Tensão

Países condenam Coreia do Norte por teste com bomba de hidrogênio

Teste provocou tremor de magnitude 6,3 no país e ocorreu poucas horas após o governo de Pyongyang inspecionar bomba que pode ser carregada em míssil

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36
Kim Jong-Un inspeciona suposta bomba de hidrogênio para míssil
Kim Jong-Un inspeciona suposta bomba de hidrogênio para míssil ( Kim Jong-Un inspeciona suposta bomba de hidrogênio para míssil)

PYONGYANG - Diversos países e organizações condenaram o teste nuclear com uma bomba de hidrogênio realizado pela Coreia do Norte na madrugada de ontem. Eles repudiaram a nova violação das múltiplas resoluções da ONU e exigiram o fim dos programas nuclear e balístico do país. China e Japão já estão monitorando as condições radioativas na região

​O governo da Coreia do Norte anunciou que realizou um teste 'bem-sucedido' com uma bomba de hidrogênio que pode ser carregada no novo míssil balístico intercontinental do país. O teste nuclear provocou um tremor de magnitude 6,3 no território norte-coreano.

Estados Unidos, China, Rússia, Japão, Coreia do Sul, França, Otan e União Europeia condenaram o teste. Eles repudiaram a nova violação das múltiplas resoluções da ONU e exigiram o fim dos programas nuclear e balístico da Coreia do Norte.

Segundo a agência Reuters, este é o sexto teste atômico feito por Pyongyang nos últimos 11 anos. No anúncio feito pela TV estatal, o governo de Kim Jong-un disse que o teste foi um 'sucesso perfeito' e representa um passo 'significativo' para completar o programa de armas nucleares do país.

A confirmação do teste aconteceu horas depois de um tremor de magnitude 6,3 ser detectado pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) no noroeste da Coreia do Norte, em uma região usada para testes militares.

Governo japonês

Antes do anúncio oficial do governo de Pyongyang, o Japão havia confirmado o teste nuclear do país vizinho.

"Depois de examinar os dados, concluímos que era um teste nuclear", disse o ministro das Relações Exteriores japonês, Taro Kono, em uma entrevista divulgada pela emissora pública NHK após uma reunião do Conselho Nacional de Segurança do Japão.

O Ministério da Defesa do Japão disse que havia despachado pelo menos três jatos militares de bases no Japão para testar a radiação.

Bomba nuclear

O teste ocorreu poucas horas após o governo de Kim Jong-un anunciar a inspeção da bomba de hidrogênio para míssil.

O governo da Coreia do Norte disse que todos os componentes da bomba foram fabricados no país permitindo construir quantas bombas nucleares quiser.

Segundo o líder Kim Jong-un, a bomba de hidrogênio que será carregada em um novo míssil capaz de alcançar altitudes elevadas.

Reações

A China condenou 'energicamente' o novo teste nuclear realizado neste domingo pela Coreia do Norte, segundo um comunicado do Ministério de Assuntos Exteriores do país. De acordo com a agência Reuters, o país também iniciou um monitoramento das condições radioativas na região.

O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, disse que Seul "nunca permitirá que a Coreia do Norte continue avançando com suas tecnologias nucleares e de mísseis" em uma reunião urgente do Conselho Nacional de Segurança realizada após o novo teste de armamento realizado com uma bomba H, segundo a agência local Yonhap.

Moon também pediu que sejam impostas sanções "mais graves possíveis" por parte do Conselho de Segurança Organização das Nações Unidas (ONU) para aumentar o isolamento do regime liderado por Kim Jong-un.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse que o novo teste nuclear foi "uma ameaça de segurança séria e imediata" que "aumenta ainda mais o perigo do regime" e "compromete seriamente a paz e a segurança no país".

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, reprovou "energicamente" neste domingo o novo teste nuclear e pediu a Pyongyang para pôr fim ao seu programa atômico.

"Reprovo energicamente que a Coreia do Norte tenha feito hoje um sexto teste nuclear. Trata-se de outra flagrante violação de várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU", declarou em comunicado o político norueguês.

Stoltenberg destacou a preocupação da Aliança com o padrão "de comportamento desestabilizador (da Coreia do Norte), que representa uma ameaça para a segurança regional e internacional".

Hostis e perigosas

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que o sexto teste nuclear, realizado ontem, e as ações da Coreia do Norte "são muito hostis e perigosas".

Além de admitir que o governo do ditador Kim Jong-un realizou um ensaio de nuclear de peso, Trump advertiu no Twiiter que "Suas palavras e suas ações seguem sendo muitos hostis e perigosas para os EUA".

Também no Twitter, o presidente norte-americano criticou a China, dizendo que as ações do país não tem tido sucesso para frear o avanço da Coreia do Norte no uso das armas atômicas.

Para ele, a Coreia do Norte é "um país desonesto" que se tornou uma grande ameaça e motivo de embaraço para a China, que "está tentando ajudar mas sem sucesso".

Provocação

O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu que o Conselho de Segurança da ONU reaja de forma rápida e decisiva. "A comunidade internacional deve tratar esta nova provocação com a maior firmeza, para que a Coreia do Norte volte incondicionalmente ao caminho do diálogo e proceda ao desmantelamento completo, verificável e irreversível de seu programa nuclear e balístico", disse em comunicado.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia pediu calma e que todos os envolvidos mantenham o diálogo, pois isso seria a única maneira de resolver os problemas da península coreana.

O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Johnson, chamou o teste nuclear de "imprudente" e uma "provocação".

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