SÃO LUÍS - Os ônibus do sistema semiurbano da Grande São Luís, que fazem linha para Paço do Lumiar, Raposa e São José de Ribamar, têm até 48 horas para normalizar a circulação nas ruas. O prazo foi definido durante uma reunião realizada na tarde desta quarta-feira (26) entre a Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB), o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET) e Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão (Sttrema).
Além do retorno da circulação da frota do sistema semiurbano, foi definido que algumas linhas farão o percurso até o Centro de São Luís, ao invés de irem apenas até os terminais de integração, com o intuito de minimizar os transtornos causados pela paralisação dos rodoviários.
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Já as linhas que atendem exclusivamente o município de São Luís seguem paralisadas, sem acordo firmado entre os rodoviários e a prefeitura da capital. “Chegamos a conclusão de que o semiurbano pode sim retornar. Então, ficou do SET dialogar com as empresas e, também, o Sindicato dos Rodoviários dialogar com os trabalhadores para retornar esse serviço no prazo de até 48h para que possamos tomar essa parte da população e ter seu transporte público muito bem retomado”, afirmou Adriano Sarney, presidente da MOB, em entrevista ao repórter Rodrigo Bonfim, da rádio Mirante AM.
De acordo com o presidente do Sttrema Marcelo Brito, a situação foi instaurada pela falta de pagamento. "Nesta situação, fica a gente aí na ponta, jogados, nesse repasse que dizem que fazem, e não fazem. Então, a gente quer saber se nós vamos receber nosso devido pagamento pra poder a gente voltar a rodar. Em 48 horas ficaram de resolver a situação para a gente voltar a rodar o semiurbano”, relatou.
Em entrevista coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (26), o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), anunciou um pacote de medidas para o transporte público da capital. O anúncio foi feito em meio a uma greve que afeta o sistema desde a terça (25). “Se nós não revisarmos o contrato de concessão e realizássemos uma nova licitação hoje, ela seria realizada com base nesse contrato. Um contrato ruim”, disse o prefeito.
Paralisação
A paralisação no transporte público da Grande Ilha foi confirmada pelo Sindicato dos Rodoviários após após audiência de mediação no Ministério Público do Trabalho (MPT), realizada na tarde de segunda-feira (24), e iniciada na manhã desta terça-feira (25). A categoria reivindica a assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho feita no início de 2023 para que haja um reajuste salarial de 7%.
De acordo com o Sindicato dos Rodoviários, o objetivo do encontro foi tentar fazer com que o SET cumprisse o acordo firmado com os rodoviários e assinasse a Convenção Coletiva de Trabalho, que garante os direitos dos trabalhadores, mas as empresas alegaram que não têm caixa para garantir os salários deste mês. Ainda de acordo com o SET, a situação chegou a esse ponto devido a falta dos subsídios que vinham sendo repassados pelo município de São Luís e Governo do Maranhão, que regulamentam, respectivamente, o transporte urbano e semiurbano na Região Metropolitana de São Luís.
Na mediação no MPT, o município de São Luís e o Governo do Maranhão foram representados pela Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) e pela Agência de Mobilidade Urbana (MOB). Ambos não deram qualquer posicionamento sobre quando irão regularizar os repasses dos referidos subsídios, e, com isso, o SET reafirmou que nestas condições, não assinaria a Convenção Coletiva de Trabalho.
"O SET lamenta essa postura dos entes públicos, mas continuará envidando todos os esforços para a regularização imediata dos serviços, conclamando o Sindicato dos Motoristas para que não paralisem os serviços, evitando transtornos para milhares de pessoas da sociedade e usuários do transporte público", diz a nota divulgada pelo SET após a mediação
Ilegal
A Justiça do Trabalho considerou, no início da madrugada nesta terça-feira (25), ilegal a paralisação de 100% dos serviços do transporte público. O desembargador José Francisco de Carvalho Neto atendeu, em partes, pedido da Prefeitura de São Luís contra os sindicatos dos Rodoviários e das Empresas determinando que 70% da frota continue funcionando com uma multa diária de R$ 50 mil caso haja desobediência.
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