Ataques

Estados Unidos bombardeiam comboio pró-Assad na Síria

Conforme autoridades dos EUA, o ataque ocorreu na localidade de At-Tanf, no sul da Síria, perto da fronteira com a Jordânia e o Iraque; comboio atacado levava combatentes do Exército sírio e de milícias xiitas aliadas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h38

Legenda/Reuters

WASHINGTON - Autoridades dos Estados Unidos disseram ontem que a Força Aérea do país fez bombardeios na Síria contra um comboio que levava combatentes favoráveis ao ditador Bashar al-Assad.

O ataque ocorreu na localidade de At-Tanf, no sul da Síria, perto da fronteira com a Jordânia e o Iraque. Segundo as autoridades, os veículos estavam se aproximando de uma base da coalizão internacional que combate a milícia radical Estado Islâmico e desrespeitaram uma série de advertências antes de serem bombardeados.

Grupos de rebeldes sírios apoiados pelos Estados Unidos disseram à agência de notícias Reuters que o comboio atacado levava combatentes do Exército sírio e de milícias xiitas aliadas que contam com suporte do Irã.

Segundo esses rebeldes, o regime sírio tem expandido sua presença em áreas no sul da Síria para poder se conectar a grupos paramilitares xiitas localizados no lado iraquiano da fronteira.

Um comandante do grupo que luta em favor de Assad afirmou que o bombardeio americano "destruiu apenas um tanque" e tinha como objetivo barrar o avanço do comboio.

Embora os Estados Unidos sejam favoráveis à deposição de Assad, o país não costuma intervir diretamente contra as forças do regime sírio. Em abril, o presidente Donald Trump ordenou bombardeios contra uma base aérea na Síria após relatos de um ataque químico que deixou mais de 80 mortos no noroeste do país.

Iniciada em 2011, a guerra civil na Síria já deixou quase 500 mil mortos e forçou milhões de pessoas a fugirem de suas casa.

Estado Islâmico

Ontem, mais de 50 pessoas, em sua maioria combatentes pró-regime de Bashar al-Assad, morreram em um ataque do grupo extremista Estado Islâmico (EI) contra dois povoados da província de Hama, no centro da Síria, afirmou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Cinquenta e duas pessoas morreram no ataque, entre elas 15 civis, 27 milicianos pró-regime e 10 pessoas não identificadas que são "ou civis, ou combatentes", afirmou o OSDH.

O ataque teve como alvo dois povoados no leste da província de Hama; Aqareb, onde a maior parte da população é ismaelita, e Mabujé, onde vivem sunitas e uma minoria de jafaritas, ismaelitas e alauitas. Nos combates, o EI perdeu 15 combatentes.

A agência oficial Sana afirmou que o ataque custou a vida de 20 civis em Aqareb, sem mencionar a aldeia de Mabujé. Em contrapartida, informou que a maioria dos civis assassinados em Aqareb foram decapitados e seus membros amputados.

O diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, informou que três dos civis mortos em Aqareb, um homem e seus dois filhos, foram executados pelos extremistas. Segundo ele, os extremistas tomaram a aldeia de Aqareb e uma parte de Mabujé. "Apesar da chegada de reforços, as forças governamentais não conseguiram desalojar os extremistas", indicou Abdel Rahman à AFP.

Mabujé já havia sido atacada pelo EI em março de 2015. Os extremistas executaram 37 civis e sequestraram outros 50, a metade mulheres. O regime e os rebeldes do EI compartilham o controle da província de Hama, situada no centro do país, em guerra desde 2011.

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