Fim da greve

Ônibus voltam a circular após reajuste de 8% nos salários dos rodoviários da Grande São Luís

Impasse entre patrões e empregados durou 43 dias, com várias reuniões sem acordo, mas chegou ao fim nessa quarta-feira.

Imirante.com

Atualizada em 31/03/2022 às 08h31
Ônibus voltaram a circular nesta quinta-feira em São Luís. Foto: Juliana Chaves/Grupo Mirante.
Ônibus voltaram a circular nesta quinta-feira em São Luís. Foto: Juliana Chaves/Grupo Mirante.

 

SÃO LUÍS – Os ônibus do transporte público voltaram a circular nas primeiras horas desta quinta-feira (31), após mais de 40 dias de movimento grevista. Nos últimos dois dias, os usuários dos coletivos amargaram a paralisação de 100% da frota e tiveram que recorrer ao transporte alternativo, gastando mais com o deslocamento pela Grande São Luís.

O impasse entre rodoviários e empresários do transporte público chegou ao fim durante reunião na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MA), na tarde dessa quarta-feira (30), após várias outras tentativas de negociação. Ficou acertado o reajuste de 8% nos salários e no tíquete-alimentação dos trabalhadores dos coletivos.

“O município fez a seguinte proposta, com o intuito de acabar com o movimento grevista: A manutenção do pagamento referente ao Cartão Cidadão, no valor de um milhão e meio de reais. Além disso, se compromete em fazer o repasse que garante o reajuste de 8%, tanto nos salários, como no ticket alimentação dos trabalhadores”, informou a assessoria de Comunicação do Sindicato dos Rodoviários (Sttrema).

Com a solução apresentada, o sistema de transporte público em São Luís voltou a operar normalmente nesta quinta. “Depois de todos esses meses de intensas negociações e a deflagração de um movimento grevista que durou mais de 40 dias, chegamos a um percentual, em que poderíamos sentar retomar as discussões. De fato, 8% de reajuste nos salários e no tíquete não é o ideal, mas sem dúvida, não deixa de ser uma importante conquista, já que durante todo esse tempo, não tínhamos a garantia nem de 1% de aumento em nossos salários. A luta foi difícil, foi árdua, inclusive, com mandados de prisão expedidos para toda a diretoria do nosso sindicado, mas mesmo diante de todas essas situações, conseguimos garantir o nosso reajuste”, ressaltou Marcelo Brito, presidente do Sindicato dos Rodoviários.

 

População sofreu com a falta dos serviços do transporte público por alguns dias. Juliana Chaves/Grupo Mirante.
População sofreu com a falta dos serviços do transporte público por alguns dias. Juliana Chaves/Grupo Mirante.

 

A audiência que foi conduzida pela desembargadora Márcia Andréa Farias da Silva, com a presença dos secretários municipais de Governo e da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) e do procurador do Município. 

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43 dias de greve

Os rodoviários de São Luís deflagraram a greve geral do transporte público da Grande São Luís nas primeiras horas do dia 16 de fevereiro. Os rodoviários exigiam um reajuste de 12% nos salários, tíquete-alimentação de R$ 800, inclusão de um dependente no plano de saúde, regularização dos salários atrasados e emprego assegurado para os cobradores de ônibus.

Antes do início da greve, no dia 14 de fevereiro, o prefeito Braide já havia anunciado a prorrogação, por mais dois meses, do auxílio emergencial ao setor do transporte público da capital.

 

Terminal da Praia Grande ficou deserto por vários dias em razão da greve. Foto: Matheus Soares/Grupo Mirante.
Terminal da Praia Grande ficou deserto por vários dias em razão da greve. Foto: Matheus Soares/Grupo Mirante.

 

Tarifa mais cara

Em meio ao movimento grevista dos rodovirários, passou a valer no dia 27 de fevereiro de 2022 o novo preço das passagens dos ônibus do transporte coletivo urbano da capital maranhense. O aumento foi de R$ 0,20. A tarifa das linhas não integradas (aquelas que não entram nos terminais) custa R$ 3,40, e as integradas estão em R$ 3,90.

Redução da frota

Em meio ao impasse, no dia 23 de março, uma decisão da desembargadora Solange Cristina Passos de Castro, do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (Maranhão), autorizou a redução da frota de ônibus. O percentual que estava circulando na Grande São Luís antes da determinação era de 80%, e caiu para 60% até ser deflagrada a paralisação total. 

Quem sofreu durante todo esse tempo foi o usuário do transporte público que precisou desembolsar mais. Nas ruas, quem tinha que se deslocar para o trabalho ou outro compromisso recorria às vans, táxis-lotação (carrinhos), mototáxis ou carros de aplicativo, pagando bem mais caro.

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