Bairros Independentes

Cohatrac vive hoje processo de expansão e valorização imobiliária

Imóveis simples deram lugar a casas amplas ou até mesmo foram demolidos para a construção de vilas de quitinetes; desenvolvimento do bairro atraiu empreendedores

Gisele Carvalho/O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h54

[e-s001]O Cohatrac pode ser considerado hoje um dos prin­­­­­­­­­cipais bairros de São Luís. Sua ampla rede de serviços e de comércio oferece uma maior comodidade para os moradores da região, o que agrega valor aos imóveis construídos na região e impulsiona o crescimento imobiliário em seus bairros e arredores. Parte desse crescimento que vem sendo percebido na região se dá pelo avanço de condomínios e quitinetes, que têm mudado o cenário do Cohatrac.

Limitado pelo Itapiracó e Estrada da Maioba, o Cohatrac é um conglomerado de conjuntos habitacionais formado por: Cohatrac (I, II, III, IV e V), Villagio do Cohatrac, Jardim Araçagy, Jardim das Margaridas, Residencial Primavera, Alvorada, Itaguará (II e III), Cohabiano, Trizidela, Planalto Anil (I, II e III).

Nesses conjuntos, são muitos os condomínios, principalmente em seus bairros periféricos como o Novo Cohatrac. Já se passaram 12 anos desde que o Residencial Vivendas do Cohatrac foi construído. São 16 casas no espaço. A moradora Valéria Rabelo lembra que as unidades custaram R$ 33 mil na época da aquisição e hoje estão sendo vendidas por até R$ 150 mil com as várias alterações feitas nas construções.

Valorização
Assim como nesse condomínio, essa valorização vem sendo percebida pelos consultores imobiliários em toda aquela região. Luís Dorneles de Moraes, diretor comercial da Imobiliária Ronierd Barros, destaca que o Cohatrac é a porta de entrada para uma região que tem se desenvolvido muito com a implantação de novos empreendimentos imobiliários: a divisão entre São Luís e São José de Ribamar, na Estrada da Maioba.

“Hoje, há casas no Cohatrac que variam de R$ 250 mil até R$ 500 mil, no caso daquelas que estão no centro do bairro. Há 10 anos, isso era inimaginável, vender uma casa por es­se valor. Mas isso ocorre hoje exa­tamente porque a potencialização da zona central do Cohatrac é comercial. Grandes empreendedores que migraram para a região compraram cinco a seis casas para poder fazer seus estabelecimentos. Isso valorizou o imóvel e favoreceu todo mundo”, destacou Luís Dorneles de Moraes.

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Ele ressaltou ainda a grande quantidade de pessoas que estão comprando imóveis ou pegando os que já tinham do fim da década de 1970 e início de 1980 e transformando em quitinetes. As antigas casas dão lugar a 16 apartamentos. “Você aluga apartamentos de 30 a 50 m² e tem uma rentabilidade que não teria se alugasse a casa. As pessoas compram alguns terrenos menores também na região e potencializam essa questão de quitinetes”, afirmou.

O consultor imobiliário estima ainda que o crescimento continue por vários anos. “O que a gente espera é que ainda haja um crescimento por um período de cinco a 10 anos. O comércio cresce de acordo com a demanda de serviços, produtos. Como todo aquele entorno está crescendo residencialmente por causa do Minha Casa, Minha Vida e grandes construtoras logo depois do Cohatrac, a gente acredita que teremos um bom crescimento”, disse Luís Dorneles de Moraes.

Contraste
Nos arredores da região conhecida como Cohatrac, o crescimento de imóveis também é visível. Muitos terrenos abrigam atualmente construções de casas e quitinetes em ruas que ainda nem receberam asfalto ou rede de esgoto, o que pode ser visto principalmente no limiar entre os municípios de São Luís e São José de Ribamar. É nessa divisão que fica o Residencial Nova Aurora.

O conjunto habitacional com 1.440 imóveis foi construído pelo programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal, com contrapartida da Prefeitura de São José de Ribamar. As unidades habitacionais possuem área privativa de aproximadamente 40 m², distribuídas em dois dormitórios, sala, cozinha e banheiro, e foram destinadas a famílias com renda de até três salários mínimos.

As moradias começaram a ser edificadas em 2010 e foram entregues aos proprietários em julho de 2013. Já se passaram dois anos e ainda é grande o contraste entre a realidade nos pontos mais valorizados do Cohatrac e a realidade no Residencial Nova Aurora. Não há serviço de correspondência para as casas do bairro. As famílias do local têm apenas uma escola de educação infantil e fundamental na região.

Além da falta de segurança, que é uma reclamação constante dos moradores, somente uma linha de ônibus do transporte público que atende a todo o residencial - a Planalto Anil II.

Para sair ou chegar, é preciso caminhar até as paradas da região do Novo Cohatrac e Cohabiano. Apesar de todos os problemas, os moradores acreditam no desenvolvimento do bairro e seu entorno. “O bairro está se desenvolvendo, não como esperávamos. Mas está caminhado aos poucos”, afirma o presidente da União de Moradores do bairro, Fábio José Ribeiro Pinto.

Bairros
Cohatrac (I, II, III, IV e V)
Villagio do Cohatrac
Jardim Araçagy
Jardim das Margaridas
Residencial Primavera
Alvorada
Itaguará (II e III)
Cohabiano
Trizidela
Planalto Anil (I, II, III)

Bairros limítrofes
Itapiracó
Parque Aurora
Planalto Anil III
Maioba

Barzinhos, lanchonetes, insegurança... a vida noturna do Cohatrac

Thiago Bastos / O Estado

[e-s001]Entre barzinhos e lanchonetes (que oferecem cardápios variados que vão desde a tradicional pizza, passando pelo churrasquinho até a comida japonesa) e o medo da insegurança, a população do Cohatrac se divide, durante a noite, entre o temor de ser assaltado e a fome. Apesar do receio, muita gente – mesmo nos dias de semana – ousa sair de casa para curtir “uma comida fora” num dos bairros mais populares de São Luís.

Nas pizzarias, é comum ver famílias reunidas, ou amigos conversando e colocando os assuntos em dia, entre uma fatia e outra. Em um destes estabelecimentos, a família da agente de crédito, Cidilene Gomes, comemorava o seu aniversário. O seu esposo, Luís Alberto Martins, apesar do momento descontraído, relatou a O Estado que sair de casa no Cohatrac também significa estar sujeito a assaltos. “Hoje, apesar de a gente morar num bairro com muitas opções, a gente ousa quando sai de casa para comer alguma coisa. Em todo o caso, a gente vem cedo para não ter problema”, disse.

O dono da pizzaria, Domingos dos Santos Costa, destacou que a capacidade de surgimento de novos empreendimentos no Cohatrac diminuiu diante da insegurança. “Tenho este estabelecimento há 25 anos. Tomo as minhas precauções como empresário. Não penso agora em deixar o bairro, já que pelo tempo em que estou aqui, tenho muitos consumidores fiéis”, disse.

Outros donos de estabelecimentos de alimentos no bairro relataram que houve queda no faturamento, devido à insegurança. “Por noite, eu vendia até 150 churrasquinhos por dia. Agora vendo apenas 70. Acho que é pela insegurança sim”, disse Zózimo Frós Soares, dono de uma banca que vende churrasquinho na avenida principal do Cohatrac.

Mesmo com a insegurança relatada por moradores, existem empreendimentos no bairro que investem em seus negócios, ampliando o atendimento. Uma rede de venda de lanches, por exemplo, a Fest Lanches (também na avenida principal do Cohatrac), comercializa alimentos até durante as madrugadas. “É uma forma de atrair uma clientela que sai à noite e não tem onde comer mais tarde”, disse a gerente do local, Valdeny Costa Souza.

Ela relatou ainda que, no local onde funciona o empreendimento, há câmeras de segurança e dois vigilantes por noite. “Até agora, não sofremos assaltos. Mas os proprietários decidiram não esperar e tomar medidas de precaução”, disse a gerente.

Segurança
A Polícia Militar do Maranhão (PM) informou que mantém, durante a noite, rondas com o objetivo de zelar pela paz e segurança no bairro. A Polícia Civil possui o Plantão permanente do bairro, em que podem ser registradas ocorrências de crimes.

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