Em compasso de espera

Atualizada em 11/10/2022 às 12h49

Os ludovicenses estão em compasso de espera por um sistema de transporte público que esteja à altura do valor da tarifa cobrada pelas empresas. São Luís tem vivenciado sérios problemas. Como se não fossem suficientes os ônibus velho, sem conforto e desrespeitando o horário, há os assaltos, tanto nas paradas quanto dentro dos veículos. Há, ainda, as ruas esburacadas, enlameadas e cheias de lixo, incluindo itens como sofás, ventiladores e vasos sanitários.
Este ano, principalmente estudantes se mobilizaram em passeatas e manifestações contra o alto preço cobrado pelo transporte coletivo. Apesar da disparidade entre o valor cobrado, o número de usuários e a qualidade do serviço, as manifestações não apontam uma solução para o problema. Só conseguem interferir na fluidez do trânsito de uma cidade que já tem mais de um milhão de habitantes e tem formato de cidade dos anos 30. Muitas das vias não comportam o volume de veículos, o que provoca longos congestionamentos e dificulta ainda mais a vida do motorista.
A Prefeitura de São Luís anuncia um novo sistema de transporte público, com ênfase no serviço de climatização já no primeiro ano de vigência do contrato. O processo está na fase de licitação. A gestão municipal aponta que a licitação traz benefícios como a quebra de
monopólio e a substituição imediata de cerca de 200 coletivos.
Há outros pontos vantajosos com o novo sistema, além das funcionalidades já existentes, como bilhete único, recarga embarcada e a biometria facial. No contrato, todos os veículos deverão ter acessibilidade e também a inserção de ônibus biarticulado. Um ganho no campo do direito e também na qualidade de vida para o usuário.
O atual sistema de transporte da cidade, muito criticado pelos usuários, dispõe de 27 empresas e 874 ônibus, com 168 linhas, atendendo cerca de 550 mil usuários, com estimativa de 6,4 mil viagens diariamente, conforme a Prefeitura de São Luís. Só que na prática a teoria é outra. Muitos veículos são velhos e ‘quebram’ em plena via, deixando o passageiro no meio da rua. Nem todos também estão com os equipamentos em perfeito estado, dificultando a vida de quem precisa usar o serviço, como no caso dos elevadores para pessoas com necessidades especiais.
Deve-se levar em conta outra questão: a cidade tem infraestrutura para receber frota nova e com serviços extras? Algumas empresas deixaram de circular por ruas de bairros que não têm mais trafegabilidade, diante dos inúmeros buracos e poças d’água. Os empresários reclamam e dizem que veículo novo em ruas sem estrutura é prejuízo na certa.
Que as empresas de ônibus precisam melhorar sua frota, isso é inegável.
Mas o poder público também precisa se renovar e começar a dar condições de trafegabilidade aos motoristas. De que adianta ônibus novo em corredores deteriorados? O ludovicense, que paga seus impostos em dia, segue na espera, impulsionado pelo farol da esperança.

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