproximaram de suas fronteiras depois de serem expulsos do Sudoeste da Síria pelo Exército. Israel afirmou ter matado ao menos sete jihadistas, utilizando ataques aéreos. Já militares da Jordânia disseram ter confrontado combatentes do mesmo grupo, o chamado Exército Khaled Bin Walid, durante 24 horas entre terça e quarta-feira, 1º matando um número não especificado deles.

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