SÃO LUÍS - A Polícia Civil continua com o processo de investigação das causas do incêndio nas salas de cinema do Rio Anil Shopping, que ocorreu na última terça-feira (7) e matou duas jovens, além de deixar 21 pessoas feridas. De acordo com os investigadores da Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), o que já se sabe é que a rede de cinemas Cinesystem informou a presença de goteiras no teto e a administração do centro comercial contratou uma empresa para fazer os reparos.
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Agora, as equipes da Polícia Civil querem descobrir se o Cinesystem sabia que o conserto no teto do Rio Anil Shopping seria realizado na última terça-feira e se os trabalhadores tinham qualificação para o serviço. A SHPP já sabe qual é a empresa responsável pela obra e também teve acesso ao orçamento para a realização do trabalho.
Um dos gerentes gerais da rede Cinesystem veio de Curitiba a São Luís e prestou depoimento à Polícia Civil na tarde de sexta-feira (10). Também estão previstos os depoimentos de outros dois gerentes locais da rede de cinemas na próxima semana.
O Corpo de Bombeiros trabalha com a tese de que a obra realizada no teto do Rio Anil Shopping seria a casa do incêndio nas salas do Cinesystem. Em entrevista ao g1 MA na última quarta-feira (8), o comandante-geral do CBMMA, coronel Célio Roberto, ressaltou que fazer qualquer tipo de manutenção em horário de movimentação no shopping é um ato irregular. O tenente-coronel José Lisboa, por sua vez, falou sobre os materiais encontrados durante a fase de perícia no teto do shopping.
"A gente já encontrou alguns materiais presentes na cena que podem ter ligação com a origem do fogo. Chegamos a encontrar rolos de manta térmica. Na parte do telhado também encontramos luvas, possivelmente de operários que estavam no local. Isso é importante porque a gente associa esse trabalho (no teto) à presença de um agente de calor. Há um forte de indício de ligação com a origem do fogo", disse o tenente-coronel.
Perícia concluída
O CBMMA disse que finalizou, neste sábado (11), o trabalho de colhimento de provas no Rio Anil Shopping após cinco dias de perícia, porém, não deu um prazo para o estabelecimento voltar a funcionar. Os Bombeiros informam que é necessário um laudo da perícia, que vai avaliar as condições de comprometimento da estrutura do shopping, principalmente do forro, que ficou encharcado pela água usada para apagar as chamas do incêndio.
A orientação dos Bombeiros é de que o forro do teto do Rio Anil Shopping seja trocado, a fim de não oferecer perigo aos frequentadores do local no futuro.
Em nota, o Rio Anil Shopping disse ter aberto um procedimento interno para investigar as causas do incêndio. Além disso, o centro comercial informou que está prestando atendimento às vítimas e colaborando na investigação das autoridades.
Tragédia
O incêndio no Rio Anil Shopping teve início por volta das 16h desta terça-feira (7), nas salas do cinema Cinesystem, que ficam no terceiro pavimento do centro comercial. Duas jovens morreram, e 21 pessoas ficaram feridas, sendo que duas delas ainda estão internadas em hospitais particulares de São Luís.
A primeira morte confirmada na tragédia foi a de Evellyn Gusmão Gomes Silva, de 16 anos, cujo corpo foi encontrado nos escombros das salas de cinema por volta das 22h30 de terça-feira. Apesar do corpo da jovem ter sofrido queimaduras de 2º grau, os legistas do Instituto Médico Legal (IML) afirmam que a causa da morte foi asfixia por gás carbônico, substância presente na fumaça causada pelo incêndio. Evelyn foi velada e enterrada na quarta-feira (8), em São Luís.
A outra vítima do incêndio no Rio Anil Shopping foi Yasmin Gomes Campos, de 21 anos. O corpo de Yasmin, localizado por volta de 1h30 de quarta-feira (8), só foi identificado após um exame de DNA feito a partir de uma amostra do fêmur, devido ao estágio avançado de carbonização.
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