Editorial

O desequilíbrio, o lixo e as doenças

O aparecimento dessas moléstias deve servir de alerta para todos, moradores e autoridades públicas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37

Durante um bom tempo, o cidadão achou que sua maior preocupação seriam as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, mas eis que médicos passaram a diagnosticar a “virose da mosca”. E pior: a moléstia deixou muita gente doente na Região Metropolitana de São Luís. Depois das moscas, vieram os mosquitos verdes, que foram apontados como inofensivos, mas contribuíram para sujar ainda mais a cidade. Em seguida, os moradores da Grande Ilha estão às voltas e tendo que se defender das aranhas marrons, cujas picadas estão provocando transtornos pela capital.
Não é para qualquer um acordar e se deparar a cada dia com uma nova ameaça à saúde. Ainda mais quando essas ameaças são tão pequenas e, às vezes, imperceptíveis, pois estão por toda a parte e nem sempre é fácil identificar o perigo.
A origem desses problemas, segundo especialistas, é o desequilíbrio ambiental, que atinge em cheio a Lagoa da Jansen e, claro, outras áreas da cidade. O aparecimento dessas moléstias deve servir de alerta para todos, moradores e autoridades públicas.
Há ainda um agravante nesse cenário: os males à saúde derivados do lixo. Isso mesmo, a falta de limpeza pública e a proliferação de lixões e “lixinhos” em terrenos baldios contribuem para o aparecimento de moléstias como a da mosca.
Claro que a população precisa dar destino correto para o seu lixo, algo que vem da educação, de berço. Porém, é verdade que a população, que paga seus impostos em dia, precisa ter como retorno, no mínimo, além de educação ambiental, uma boa coleta de lixo e o cumprimento da legislação referente ao tema.
Ainda mais quando vira problema público de saúde, isto é, uma cidade reclamando de sintomas de doença que poderia ser resolvida com medidas simples. E vale destacar que esses sintomas, como febre, dor no corpo, desconforto abdominal, vômitos e diarreias, se parecem com outras viroses e podem confundir o paciente.
O problema é como ficar imune aos males, pois os insetos de todos os tipos são comuns nesse período do ano. Daí a necessidade do alerta ao cidadão, que muitas vezes se alimenta sem preocupação em todo lugar e sem se dar conta do risco que corre. As autoridades também deveriam investir mais na prevenção.
Assim, o jeito é cada morador fazer a sua parte e ficar ainda mais atento, evitando também o acúmulo de sujeira, principalmente restos de alimentos. Até prova em contrário, ambiente sempre limpo e higienizado é a melhor prevenção. E atenção redobrada com as crianças, cuja imunidade ainda está em processo de formação.
É bom reforçar que, enquanto o básico, incluindo saneamento, não é feito efetivamente, as doenças proliferam, os hospitais ficam lotados e os gastos com a saúde são elevados. Para a solução definitiva do problema é preciso que cada um faça a sua parte, com população e poder público trabalhando juntos para que todos possam viver com saúde e mais qualidade de vida.

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