União Europeia

Fora da UE, Reino Unido fica menos atraente para negócios

No próximo dia 23, plebiscito vai definir o futuro britânico da União Europeia; para Bill Gates, homem mais rico do mundo, o Reino Unido ficará menos atraente para investimentos e negócios se ficar fora da UE; ele gastou US$ 1 bilhão em pesquisa no país

Atualizada em 11/10/2022 às 12h47
(Gates avalia a possível saída do Reino Unido da União Europeia)

Londres - O homem mais rico do mundo, de acordo com a revista "Forbes", afirmou ter gastado US$ 1 bilhão em pesquisa e desenvolvimento no Reino Unido, atraído pelo acesso que o país dá ao mercado da União Europeia, pelas fortes universidades e pelo histórico que possui em ciência e inovação.

"Embora seja, no final das contas, um assunto para os cidadãos britânicos, é claro para mim que, se o Reino Unido escolher ficar fora da Europa, vai se tornar um lugar significativamente menos atraente para se fazer negócios e se investir", afirmou o bilionário filantropo.

"Vai ser mais difícil encontrar e recrutar os melhores talentos do outro lado do continente; talentos que, em contrapartida, criam empregos para cidadãos do Reino Unido", afirmou.

O plebiscito que vai definir o futuro britânico na UE está marcado para o próximo dia 23. Várias empresas têm pedido que o Reino Unido permaneça no bloco e mantenha acesso livre a um mercado de 500 milhões de consumidores.

Bill Gates adere, assim, ao apelo que já foi feito pelo presidente americano, Barack Obama, e pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), além de por outros líderes mundiais e organizações.

Riscos

Nesta sexta-feira, 18,a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, afirmou que o Reino Unido vai enfrentar riscos econômicos maiores se decidir deixar a União Europeia do que se permanecer no bloco.

"O risco econômico está firmemente para o lado de sair" do bloco, disse Lagarde em um painel em Viena sobre os desafios enfrentados pela Europa. "Há... um caso claro de como a Inglaterra tem se beneficiado, e vai continuar a se beneficiar de sua participação na União Europeia."

O empresário Bill Gates se somou às vozes que defendem a permanência do Reino Unido na União Europeia. Em artigo no jornal "Times", o fundador da Microsoft afirma que, se o país deixar o bloco europeu, se tornará "um lugar significativamente menos atraente para se fazer negócios".

Trauma

O assassinato da parlamentar Jo Cox traumatiza o Reino Unido e pode mudar os rumos do referendo sobre a saída do país da União Europeia (EU), o Brexit.

Na sequência, o primeiro-ministro, David Cameron, a pedido do líder trabalhista, Jeremy Corbyn, convocou uma sessão extraordinária do Parlamento britânico na próxima segunda-feira,20, para homenagear Jo Cox. Militante pró-União Europeia e decidida defensora dos imigrantes, Jo Cox se destacava no Partido Trabalhista e no Parlamento.

Num gesto de solidariedade com os trabalhistas, o Partido Conservador anunciou que não apresentará candidato contra o representante trabalhista na eleição parlamentar para substituir Jo Cox na circunscrição onde ela havia sido eleita.

Embora a polícia britânica classifique o caso como "um ato isolado" e não tenha se pronunciado sobre suas motivações políticas, a mídia britânica e norte-americana reuniu indícios mostrando que o assassino de Jo Cox, talvez meio desequilibrado, teve ligações com grupos anti-europeus e racistas de extrema-direita.

Além de aparecer como um raro homicídio político vitimando um parlamentar, a morte de Jo Cox foi ainda tornada mais trágica pela sanha de seu assassino, que, depois de baleá-la, esfaqueou-a várias vezes. O drama acontece a uma altura em que Nigel Farage, líder do partido anti-europeu UKIP, assume um tom cada vez mais xenófobo.

Frase

"Vai ser mais difícil encontrar e recrutar os melhores talentos do outro lado do continente; talentos que, em contrapartida, criam empregos para cidadãos do Reino Unido"

Bill Gates

Bilionário

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