Artigo

Deixa comigo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h42

Meus amigos. Não nos deixava sem resposta. A qualquer pedido que se lhe fizesse levantava a sua mão direita e delicadamente batia no peito da pessoa e dizia: “deixa comigo”.

Nasceu em Caxias a 19/10/1937, mas o conheci em julho de 1962 na cidade de Codó onde era gerente do Banco da Amazônia e apesar de ter pouca idade, cultivou um vistoso bigode para dar a aparência de ser mais velho.

Naquela época à noite reuníamo-nos no “Bar Socic” um misto de boite e barzinho e que tinha uma pista de dança improvisada e dançávamos ao som de uma “radiola” pequena (novidade na época) e que pertencia a Sebastião Murad. Lá estava sempre conversando com seus amigos ao lado de sua inseparável mulher Gardênia.

Pois bem. Passa o tempo e o então gerente de Codó vem promovido para a gerência de São Luís e daqui para uma diretoria do Basa em Belém do Pará.

Desperta-lhe, então, a vocação política e candidata-se a deputado federal e traz como novidade “jingle” musical de campanha que dizia: “João Castelo é que está com o povo; Castelo é gente nova para um Maranhão Novo”. Castelo é o Novo Maranhão, Maranhão que tomou jeito, depois da Revolução;

Elegeu-se deputado federal 1970 e 1974 e escolhido governador do Maranhão em 1978 pelo presidente Ernesto Geisel. Como titular do Palácio dos Leões realizou uma das mais profícuas administrações em nosso Estado tendo sido responsável por mais de 2.000 obras em todo o Estado onde podemos destacar o Castelão, Castelinho, os conjuntos Habitacionais Maiobão e Cidade Operária, Hospital do Ipem, O Bom Preço, a Tramsposição do Rio Itapecuru para São Luís - O Italuís - a transformação da UEMA em Universidade, a Ponte Bandeira Tribuzi, criou a Secretaria de Estado do Trabalho.

Foi eleito senador em 1982 havendo contribuído e muito para a agilização do projeto de lei - enviado pelo presidente Sarney - que criou o TRT do Maranhão que estava sendo bombardeado por senadores de São Paulo contrários a sua criação.

Mas sua trajetória politica não parou apos seu mandato de senador. Elegeu-se mais vezes a deputado federal nos anos de 1998, 2002 e 2014 e prefeito da capital maranhense em 2008.

Em 17 de abril de 2016, votou a favor da abertura do impeachment da presidente Dilma Rousseff no plenário da Câmara dos Deputados.

"O mal que os homens fazem sobrevive depois deles. O bem é quase sempre enterrado com seus ossos." “Os Mortos têm apenas a existência que os vivos imaginam para eles”. Estas frases pronunciadas por Marco Antônio e Schmitt podem ser assim tributadas ao grande maranhense que foi Castelo: Castelo foi um homem simples e afável. Se algum mal praticou foi só para ele, pois somente um pouco antes de sua morte procurou a ajuda médica, pois vivia a ajudar os outros esquecendo-se de si; praticou o bem, tanto para o povo em geral, aí estão as obras que realizou, como em particular ajudando os mais pobres dando-lhes emprego. Mesmo morto terá sua existência lembrada por todo o sempre.

Adeus, amigo. A sua frase agora posso dizer com a saudade. “Deixa Comigo”. Que Deus te guarde e te de um bom lugar. Até sempre. Até a próxima.

Prof. Dr. Fernando Belfort

E-mail: fbelfortadv@hotmail.com

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