Artigo

A terna e eterna Helena

Atualizada em 11/10/2022 às 12h52

Os pendores helênicos das nossas Helenas que se identificam, na determinação, fidelidade, solidariedade e gratidão fundidas numa palavra de três letras - amor - tinha em Helena Duailibe toda sua magnitude.

Poucas pessoas teriam reunido em torno de si, todo um conjunto de virtudes, como matriarca que disseminava em sua prole, valores exponenciais de uma família cristã e que tiveram efeito multiplicador, gerando exemplos edificantes.

Estou certo de que, ao receber o convite para habitar nos domínios do Senhor, partiu feliz. Não apenas pelo privilégio alcançado, mas também por ter cumprido o seu dever na vida terrena, ao lado do ínclito e leal companheiro Nicolau.

Ela foi dele o maior sustentáculo lhe aconselhando e protegendo em todos os momentos, principalmente amenizando as pressões externas que sofria dos que tentavam enganá-lo, aproveitando-se de sua generosidade. Esta tarefa era completada por Zeca e Henry seus irmãos, que também usavam os freios contra os excessos provocados pelos oportunistas.

Em que pese seu ímpeto na hora de corrigir seus filhos, não perdia a ternura, e era de uma sensibilidade à flor da pele.

Sua partida (nunca desaparecimento), porque eterna nos corações dos que lhe amavam, também me deixou triste e de resto a tantos amigos que colecionou, aos que a admiravam, até mesmo à distância, por terem sido por ela socorridos em momentos difíceis.

Cativante, tinha para com os humildes um especial tratamento e se sensibilizava com seus sofrimentos e os orientava rumo aos melhores caminhos.

O casal se entendia no olhar e Nicolau aprendeu a compreender quando a sua esposa não concordava com ele. Afinal de contas, era uma experiências de muitas décadas de um relacionamento sadio de duas cidadelas morais inexpugnáveis.

Mas ficava preocupada quando Nicolau extrapolava em suas caminhadas trilhando cada quadra do bairro, onde era carinhosamente tratado pelos barbeiros, engraxates, carregadores, ambulantes e os pequenos e médios comerciantes. Mesmo assim, vez por outra ela saia pra dar uma espiada para lhe trazer mais cedo pra casa. Essa lida fraternal fazia parte dessa rotina sentimental.

Foi em vida uma mulher justa e suas avaliações sobre os autênticos amigos, eram cuidadosas e por isso quase sempre acertadas.

Mesmo decepcionada, quando detectava má fé nas atitudes das pessoas, que se acercavam dela, de Nicolau e também de seus filhos, partia em defesa de seu patrimônio familiar, mas com serenidade, ternura e também elevada compreensão.

Seu sorriso se abria largamente, nos momentos gloriosos vividos pelos seus familiares, como nos triunfos profissionais e políticos de Heleninha e Afonso Manuel, nos êxitos empresariais de Miguelzinho e nas estupendas performances de Rafael no mundo do xadrez.

Partilhava também as alegrias de Nicolau com sua outra paixão, o MAC, clube no qual ocupou suas mais importantes posições, ainda que contivesse os exageros dessa participação.

Era assim, Helena Duailibe, um ponto de equilíbrio de uma exitosa unida e exemplar família que com toda justiça deve ser inserida no rol daquelas, consideradas bastiões de resistência e que poderíamos denominar de grandeza familiar.

Feliz entre os querubins e elevada divinal som das harpas angelicais, estará apta a recepcionar os seus amigos quando adentrarem no paraíso.

Haroldo Silva

Jornalista e radialista profissional, NT 591

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