Editorial

Trabalhador e o medo do desemprego

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33

O homem convive com diversas situações em sua vida e uma delas é o medo, uma sensação que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer alguma coisa, geralmente por se sentir ameaçado, tanto fisicamente como psicologicamente.

Normalmente, para surgir o medo é necessário a presença de um estímulo que provoque ansiedade e insegurança no indivíduo. Além do que o medo também pode ser provocado por razões sem fundamento ou lógica racional, quando estão baseados em crenças populares ou lendas.

Mas desde 2015, o medo do brasileiro, especialmente do trabalhador foi em relação ao emprego. Com a instabilidade política, processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, corrupção e Operação Lava Jato, o país viveu uma onda de incertezas, que se refletiram na economia.

E com o mercado praticamente paralisado com o bombardeio diário de notícias ruins ou de instabilidade, a confiança do empresário e do consumidor foi abalada, afetando os investimentos. E sem investimentos, seja privado ou público, a produção caiu e o consumo e o crédito se retraíram.

E na fase mais aguda da crise, o Brasil do boom do emprego em todas as áreas se viu diante do fantasma real do desemprego, chegando à taxa recorde de 13,7% ou 14,2 milhões de desempregados no primeiro trimestre de 2017 em todo o país.

Com a pequena melhora dos indicadores e da economia a partir do segundo semestre do ano passado, o desemprego recuou para 12,6 milhões. Mas ainda, assim, é um número muito elevado, e retrata o medo que ainda persiste entre os brasileiros.

Recente pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), relativa ao mês de dezembro do ano passado, mostra que o Índice de Medo do Desemprego está em 65,7 pontos, valor ainda 16,9 pontos acima da média histórica, iniciada em 1996. Já a comparação com dezembro de 2016, o índice apresentou alta de 0,9 ponto.

Mesmo com o recuo de dois pontos em dezembro, tendo em vista que o valor do índice da CNI varia de 0 a 100 pontos, e levando em conta que todos os resultados superiores a 50 indicam “que os indivíduos estão com muito medo de perder o emprego”, esse cenário de insegurança ainda assusta o trabalhador e o deixa psicologicamente preocupado com o dia de amanhã.

Até porque é do trabalho que tira o seu sustento e de sua família, que planeja ou realiza sonhos. E no momento em que se vê desempregado ou mesmo vê as portas não se abrirem, perdurando essa situação por meses ou anos, o desespero acaba por afetar a estabilidade psíquica do trabalhador, causando ansiedade, estresse e a depressão.

O ano de 2018 se inicia com perspectiva bem melhores para a economia como um todo, com inflação sob controle, mais crédito, confiança, segurança e mais investimentos, com a retomada do crescimento, que é o que o Brasil precisa.

De modo que a tendência, e isso já está acontecendo, é que o emprego mantenha a curva ascendente de contratações, mesmo que não seja no ritmo esperado por quem está fora do mercado de trabalho, mas que o medo do trabalhador recue em patamar maior.

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