Eleições 2018

Mesmo com desgaste do governo, Geraldo Alckmin admite busca de diálogo com Temer

Pré-candidato do PSDB a presidente também demonstra desejo de abrir conversas com o DEM e com o solidariedade, para uma aliança de centro-direita

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31
Geraldo Alckmin quer abrir diálogo com Michel Temer
Geraldo Alckmin quer abrir diálogo com Michel Temer (Alckmin)

Pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, o ex-governador Geraldo Alckmin confirmou que pretende agendar uma conversa com o presidente Michel Temer para estabelecer um canal de diálogo entre PSDB e MDB. Além disso, ele afirmou o desejo de manter conversas com DEM e Solidariedade, partidos que também lançaram pré-candidatos ao Planalto.

Lideranças do MDB já sinalizaram que o partido de Temer pode não ter uma candidatura própria. O presidente Michel Temer abriu um canal com o PSDB, o que gerou repercussão entre as pré-candidaturas de centro. Após admitir a possibilidade de apoiar um presidenciável de outro partido, no entanto, Temer declarou nesta quinta-feira, 10, que acha "muito difícil" haver uma candidatura única de centro ao Planalto.

Ao visitar a Apas Show, feira do setor supermercadista na capital paulista, o governador afirmou que procurou o MDB e outros partidos visando um diálogo além de coligação eleitoral. "É importante o diálogo, tenho conversado com quase todos os partidos", disse. O presidenciável disse que ainda vai marcar uma conversa com Temer. Anteriormente, perguntado se já havia agendado o encontro, o tucano desconversou. "Estou tentando marcar um encontro com a Lu (sua esposa) porque faz dois dias que não chego em casa."

O tucano disse que encontrou em um voo o deputado Paulo Pereira da Silva, presidente do Solidariedade, partido que lançou a pré-candidatura de Aldo Rebelo, e combinaram de marcar uma reunião. Além disso, o tucano confirmou que procurou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pré-candidato do DEM, e o prefeito de Salvador, ACM Neto. "Isso, alianças, vai ficar lá pra junho, julho. Independente de ter aliança ou não, é importante conversar. Tem primeiro turno, segundo turno, se ganhar tem governo, tem desafios enormes pela frente. Se não conseguir construir uma convergência, não governa."

Ontem, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles disse que concordaria com uma aliança com o PSDB se os tucanos aceitassem a vaga de vice na chapa. Alckmin, por sua vez, disse não cogitar essa possibilidade. "É sempre importante ter pontes com os vários partidos", acrescentou.

Senador vê dificuldade

em candidatura do MDB

BRASÍLIA - O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), que considera "difícil" o partido ter candidatura própria à Presidência da República. Segundo Eunício, o presidente Michel Temer o deixou "completamente liberado" para fazer coligações no Estado. Nesta quinta-feira, 10, os dois emedebistas se reuniram no Palácio do Planalto para tratar de votações no Congresso.

Na quarta-feira, 9, caciques do MDB como o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), o senador Renan Calheiros (AL) e Eduardo Braga (AM), tiveram um encontro na casa de Eunício, em Brasília, para tratar da eleição.

Nos bastidores, o grupo já trata como certa a desistência de Temer da disputa eleitoral, que só deve ser anunciada oficialmente no final do mês, e se preocupa agora com uma eventual aliança nacional, que pode atrapalhar as coligações nos Estados. Renan, por exemplo, defende a aliados que o MDB não apoie ninguém oficialmente para a Presidência.

Em entrevista ao Broadcast, Jucá indicou nesta quarta-feira, 9, que o presidente Temer não será mesmo candidato à reeleição. O senador disse que o principal objetivo do partido é eleger “a maior bancada da Câmara e do Senado”. Ele também afirmou que, se não for candidato, Temer “não estará na eleição”, ou seja, não atuará na campanha.

No início da semana, a líder do MDB no Senado, Simone Tebet (MS), declarou que o presidente Temer e o ex-ministro Henrique Meirelles só deveriam entrar na disputa se tiverem chances de chegar ao segundo turno, porém ambos não ultrapassam 2% das intenções de voto. Ela avaliou que “não adianta forçar uma candidatura e arrastar consigo para baixo, puxar, diminuir a bancada no Congresso e candidatos a governador”.

Apesar disso, Temer e Meirelles mantêm oficialmente as suas pré-candidaturas. Mais cedo, o presidente da República disse que acha difícil uma candidatura única de centro prosperar e não descartou nenhuma possibilidade.

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