Grupo terrorista

Estado Islâmico sequestra cerca de 42 mil civis na cidade síria de Minbej

Extremistas usaram civis como escudos humanos para sair da cidade; eles fugiram para cidade refuto do EI a 40 km de distância

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46

Síria - Combatentes do grupo extremista Estado Islâmico (EI) fizeram na sexta-feira,12, cerca de 2.000 civis reféns, que foram levados por eles quando fugiam da cidade de Minbej, no norte da Síria, informou uma ONG e uma aliança antijihadista.

Esta aliança de combatentes árabes e curdos reunidos nas Forças Democráticas da Síria (FDS) tomaram há uma semana a cidade de Minbej, mas um pequeno grupo de extremistas continuava a resistir na cidade, localizada na província de Aleppo.

"Ao se retirarem de um bairro de Minbej, os extremistas levaram consigo cerca de 2.000 civis", explicou as FDS. "Eles utilizaram esses civis como escudos humanos, o que nos impediu de atacá-los", ressaltaram.

Os extremistas fugiram com os reféns para a cidade de Jarablous, um reduto do EI localizado 40 km ao norte de Minbej, perto da fronteira turca.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), que conta com uma vasta rede de fontes e ativistas no país em guerra, confirmou o rapto de civis pelos extremistas islâmicos.

"Combatentes do Daesh sequestraram cerca de 2.000 civis, que foram levados em 500 carros em direção a Jarablous", disse a ONG. Os veículos pertenciam aos próprios civis, moradores do bairro de al-Sireb, segundo o OSDH.

Extremistas entrincheirados
Cerca de 100 extremistas estão entrincheirados nesta área, segundo líderes das FDS, que asseguram que propuseram aos combatentes islâmicos que deixassem o local pacificamente, o que foi rejeitado pelo EI.

Minbej foi um reduto do EI em sua rota de abastecimento entre a Turquia e sua capital na Síria, a cidade de Raqa.

Apoiados por aviões da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, as FDS lançaram sua ofensiva em 31 de maio para retomar essa fortaleza extremista. Dezenas de milhares de pessoas conseguiram fugir da cidade antes que fosse completamente sitiada pelas FDS, mas dezenas de milhares mais foram capturadas nos combates.

As FDS garantem que a utilização da população como escudo humano pelos jihadistas foi o que atrasou a tomada da cidade.

Segundo o OSDH, desde 31 de maio, 437 civis morreram, incluindo 105 crianças, na cidade e sua região. Durante o mesmo período, as FDS registraram 299 baixas e os extremistas, 1.019, segundo a ONG.

Bombardeios em Aleppo
E, na sexta-feira, os aviões do regime sírio e de seu aliado russo bombardearam os bairros rebeldes da cidade de Aleppo (norte) e três outras localidades próximas, fazendo 20 mortos, incluindo cinco crianças, entre os civis.

Os ataques tiveram como alvo os bairro sob controle rebelde no leste de Aleppo, a localidade de Hayyan, 15 km mais ao norte, e as de Daret Ezza e Ourm al-Kubra, 30 e 19 km mais a oeste, de acordo com o OSDH.

Na cidade de Aleppo, capítal da província de mesmo nome, a intensidade dos ataques diminuiu, o que permitiu os habitantes dos bairros rebeldes ir ao mercado, segundo um correspondente da AFP no local.

Esses ataques ocorrem dois dias depois de uma proposta de uma "pausa humanitária" russa de três horas por dia em Aleppo, considerada insuficiente para levar a ajuda das Nações Unidas às populações da região. A ONU pede um cessar-fogo de 48 horas.

Doze civis, incluindo cinco crianças, foram mortas na cidade de Hayyan e oito nas outras duas comunidades, disse o OSDH.

Desde 2011, o conflito na Síria deixou mais de 290 mil mortos e provocou o deslocamento e a fuga de milhões de pessoas, mais da metade da população do país.

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