Conflito

Síria: 2018 foi o ano menos letal desde o início da guerra

Segundo Observatório Sírio para os Direitos Humanos, do total de mortos quase 1.500 foram crianças; em 2017, foram 33 mil vítimas fatais; o conflito deixou mais de 360 mil mortos desde 2011 e forçou milhares de sírios a se exilarem

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Soldados turcos em área na fronteira da Síria: conflito no país começou em março de 2011
Soldados turcos em área na fronteira da Síria: conflito no país começou em março de 2011 (Reuters)

Legenda/Reuters

Soldados turcos em área na fronteira da Síria: conflito no país começou em março de 2011

DAMASCO - O ano de 2018 foi o menos letal na Síria desde o início da guerra no país, em março de 2011, anunciou nesta segunda-feira o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH). Ao todo, quase 20 mil mortes nos últimos 12 meses. O conflito deixou mais de 360 mil mortos desde 2011 e forçou milhares de sírios a se exilarem.

"Em 2018, registramos o menor número anual de mortes desde o início da guerra", disse o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman. Segundo ele, foram registradas precisamente 19.666 mortes, das quais 6.349 foram de civis, sendo 1.437 são crianças. O ano de 2018 foi também o ano em que o presidente Bashar al-Assad reconquistou vários territórios de jihadistas e rebeldes, graças ao apoio militar de seus dois aliados incondicionais, Irã e Rússia. Hoje, eles controlam cerca de dois terços da Síria, de acordo com o OSDH.

O conflito sírio deixou mais de 33 mil mortos em 2017, lembrou o Observatório, enquanto 2014 continua sendo o mais letal, com mais de 76 mil mortos.

O conflito começou em março de 2011, quando o regime reprimiu uma série de manifestações pacíficas exigindo reformas democráticas, em meio ao movimento social da Primavera Árabe. Os oponentes do presidente Bashar al-Assad pegaram em armas. Mas a guerra ganhou um escopo mais complexo ao longo dos anos, quando potências estrangeiras e grupos jihadistas se envolveram no território profundamente fragmentado.

No último dia 19, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a retirada dos 2 mil militares americanos da Síria . Em post no Twitter, afirmou que o Estado Islâmico foi derrotado e que, por isso, as tropas americanas não têm mais o que fazer lá. "Nós derrotamos o EI na Síria, minha única razão para estar lá durante a Presidência Trump", escreveu.

De acordo com fontes no governo americano, a saída das tropas americanas seria acompanhada pela suspensão dos bombardeios contra o Estado Islâmico. A campanha antiaérea americana já despejou mais de cem mil bombas e misséis sobre alvos no Iraque e na Síria desde 2015.

Parte dos 2 mil soldados dos Estados Unidos já começaram a voltar para casa. Em seguida, forças curdas alertaram que a medida pode levar o grupo extremista a reconstruir sua força na região.

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