Ameaça

''Se provado, faremos o que for apropriado'', diz Theresa May sobre ex-espião

Ataque com gás nervoso a agente duplo russo mantém vítima em estado grave; primeira-ministra britânica promete reagir caso "algum Estado" esteja por trás do ataque ao ex-espião russo Sergei Skripa

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32

LONDRES - O governo do Reino Unido irá responder à altura caso "algum Estado" esteja por trás do ataque ao ex-espião russo Sergei Skripal, afirmou a primeira-ministra britânica Theresa May ontem. Ambas as vítimas - Skripal, de 66 anos, e sua filha Yulia, de 33 - estão em estado grave em um hospital de Salibsury, sul da Inglaterra, após terem sido encontrados desacordados em um banco próximo a um shopping, no domingo,4.

A imprensa, parlamentares e o ministro do Exterior britânico, Boris Johnson, têm insinuado que o governo russo esteve por trás do ataque, uma vez que o ex-espião era um agente duplo que recebeu asilo no Reino Unido, depois de ser trocado por espiões russos detidos nos Estados Unidos.

"Faremos o que for apropriado se ficar provado que o caso foi promovido por um Estado. Mas vamos dar à polícia e aos investigadores o tempo necessário para tirar as conclusões. Claramente, se uma ação for necessária, então o governo tomará a posição necessária, com base nas evidências" afirmou May ao canal "ITV News".

Também ontem, a secretária de Estado britânica, Amber Rudd, afirmou que o Reino Unido vai trabalhar sistematicamente para encontrar os autores do ataque, tomando uma posição firme.

"Ambos (Skripal e a filha) continuam inconscientes e em uma situação crítica, porém estável. O uso de um gás nervoso em solo britânico é um ato descarado e imprudente. Essa foi uma tentativa de assassinato da maneira mais cruel e pública. Se quisermos ser rigorosos nessa investigação, no entanto, devemos evitar especulações e deixar a polícia fazer seu trabalho".

Apesar desse apelo, diversos parlamentares acusaram a Rússia quando fizeram perguntas a Rudd, com alguns clamando pela retomada de investigações sobre a morte de outros exilados russos em solo britânico nos últimos anos. A ministra pediu que as pessoas mantivessem a calma e se concentrassem no caso de Skripal.

"Nós iremos responder de uma maneira firme e apropriada, uma vez que encontremos quem é o responsável. Estamos comprometidos em fazer o que estiver ao nosso alcance para trazer os autores do crime para a justiça, não importa quem sejam", afirmou Rudd.

O caso lembra o de Alexander Litvinenko, ex-espião que se tornou inimigo do presidente russo Vladimir Putin, assassinado com uma substância altamente radioativa, o polônio 210, colocada em seu chá em um hotel de luxo de Londres, supostamente por agentes russos. Depois de ser condenado na Rússia a 13 anos de prisão por repassar informações a Londres, Skripal foi incluído em uma troca de espiões no aeroporto de Viena em 2010. Desde então, mora no Reino Unido.

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