Violência

Atentados suicidas deixam ao menos 150 mortos na Síria

EI realizou um dos ataques mais mortíferos em meses no país; homens-bomba se explodiram no mercado local e em outros bairros

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29
Série de ataques suicidas destruiu casas em Sueida, controlada pelo regime de Bashar al-Assad
Série de ataques suicidas destruiu casas em Sueida, controlada pelo regime de Bashar al-Assad (Atentados na Síria)

DAMASCO - Ao menos 150 pessoas morreram ontem em uma série de atentados suicidas do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) na província de Sueida, na Síria, controlada pelo regime do presidente Bashar al-Assad, indicou a ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH). Além dos mortos, mais de 78 pessoas ficaram feridas.

" Três suicidas detonaram seus cinturões explosivos na cidade de Sueida", indicou à AFP o diretor da OSDH, Rami Abdel Rahman. Entre os mortos, há 62 civis e mais de 70 soldados do regime, segundo o Observatório.

Outros terroristas suicidas realizaram ataques em povoados do nordeste da província de Sueida, invadindo casas e matando seus moradores. Trata-se de um dos ataques mais mortíferos em meses do EI na Síria, onde a organização extremista sofreu várias derrotas e agora só controla alguns setores, cerca de 3% do território.

Na cidade, os homens-bomba se explodiram no mercado local e em outros bairros. Segundo a agência estatal síria Sana, outros dois militantes do EI foram mortos antes que conseguissem detonar suas bombas. Outro terrorista foi preso. O governador da província, Amer al-Eshi, assegurou na TV que a cidade estava calma novamente após os atentados.

O EI foi expulso de quase todos os territórios que ocupava na Síria no ano passado, em diferentes ofensivas, tanto por parte das forças apoiadas pela Rússia quanto por milícias curdas apoiada pelos Estados Unidos.

Desde então, o governo de Assad procura esmagar os enclaves remanescentes do EI no país, perto de Damasco e Homs, e varreu os rebeldes do sudoeste.

Jihadistas

Segundo o Observatório Sírio para Direitos Humanos, forças governistas vêm lutando contra os jihadistas que invadiram a cidade de Sueida. Eles ocupam uma posição a nordeste da cidade.

A força aérea síria bombardeou esses esconderijos do EI depois que soldados evitaram que militantes do movimento se infiltrassem nas vilas de Douma, Tima e al-Matouna.

De acordo com a agência Sana, os atentados do EI tentam diminuir a pressão militar do Exército sírio contra os últimos jihadistas na província de Deraa.

Como informou na terça-feira o general François Parisot, comandante das forças francesas na coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos contra grupos jihadistas, os combates contra o EI em Deir Ezzor, um de seus últimos redutos no norte da Síria, ainda vão durar dois, ou três meses.

Mais de 350 mil pessoas morreram desde o início do conflito na Síria em 2011, uma guerra que se intensificou com o envolvimento de países estrangeiros e de grupos jihadistas.

No Paquistão

Um atentado suicida deixou 31 mortos e pelo menos 70 feridos ontem,25, no Paquistão, no dia em que as zonas eleitorais do país se abriram para tensas e imprevisíveis eleições legislativas

O atentado ocorreu na cidade de Quetta, na províncida do Baluquistão, com a explosão de um homem-bomba na entrada de uma seção eleitoral. A polícia tentou impedir o homem de entrar no local e ele detonou a bomba. Entre os mortos há três policiais e quatro crianças, segundo fontes oficiais.

O grupo extremista Estado Islâmico (EI) assumiu a autoria do ataque, que aumenta ainda mais a a tensão eleitoral, após uma campanha repleta de atentados e acusações de ingerência do Exército.

Pelo menos 371 mil policiais e forças militares se encontravam posicionados nos colégios eleitorais de todo país, diante do temor de novos ataques. Durante a campanha, morreram mais de 180 pessoas em vários atentados, incluindo três candidatos.

Além do atentado em Qetta, outro policial morreu, vítima de uma granada em um colégio eleitoral do distrito de Khuzdar, no Baluquistão. Um militante do partido do candiato Imran Khan (PTI) morreu, e outros três ficaram feridos em um tiroteio com simpatizantes de seu oponente eleitoral, o ANP, informou a Polícia.

Cerca de 106 milhões de eleitores são esperados para comparecerem às urnas (a população do país é de 207 milhões) para eleger seus deputados para os próximos cinco anos. O partido vencedor será chamado a formar o novo governo federal.

Esta eleição não é apenas a segunda transição democrática de um governo civil para outro num país cuja história está marcada pelos golpes de Estado militares e pelos assassinatos de políticos. Também é considerada a "eleição mais suja", devido às acusações de conchavos por parte das Forças Armadas, que podem ter beneficiado Khan.

As mais de 85 mil seções eleitorais abriram suas portas às 3h GMT (0h00 em Brasília) e fecham às 13h GMT (10h em Brasília). Os primeiros resultados deveriam começar a ser divulgados ontem à noite.

A primeira pessoa a entrar em um dos postos eleitorais da cidade de Lahore (leste) foi a empresária Maryum Arif, que disse à AFP que votaria no PML-N por ter "servido ao Paquistão".

Pouco depois chegou Shahbaz Sharif, que pediu aos paquistaneses que "saiam de suas casas (...) e mudem o destino do Paquistão", antes de depositar seu próprio voto.

Campanha difícil

Khan fez campanha com a promessa de construir um "Novo Paquistão" e se comprometeu a erradicar a corrupção, cuidar do meio ambiente e construir um "estado islâmico de bem-estar".

Sua campanha foi ofuscada pelas acusações de que teria o apoio das poderosas instituições de segurança do país. Veículos de comunicação e ativistas denunciam um "golpe silencioso" dos generais.

Os militares rejeitaram as acusações, garantindo não terem um "papel direto" na eleição.

As autoridades eleitorais concederam amplos poderes aos oficiais militares dentro dos colégios eleitorais, o que aumentou os temores sobre uma possível manipulação.

Já Sharif acusa as Forças Armadas e a Justiça de terem feito todo o possível para prejudicar seu partido.

Mais de 19 milhões de novos eleitores, entre eles jovens e mulheres, podem ser decisivos nessa acirrada corrida eleitoral.


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