Artigo

Ideologia de gênero: entre o ser e o vir a ser

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33

Ouve-se atualmente o barulho retumbante da chamada ideologia de gênero na pátria amada brasileira. Amada ou não, observa-se que o “poder” da força ideológica obscurece a pátria nesse instante.
Em meio a essa escuridão recalcitrante, acendamos a luz da ciência e do conhecimento para enxergarmos a verdade como o brado retumbante e o sol da liberdade.
Que prega a ideologia de gênero? Que nenhum de nós nasce bebê menino ou bebê menina. Porque ser homem ou mulher é uma construção social, uma decisão pessoal.
Pois bem, para que essa ideologia seja verdadeira e, portanto, se sustente, começo desafiando os ideólogos de tal opinião do mundo inteiro a derrubarem por terra de modo racional e científico o que vou dizer aqui. Vamos lá:
1º. Nenhum homem da face da terra, mesmo que se submeta a uma cirurgia para substituir o pênis por uma vagina, isto porque decidiu agora tonar-se mulher, nunca vai ovular e saber que significa uma TPM; nunca vai parir e saber que é sentir a dor de um parto. E não o vai, porque lhe são inexistentes o útero e as trompas de falópio.
2º. Nenhuma mulher da face da terra, mesmo que se submeta a uma cirurgia para tirar os seios e substituir a vagina por um pênis (e aqui não faço a mínima ideia de tal engenharia!), isto porque decidiu ficar homem, nunca vai produzir espermatozoides. E não o vai, porque lhe são inexistentes a próstata e os testículos.
3º. Nunca o orgasmo da mulher será como o orgasmo do homem, assim como o orgasmo do homem nunca será como o orgasmo da mulher. Com efeito, o orgasmo do homem será sempre um orgasmo másculo, porque o homem ejacula em forma de jato. O orgasmo da mulher será sempre um orgasmo feminino, idêntico à sua natureza íntima e discreta.
4º. A nenhum homem da face da terra, mesmo que se submeta a uma cirurgia para substituir o pênis por uma vagina, isto porque decidiu agora tonar-se mulher, fará sentindo marcar uma consulta ginecológica para fazer o exame de prevenção. Pois como se poderá diagnosticar se está ou não com mioma, inflamação, corrimento, se o aparato gerador não lhe é inerente?
5º. A nenhuma mulher da face da terra, mesmo que se submeta a uma cirurgia para tirar os seios e substituir a vagina por um pênis (e aqui não faço a mínima ideia de tal engenharia!), isto porque decidiu ficar homem, fará sentido marcar uma consulta com o urologista para fazer o exame de próstata. Pois como se poderá diagnosticar se está ou não com a próstata alterada se este aparato produtor não lhe é inerente?
Se os que defendem a ideologia de gênero conseguirem demolir a verdade objetiva e universal dos cinco pontos supracitados, passarei a concordar com todos eles. Mas, como sei, de antemão, em nome da ordem criacional, que tal empreita será impossível, eis por que no tema da matéria se lê o SER e o VIR A SER. O ser é o que não pode ser mudado, porque foi criado deste modo e com esta finalidade. Nele há uma ordem, uma lei, uma harmonia, uma identidade. Não partiu de mim, mas eu vim ao mundo assim. Biologicamente, o ser é XX (mulher) e XY (homem). Isto é o sentido do ser. O vir a ser é alteração, mudança. O vir a ser é a pretensão humana de querer fazer que o que é não seja e o que não é seja. Entendendo: o sexo na sua constituição biológica passa a não ser verdade, ou seja, ninguém nasce homem ou mulher; e o sexo na sua construção pessoal ou social passa a ser verdade, ou seja, sou eu que decido se quero ser do sexo masculino ou feminino.
Mais um nocaute procedente: se sou eu que decido, então, ser mulher ou homem, por que o homem tem de estar tomando hormônio feminino e a mulher, hormônio masculino? Respondo: porque a natureza biológica inata dele continua dizendo que ele é do sexo masculino e a dela, do sexo feminino. Logo, se o ingerem, é porque não são o que querem ser. Enganam-se a si e aos outros!
Categoricamente, afirmo: a ideologia de gênero é uma verdadeira degeneração da educação. Nela, não há os três aspectos essenciais da formação humana clássica grega, válidos até hoje: o bonum (o bem), o verum (a verdade) e o pulchrum (o belo). Educa-se formando e não deformando!

Frei José Luís Leitão, ofmcap.

Vice-diretor do Instituto de Estudos Superiores do Maranhão (IESMA)

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