Ameaça

Violência política não tem lugar nos EUA, diz Trump

Presidente anuncia 'grande investigação federal; correspondências suspeitas enviadas para Obama e Hillary Clinton foram interceptadas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
Policiais fazem guarda na frente do Time Warner Center, em Nova York
Policiais fazem guarda na frente do Time Warner Center, em Nova York (Reuters)

WASHINGTON - "Nestes tempos, temos que nos unir e mandar uma clara e inequívoca mensagem de que atos ou ameaças de violência política de qualquer tipo não têm lugar nos Estados Unidos da América”, disse o presidente Donald Trump ao comentar ontem os pacotes suspeitos enviados a Barack Obama, Hillary Clinton, entre outros.

Trump diz que recebeu informações das autoridades federais sobre o que chamou de "atos desprezíveis" e que "uma grande investigação federal" está em andamento. Ainda assim, não mencionou nenhum dos destinatários dos pacotes em suas observações, que incluem notórios desafetos democratas.

Ainda assim, ele disse: "Estamos extremamente zangados, chateados, descontentes com o que testemunhamos esta manhã e vamos chegar ao fundo disso".

Mais cedo, o vice-presidente Mike Pence expressou sua "condenação às tentativas de ataque contra o ex-presidente (Barack) Obama, os Clinton, a 'CNN' e outros".

"Essas ações covardes são desprezáveis e não têm cabimento neste país. Estou agradecido pela resposta rápida do Serviço Secreto, do FBI e das autoridades locais. Os responsáveis deverão responder à Justiça", acrescentou Pence.

Dispositivos explosivos

Os "potenciais dispositivos explosivos" enviados para as residências da ex-primeira-dama Hillary Clinton e do ex-presidente Barack Obama foram interceptados pelo serviço secreto dos EUA, anunciou o Departamento de Segurança Interna americano.

Em seguida, ainda ontem, o prédio onde fica a rede CNN em Nova York foi esvaziado, também por causa de um pacote suspeito que depois se constatou conter "um aparente dispositivo explosivo funcional", nas palavras da polícia, e um envelope com um pó branco. Essa correspondência tinha como destinatário o ex-diretor da CIA, John Brennan e a "Time Warner (CNN)".

Mais tarde, o governador do estado de Nova York, o democrata Andrew Cuomo, também disse que seu escritório recebeu um pacote com um dispositivo suspeito. Ele afirmou que não seria de estranhar se mais aparentes explosivos fossem encontrados, e apontou que "parece haver um padrão" para as correspondências, referindo-se ao fato de os destinatários terem ligação com o Partido Democrata.

A CNN chegou a afirmar que um outro pacote suspeito teria sido mandado para a Casa Branca, mas o serviço secreto negou.

Descobertos na triagem

O serviço secreto interceptou o pacote endereçado a Hillary Clinton na terça-feira,23, e, na manhã de ontem, 24, o outro que iria para a casa do ex-presidente Obama. Os pacotes enviados foram imediatamente identificados como "potenciais dispositivos explosivos" durante os procedimentos de triagem de rotina.

Obama e Hillary não chegaram a receber ou correram risco de recebê-los, segundo a nota do Departamento de Segurança Interna. Uma investigação criminal foi aberta para identificar o responsável pela ação.

Alguns veículos da imprensa americana, como a rede ABC e o "New York Times" tratam os pacotes como "explosivos", mas a informação oficial disponível até o momento é de que se tratam de "potenciais dispositivos explosivos".

“Estamos bem, obrigada aos homens e mulheres do Serviço Secreto que interceptaram o pacote que nos era endereçado muito antes de chegar a nossa casa”, afirmou Hillary.

No caso de Hillary, ela sequer estava em casa, pois participa de campanha eleitoral na Flórida. Seu marido, o ex-presidente Bill Clinton, estava na residência.

Segundo o jornal "The New York Times" , o pacote endereçado a Hillary era parecido com o que foi encontrado na segunda-feira,22, na casa do bilionário George Soros.

CNN

Ontem, a CNN informou que um pacote que pareceu suspeito a funcionários da própria emissora em Nova York fez com que a polícia fosse chamada e o prédio onde ficam os estúdios da rede na cidade, o Time Warner Center, fosse esvaziado. A polícia informou, segundo a emissora, que foram usados fios e um pedaço de cano na elaboração desse dispositivo, que já foi retirado do local com segurança.

Para o prefeito de Nova York, Bill De Blasio, o envio do pacote tinha a intenção de "aterrorizar". "Isso é claramente um ato de terror tentando minar nossa imprensa livre e líderes deste país através de atos de violência ”

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