Os festejos juninos deste ano chegam ao final neste fim de semana. Carro-chefe das manifestações culturais no estado, o São João sempre se destaca na preferência de maranhenses e turistas, que, aliás, sempre saem encantados com a diversidade das brincadeiras na capital maranhense. Não é todo lugar que reúne bomba meu boi, tambor de crioula, cacuriá, entre outras manifestações culturais.

Entretanto, o São João deste ano teve menos brilho - em contraste com as vestimentas dos brincantes dos bumba-bois, cada vez mais luxuosas. Arraiais tradicionais, como o do Renascença e da Lagoa, apenas para citar alguns, deixaram saudade e hoje são sempre lembrados com muito saudosismo. O destaque desde ano ficou por conta da festança realizada por shoppings e o Arraial da Thay, promovido pela influenciadora digital pela primeira vez no Convento das Mercês.

Aliás, o Convento das Mercês por muitos anos foi palco para o Maranhão Vale Festejar. O projeto era realizado pela Associação dos Amigos do Bom Menino das Mercês, com patrocínio da Vale e apoio de órgãos e outras empresas, como o Grupo Mirante, por exemplo, sempre nos fins de semana de julho. A última edição do projeto aconteceu em 2014.

O projeto era um dos mais aguardados, principalmente, por turistas, que conseguiam aproveitar e conhecer as manifestações maranhenses durante o mês de julho, período de férias escolares e quando muitas famílias conseguem viajar a passeio.

Sobre isso, uma das grandes preocupações de toda a cadeia envolvida no turismo é: o que fazer em todos os outros meses do ano? Sem grande estímulo, São Luís vive uma movimentação em junho e julho, mas que não se sustenta no outros períodos no ano.

Fato é que a crise pelo qual o Brasil passa tem afetado o comportamento dos consumidores e das famílias, fazendo com que gastos “supérfluos” sejam cortados. Porém, é justamente em um momento como este que ações de estímulo são vistas como essenciais. Sem muito dinheiro para gastar em viagens, quem irá escolher um destino que não oferece grandes atrações?

São Luís é uma cidade com grande potencial turístico. Não foi à toa que foi escolhida cidade Patrimônio Cultural da Humanidade. Mas agarrar-se ao título sem esforço para implemento de atividades de cultura, conservação de monumentos, festas tradicionais e ações permanentes, é deixar a própria sorte que o turismo se sustente.

A desvalorização do real frente a outras moedas acabou por incentivar que o turista brasileiro viaje mais pelo Brasil. Para os estrangeiros também é vantagem vir para cá, frente a valorização das moedas estrangeiras, torna-se mais barato.

A cidade, o poder público e a própria população precisam enxergar no turismo uma via economicamente viável para o desenvolvimento. Para isso, é necessária a implementação de ações consistentes. Apenas colocar o Maranhão “no mapa”, com a participação em feiras de turismo em outras cidades e países para chamar turista, sem oferecer uma contrapartida real, sustentável e atraente, é o mesmo que oferecer gato por lebre.

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