Eleições 2018

Carta de pastor demonstra disputa política eleitoral dentro da Assembleia de Deus

onflito passa pela indicação de membros da Convenção da Assembleia de Deus (Ceadema) que se manifestou a favor da candidatura de Flávio Dino a reeleição

Carla Lima

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30

As eleições de 2018 tem uma disputa “particular” que envolve membros da igreja Assembleia de Deus. Em carta divulgada, o pastor Anselmo Cardoso de Carvalho, critica o presidente da Convenção da Assembleia de Deus (Ceadema), Pedro Aldi Damasceno, diz que entidade vai de encontro com o que prega a bíblia ao apoiar Flávio Dino (PCdoB) por ser de um partido comunista.

Desde a divulgação de vídeo do governador Flávio Dino que citou os mais de 30 cargos de capelão criados para abrigar pastores da Assembleia de Deus, que um movimento interno da igreja vem se opondo as determinações de apoio ao comunista feita pelos principais membros da Assembleia de Deus.

Um dos primeiros foi o pastor Bel (PRTB), que foi rifado pelos principais membros do Assembleia de Deus para disputar o Senado. Bel confrontou a igreja e se colocou como pré-candidato a senador com o apoio do presidencial Jair Bolsonaro (PSL). Em carta, Bel disse que mantinha sua candidatura a senador mesmo contra o que o conselho da igreja determinava.

Após a posição do pastor Bel, outros membros da Assembleia de Deus começaram a se manifestar contra determinação da igreja de apoio a candidatura a reeleição de Flávio Dino.

Em carta aberta, a mais recente manifestação foi do pastor Anselmo Cardoso de Carvalho, que criticou atuação do presidente da Ceadema Pedro Aldi ao comunista fazendo referências históricas ao que foi o comunista para a denominação religiosa.

“O presidente da CEADEMA? Está mesmo apoiando politicamente um governador comunista, membro do Partido Comunista do Brasil – PCdoB? Sim, é verdade! Já pensávamos nisto. Só é mais um fracasso na vida espiritual dele”, criticou Anselmo Cardoso.

A carta de um dos membros da Assembleia de Deus demonstra a insatisfação de parte da denominação religiosa que se posicionou oficialmente em favor da candidatura a reeleição de Dino.

Esta insatisfação veio após documento assinado por membros da Assembleia de Deus – entre eles capelão nomeado por Dino para a Polícia Militar – mostrando posicionamento político a favor do grupo do governador comunista.

O capelão em questão, Walberto Magalhães Sales, nomeado este ano por Flávio Dino é o que integra o chamado “Conselho Político” da Assembleia de Deus. Na carta, são reiterados os nomes de pré-candidatos apoiados pela igreja para 2018 e dentre eles está a deputada Eliziane Gama (PPS) para o Senado.

O conflito interno demonstra a intensa disputa política dentro da Assembleia de Deus. Com mais de 1,3 milhão de fiéis, a denominação religiosa passou a ser assediada pelos políticos que buscam apoio para o pleito eleitoral deste ano.

E nenhum outro pré-candidato atuou mais neste seguimento que o governador Flávio Dino. Ele aumentou de 14 para mais de 50 a quantidade de capelães no sistema de Segurança do Estado. Segundo o governo, o aumento foi necessário porque houve aumento no número de servidores no sistema de segurança.

No entanto, em vídeo feito durante reunião da Assembleia de Deus, Dino deixa claro que um dos agraciados por vaga de capelão foi um pastor que trabalhou na campanha eleitoral de 2014 do comunista.

Além disto, o governador lembra que somente na gestão dele, um capelão foi nomeado para um cargo de oficial superior na Polícia Militar.

As nomeações de mais de 30 capelães para o sistema de segurança levou o PRP entra com representação na Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) para investigar o uso político eleitoral das nomeações a favor de Flávio Dino.

Por enquanto, a provocação do PRP ainda não obteve resposta do órgão de fiscalização.

Mais

O Maranhão possui o maior número de capelães dentre todos os estados do país. Enquanto nos outros estados o número máximo chega a 5 capelães, o Maranhão tem 50. O levantamento foi feito pela TV Mirante com base nas respostas de todos os estados brasileiros No 16 estados que responderam, Rio Grande do Norte, Alagoas e Minas Gerais responderam que possuem cinco capelães. O estado populoso do país, São Paulo, informou que não tem nenhum capelão nas polícias.

Dois líderes religiosos deixam governo de Dino

Nas últimas semanas, pelo menos, dois líderes religiosos pediram exoneração do governo Flávio Dino (PCdoB) após o escândalo denominado “Farra de Capelães”.

Na semana passada, quem deixou a capelania foi o padre Moisés Pereira Dias, da Igreja Nossa Senhora de Aparecida, de Imperatriz.

Antes dele, em maio, quem pediu para sair foi o pastor Venino Aragão de Souza, da Igreja Universal.

As exonerações foram motivadas por incompatibilidades políticas já que maior fatia dos cargos de confiança criados por Flávio Dino foram direcionados a membros da Assembleia de Deus.

Flávio Dino durante evento da Assembleia de Deus deixou claro, ainda em 2017, que as vagas criadas eram para os membros da igreja.

Falou a respeito até dos postos dentro da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros que chegaram a oficiais superiores o que antes não passava de capitão dentro das corporações.

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