Editorial

Assombros dos últimos dias

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46

As notícias dos últimos dias, mais do que nunca, chocam a comunidade maranhense não só pelo caráter assombroso dos fatos, mas por mostrarem que o criminoso pode estar do lado, espreitando calmamente. E todos, sem exceção, podemos conviver com ele sem maiores desconfianças, pois ele se mostra até inofensivo, tranquilo, levando uma vida sem grandes traumas, considerada normal e pacata nesta Ilha do Amor.

O espanto recentemente foi provocado por dois casos. Primeiro, a notícia de que um maranhense integrava o grupo de presos sob suspeita de estarem tramando ataques terroristas durante as olimpíadas do Rio de Janeiro - que serão abertas no dia 5 de agosto. Depois, o caso do casal de adolescente que tramou a morte da mãe da jovem, com requintes de crueldade, somente pelo fato da vítima não aprovar a união dos dois.

O caso do suposto terrorista chocou a população porque ninguém imaginava descobrir que tão perto havia alguém com inclinações kamikazes - tal qual pilotos japoneses que se jogavam para a morte durante a II Guerra. Pois Marcos Mário Duarte, maranhense de 42 anos que está detido em um presídio de segurança máxima no Mato Grosso do Sul, por pelo menos 10 anos morou na Rua P, no Residencial Terra Livre, nas proximidades do Parque Vitória.

Seus ex-vizinhos nem de longe sonhavam que na casa ao lado, ou ali na esquina, morava na verdade o Zaid - nome islâmico adotado por ele e que o utilizava na internet, nas redes sociais e no blog Islam Maranhão -, um homem com tendências ao terrorismo. Na visão dos vizinhos, ele era só mais uma pessoa introspectiva e pouco afeita a amigos, como definiram à reportagem de O Estado. Só estranhavam mesmo a música “esquisita” que ouvia e as bandeiras estranhas que tremulavam na casa.

Como ele era de pouca conversa - e amigos -, ninguém sabia o que se passava dentro da casa e os contatos que agora a polícia revelou. O susto foi grande. O mesmo susto sentido pelos vizinhos em Amparo, cidade paulista para onde ele se mudou há cerca de três anos e onde trabalhou com o abate de animais e também como garçom.

Ninguém imaginava que convivia com alguém que estaria tramando contra a vida de milhares de pessoas. Segundo a polícia, Zaid se converteu ao Islamismo há mais de 13 anos e fundou ainda em São Luís a Sociedade Islâmica do Maranhão. Mas, se bem de perto não dava para saber, nas redes sociais Zaid expunha sem preocupações suas inclinações religiosas e insinuações terroristas. Pregava o anti-semitismo, defendia o Estado Islâmico e afirmava estar pronto para sacrificar a própria vida em nome do islam. Foram as postagens que levaram a polícia até ele, que posava com armas, bandeiras e camisas com símbolos islâmicos.

O outro caso também chocou pela crueldade. Ninguém imaginava que dois adolescentes, de 14 e 16 anos, com rostos ainda guardando traços infantis, poderiam planejar ato com tamanha crueldade contra alguém tão próximo e que, com certeza, só buscava o bem dos dois. Mas, eles foram capazes.

Confessaram, ao serem apreendidos em Santa Inês, ter esfaqueado e estrangulado Tatiane Albuquerque Cutrim, 48 anos, mãe adotiva da jovem. O crime foi no sábado, 23, no Planalto Anil II, em São Luís. Depois do ato selvagem, os dois fugiram para o interior e lá ficaram até a apreensão.

No depoimento, a adolescente conta os detalhes do crime com frieza. O jovem, segundo a polícia, afirma que foi ela a mentora de todo o plano. Causa indignação, repulsa a qualquer ser humano.

São notícias que chocam e revoltam. Não serão os últimos casos do tipo. Porém, servem para que nós nos coloquemos mais vigilantes. É preciso estar atento, sempre.

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