Afirma ONU

Sudão do Sul permite estupros como pagamento a soldados

Nações Unidas descrevem a situação dos direitos humanos no país; é permitido que grupos aliados estuprem mulheres como "salário"

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50

Sudão do Sul - A ONU afirmou que o Sudão do Sul permite que combatentes estuprem mulheres como "salário". Em um relatório, a organização descreve a situação dos direitos humanos naquele país em guerra como uma das mais terríveis do mundo.

"O Sudão do Sul está enfrentando uma das situações mais assustadoras do mundo para os direitos humanos, com o amplo uso de violações como instrumento de terror e arma de guerra", disse o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al Hussein, ao apresentar um relatório da organização sobre a situação no país.

No seu relatório, a ONU diz que, de acordo com fontes confiáveis, as autoridades permitem que grupos aliados estuprem mulheres como "salário", seguindo o princípio de "façam o que puder e tomem o que quiser".

"A escala e o tipo de violências sexuais —em geral cometidas por forças governamentais do Exército Popular de Libertação do Sudão e de suas milícias afiliadas— são descritos com detalhes terríveis, como a atitude, quase casual, mas calculada, daqueles que massacraram civis e destruíram propriedades e meios de subsistência", disse Al Hussein.

O Sudão do Sul, que se tornou independente do Sudão em julho de 2011, após décadas de conflito com Cartum, está imerso em uma guerra civil desde dezembro de 2013, quando o presidente Salva Kiir acusou seu ex-vice-presidente, Riek Machar, de querer derrubá-lo.

Mais de 2,3 milhões de pessoas fugiram de suas casas, e dezenas de milhares morreram por causa do conflito e das atrocidades cometidas por ambos os lados.

Histórias

relatório da ONU contém histórias de pessoas, incluindo crianças e pessoas com deficiência, que foram assassinadas, queimadas vivas, sufocadas, enforcadas e cortadas em pedaços.

"Dada a amplitude, a profundidade e a gravidade das acusações, e a repetição no modo operativo, o relatório conclui que há motivos razoáveis ​​para crer que essas violações podem ser consideradas crimes de guerra e crimes contra a humanidade", disse o alto comissário.

De acordo com a ONU, a grande maioria das mortes de civis não parece ser resultado do conflito, mas de ataques deliberados contra civis.

A organização diz que os atores estatais tiveram maior responsabilidade pela violência em 2015, dado o enfraquecimento das forças de oposição.

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