10 de julho

Viagens inseguras

No primeiro semestre deste ano foram registrados 352 assaltos a ônibus, 45 a mais que no mesmo período de 2016

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37

Para quem é usuário de transporte coletivo em São Luís, as viagens diárias são cheias de preocupações e desafios. É preciso enfrentar problemas como ônibus lotados, congestionamentos e também conviver com outro tipo de apreensão: o medo constante de entrar para as estatísticas de vítimas de assaltos dentro dos coletivos na Grande São Luís.

Essa é uma sensação que, infelizmente, já se tornou parte da rotina de quem precisa utilizar esse tipo de transporte. De acordo com dados, o cenário é realmente de alerta. Segundo levantamento do Sindicato dos Rodoviários do Maranhão, divulgado na semana passada, somente no primeiro semestre deste ano foram registrados 352 assaltos a ônibus, 45 a mais que no mesmo período do ano passado, quando ocorreram 307 assaltos.

Os dados impressionam. Somente no mês de junho deste ano, 40 crimes desse tipo foram registrados em diversos pontos da cidade. Para citar um exemplo, no último dia 16 de junho dois casos chamaram atenção e ganharam repercussão na imprensa local. Neste dia, por volta das 12h, na Avenida dos Franceses, um coletivo foi assaltado por adolescentes armados e, segundo testemunhas, eles estavam acompanhados de uma criança de aproximadamente 7 anos de idade, que, portando uma faca, ajudava a recolher os pertences dos passageiros.

No mesmo dia, por volta das 13h, outro ônibus era assaltado na Avenida Jerônimo de Albuquerque, episódio que terminou com um dos assaltantes baleado por um dos passageiros e preso pela polícia, o comparsa fugiu com os pertences das vítimas. A atitude do passageiro em reagir ao assalto, muito embora possa ser ovacionada pela opinião pública, é classificada pelos especialistas como uma atitude arriscada, que poderia ter colocado em risco a vida de outros passageiros. Por outro lado, a reação a um assalto é também um lamentável reflexo da sensação de insegurança que a população vive, confiando cada vez menos nos órgãos de segurança pública e tentando se proteger.

Os dados apresentados pelo Sindicato dos Rodoviários fez ainda um mapeamento dos pontos onde tem a maior incidência desse tipo de crime na Grande São Luís. Locais como o Terminal de Integração da Praia Grande, Centro de São Luís, bairros como Turu e na BR-135 nas regiões do Maracanã e Estiva, são apontados como os mais críticos e inseguros no trajeto dos ônibus coletivos.

Todas as informações apresentadas neste levantamento denunciam a vulnerabilidade a que está submetida quem precisa desse tipo de transporte. Os passageiros e profissionais que atuam no sistema de transporte rodoviário urbano de São Luís acabam convivendo numa roleta-russa, precisando apelar para a sorte para conseguirem chegar aos seus destinos com segurança.

Nessa perspectiva, faz-se necessária uma reação séria e responsável dos órgãos de segurança pública do Maranhão para fazer com que esses números recuem. É preciso criar estratégias eficientes para frear esse tipo de crime, fazendo com que a população possa fazer uso do transporte coletivo sem medo de surpresas desagradáveis.

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