Bairros Independentes

Expansão demográfica implicou em necessidades

Vários bairros surgiram às margens do Maiobão, aumentando às demandas relacionadas à educação, assistência em saúde e principalmente transporte público; questões são tratadas com bom humor, mas persistem e causam transtornos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h53
Van e táxi-lotação são alternativas no transporte de passageiros para a região de Paço do Lumiar
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Tranquilidade em meio ao progresso
Apesar do desenvolvimento na região, há quem não abra mão da simplicidade, como é o caso da dona de casa Rosa Maria Silva Rubim, que mora no bairro Sítio Grande, um dos muitos que se formaram às margens do Maiobão. A casa simples rodeada de pés de jambo, manga, juçara e coqueiros, com as
galinhas e patos que ela cria soltos mesmo, sem muros, nem cercas ao redor da casa, um paraíso para ela. Se ela tem medo de roubo? Sim. Mas prefere levar a vida assim, livre, como vem sendo há 52 anos. “Às vezes, alguém rouba uma galinha. Mas não penso em murar o terreno, porque vai tirar a beleza. Aqui ainda é um pedacinho do céu. Só vou sair daqui se for para o cemitério”, afirmou.

Bumba meu boi de sotaque de matraca é paixão de muitos moradores do Maiobão

Matracas, pandeirões, maracás, tambores e a voz marcante dos cantadores dos grupos de Bumba meu boi arrastam muitos moradores do bairro para os arraiais montados na Grande Ilha

[e-s001]A comunidade tem uma forte ligação com o Bumba meu boi. Na região, são dois os grupos folclóricos: o Boi do Maiobão e o Boi da Maioba, que apesar de não estar nesse bairro, conta com uma grande participação desses moradores. Seja batendo matraca ou pandeirão ou seguindo o ritmo cadenciado vestidos como índias, caboclos de pena ou de fíta, os moradores do Maiobão sempre se fazem presentes nessa manifestação.

O Boi do Maiobão tem 12 anos de história. Tudo começou com uma reunião de um grupo de amigos que participava de outra brincadeira e que decidiu fundar o próprio grupo. Apesar do pouco tempo de história, centenas de pessoas do bairro passaram a acompanhar as apresentações como lembra a vice-presidente do grupo, Siliane Coelho.

Já o Boi da Maioba, um dos mais tradicionais da Ilha, também tem um grande apelo no bairro Maiobão. [continua com já pronto]. A ligação do Maiobão com o Boi da Maioba é forte apesar de a sede do grupo não estar localizada no bairro. O boi, que já tem 118 anos de história, conta com uma forte presença dos moradores do Maiobão nas apresentações do grupo como destaca o presidente do Boi da Maioba, Zé Inaldo.

“Hoje, os integrantes do cordão do Boi da Maioba são 130 figurantes entre os personagens e cantadores. Mas, em apresentação nos arraiais da Ilha são tantos pandeiros e matracas que não dá para calcular o número de participantes. Mas sabemos que o Maiobão respira muito conosco essas raízes culturais”, ressalta o presidente.

Além das apresentações, o bairro também está presente no desfile do Maiobão no encerramento da temporada junina. O desfile que acontece na Avenida 13 do bairro é semelhante ao Lava-Bois em São José de Ribamar e as celebrações a São Marçal, no bairro João Paulo. “Começa umas 10h e encerra 19h agregando 20 a 30 mil pessoas. É uma grande festa. É mais uma forma de darmos contrapartida a essa comunidade que nos dá essa sustentação. Na verdade, o Bumba meu Boi tem sua maior fortaleza na região de Ribamar e Paço do Lumiar, sem querer menosprezar o restante da Grande Ilha”, disse Zé Inaldo.

Maiobeiros
Vitória Rosa Ferreira Ribeiro é uma das matraqueiras do Maiobão. Na casa dela, tem ainda sua mãe, as filhas e sobrinhos também envolvidos com o Boi da Maioba. “Eu sou diretora no boi e bato matraca. A minha mãe já tem 79 anos e ainda bate matraca. A minha filha mais velha já saiu de índia e agora bate pandeiro. A minha filha mais nova é índia. Tem ainda um sobrinho que é caboclo de pena, é o mais novo do Boi da Maioba, e uma sobrinha índia”, detalhou.

Tudo começou com o pai dela. Antigamente, ele era diretor do boi junto com os irmãos que moravam no Anil. Para onde ele ia, a gente ia. Então, começamos a acompanhar ele no boi. Hoje, após 12 anos da morte do patriarca, a paixão pelo grupo é na família. “Eu e minha irmã mais velha ficamos como diretoras do Boi. No período junino é cansativo, mas é bom. Também faço os chapéus de fita. A gente trabalha muito, mas é com amor. É uma diversão. Eu acho que só vou sair desse boi quando eu morrer”, afirmou.

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