Trabalho escravo

Maioria dos trabalhadores resgatados em condição análoga à escravidão no país sai do Maranhão

Entre 2003 e 2021, 8.636 maranhenses foram resgatados em situação análoga à escravidão.

Imirante, com informações da TV Mirante

Atualizada em 04/01/2023 às 07h08
MPT-MA recebeu 80 denúncias de trabalho escravo no Estado em 2022.
MPT-MA recebeu 80 denúncias de trabalho escravo no Estado em 2022. (divulgação / Ministério do Trabalho e Previdência)

SÃO LUÍS - O Maranhão é o Estado que mais exporta trabalhadores em condição análoga a de escravo, de acordo com o Observatório da Erradicação do Trabalho Escravo

Entre 2003 e 2021, 8.636 maranhenses foram resgatados nesta situação análoga à escravidão. O número é mais que o dobro do segundo lugar da lista, que é o Estado de Minas Gerais, com 4.126 trabalhadores resgatados.

Em 2022, o Ministério Público do Trabalho do Maranhão (MPT-MA) recebeu 80 denúncias de trabalho escravo no Estado. A partir das investigações, foram realizadas 14 forças tarefas que resgataram mais 80 pessoas exercendo trabalho análogo à escravidão em 19 municípios maranhenses.

Operações

Entre os dias 8 e 12 de novembro de 2022, a polícia Rodoviária Federal (PRF) resgatou 11 trabalhadores que estavam sendo submetidos a uma condição análoga à escravidão no município de Imperatriz, no sul do Maranhão.

A ação se deu em conjunto ao Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho e Previdência, Defensoria Pública da União e Polícia Federal em carvoarias de Imperatriz e região.

Também em novembro do ano passado, a Polícia Federal cumpriu um mandado de prisão preventiva contra um empresário no município de Grajaú. O homem, que não teve sua identidade revelada, foi detido no âmbito da segunda fase da Operação Sem Descanso, que tem como objetivo reprimir o crime de submissão de trabalhadores à condição análoga à escravidão em carvoarias do Maranhão.

A investigação da PF começou a partir do resgate de 11 pessoas no município de Mirador, em julho de 2021, pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Maranhão. As vítimas trabalhavam em carvoarias e estavam sendo submetidas a uma jornada de trabalho exaustiva, principalmente os carbonizadores e as cozinheiras, com 40 dias de trabalho ininterrupto. Após a longa jornada, as vítimas recebiam o pagamento "mensal", obtendo cinco dias de folga, incluindo o dia de ida e volta para casa.

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