SÃO LUÍS - O usuário do transporte público de São Luís sempre olha com desconfiança quando os rodoviários divulgam indicativos de greve. O argumento para embasar a desconfiança é o de que há uma “combinação” entre os trabalhadores e os empresários do transporte público da capital.
É compreensiva a visão dos que estão sendo prejudicados com um serviço de qualidade duvidosa e com tarifas altas para a maioria dos usuários que vive de um salário mínimo e que R$ 0,10 de aumento de passagem faz diferença no fim do mês.
No entanto, é preciso ressaltar que o problema do sistema de transporte de São Luís não se resume a esta “combinação” de interesses: aumento salarial igual a reajuste de tarifas. Não, definitivamente não é isto.
O sistema tem problemas históricos. Primeiro contratos precários que duraram décadas, depois uma licitação que prometeu dias melhores e, por fim, regras dos contratos pós licitação completamente ignoradas pelos poder público e, especialmente, pelos empresários.
O resultado é o caos. Já ocorreram duas greves de rodoviários em menos de seus meses de intervalo de uma para outra. Liberação de dinheiro público para os empresários por meio de subsídio e ainda uma outra tanta série de benefícios que vão desde ampliação do tempo do ônibus em circulação até redução de frota.
No meio de toda esta confusão (que envolve interesses diversos pelo caos) está o usuário. São, em São Luís, mais de 700 mil. Ou seja, 70% praticamente da população. São estas pessoas as vítimas diretas dos problemas sem solução prática no sistema de transporte.
É da Prefeitura de São Luís gerir todo o sistema. O serviço é público. Existe somente uma concessão, mas é o poder público a obrigação de garantir o direito de ir e vir do cidadão. Argumentos como a relação é trabalhista, não cabe a prefeitura ou, então, que o problema foi resolvido quando a “solução” na verdade foi um paleativo.
Há cerca de seis dias para que a terceira greve em menos de 3 anos seja deflagrada. Este tempo é suficiente para que a Prefeitura de São Luís e os empresários sentem à mesa para evitar a nova paralisação.
Mas o certo é que as partes envolvias neste sistema de transporte público já tivessem soluções de fato para evitar os enormes transtornos aos usuários.
O serviço de transporte público
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