Editorial

Para driblar a crise

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50

Histórias de empresários que criam estratégias para fugir da crise e sobreviver no mercado inspiram a segunda reportagem especial da série Emprego em Crise, da editoria de Cidades. Medidas como contenção de despesas ou a diversificação da oferta de serviços estão sendo adotadas pelos ludovicenses para não fecharem as portas de seus negócios.

Um dos casos enfoca o casal Lídia Flôr e Edilson Wanderley, que lidava no ramo de restaurante, mas viu o mercado ficar indigesto e partiu para outro setor impulsionado pelo fator crise. Depois de verem os clientes fieis abandonarem as quentinhas para aderirem às marmitas em busca de economia, decidiram apostar numa distribuidora de água mineral. Por enquanto, seguem mantendo os lucros e não pretendem mudar.

A reportagem também mostra que nem todo esforço dá resultado. Segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio), o total de firmas que encerraram as atividades no ano passado é nove vezes maior do que o registrado em 2014. Foram mais de 2,8 mil empresas fechando só em São Luís em 2015. Imagine o reflexo dessa situação na economia estadual.

Em todo o Maranhão, a soma chega 8 mil unidades encerradas, das quais, 34,23% apenas na capital. Em comparação com o ano de 2014, o percentual de aumento no número de empresas fechadas é de 875%. Um dado alarmante e grave, que merece toda a atenção das autoridades.

Os dados apresentados pela Fecomércio são baseados na ferramenta Empresômetro, desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) e pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), que é um censo das empresas, entidades privadas e públicas em atividade no Brasil, portadoras de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), conforme informações da Receita Federal do Brasil (RFB).

Vale ressaltar o mais grave nessa situação: os reflexos da crise se propagam nas comunidades. No caso do fechamento de um restaurante, por exemplo, atinge muitas outras famílias, pois a falência leva à demissão de funcionários e compromete o orçamento de diversas famílias. Imagina a ocorrência de falência em massa, como ocorre hoje. Em busca de sobreviver, eles saem em busca de oportunidades.

E é essa necessidade que leva a empreender, fazendo com que a taxa total de empreendedorismo no Brasil alcançasse 39,3% em 2015. Em números, 52 milhões de brasileiros com idade entre 18 e 64 anos estavam envolvidos na criação ou manutenção de algum negócio. Esse é o tema de entrevista com o diretor-superintendente do Sebrae no Maranhão, João Martins, publicada na Editoria de Economia. Ele faz uma análise do resultado da pesquisa GEM 2015.

A pesquisa mostra o que é sentido nas ruas. Todos buscam uma forma de fugir da crise que assola o país e chega até a mesa do brasileiro, seja porque se perdeu o emprego ou porque o salário já não consegue alcançar a inflação que atinge os produtos essenciais.

E essa situação está presente na vida cotidiana. Todo mundo conhece alguém que perdeu o emprego, ou foi levado a fechar um negócio, ou teve que buscar alternativas para sobreviver no mercado. É uma situação que assombra o brasileiro, pois este já não consegue vencer tantos obstáculos só com o seu conhecido ‘jeitinho’, mesmo sendo a esperança a última que morre.

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