Paralisação

Sem ônibus: greve de rodoviários volta a ser deflagrada em São Luís

Trabalhadores querem reajuste salarial em 2022 e pedem que os empregos dos cobradores sejam mantidos.

Imirante.com

Atualizada em 26/03/2022 às 18h20
Empresas de ônibus paralisadas nesta manhã. Foto: Olavo Sampaio/TV Mirante.
Empresas de ônibus paralisadas nesta manhã. Foto: Olavo Sampaio/TV Mirante.

SÃO LUÍS – Os rodoviários cruzaram os braços, e esta quarta-feira (16) começou sem ônibus na capital. Como já aconteceu várias vezes, os transtornos logo são percebidos pelos usuários do transporte público.

Quem precisa se dirigir ao trabalho, por exemplo, recorre a outros meios de locomoção pela cidade, como vans, mototáxi ou serviço de transporte por aplicativo.

A decisão sobre o início da greve veio após assembleia geral realizada na manhã dessa terça-feira (15). Segundo a assessoria de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão (Sttrema), os trabalhadores se reuniu para tratar do impasse com os patrões, que “seguem intransigentes, sem querer garantir os direitos da categoria”.

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Usuários do transporte público amargam espera nas paradas. Foto: Wellington Gonçalves/Grupo Mirante
Usuários do transporte público amargam espera nas paradas. Foto: Wellington Gonçalves/Grupo Mirante

Os trabalhadores querem reajuste salarial de 15%, R$ 800 no tíquete-alimentação, inclusão de mais um dependente no plano de saúde e a regularização dos salários atrasados, além de que sejam assegurados os empregos dos cobradores de ônibus. A categoria também reclama dos constantes casos de violência dentro dos coletivos.

Na semana passada, durante audiência no MPT-MA, os empresários fizeram uma proposta para os trabalhadores: conceder reajuste salarial de 5%, mas mediante, a demissão de todos os cobradores do sistema. "O percentual oferecido, não chega nem próximo das perdas inflacionárias sofridas no decorrer do último ano, isso sem falar, que está fora de cogitação, qualquer possibilidade de demissão de trabalhadores do sistema", segundo o Sttrema. Nos últimos dias, nenhuma outra contraproposta foi apresentada pelos patrões, ainda conforme o sindicato.

O que diz a SMTT

A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) afirmou que "o Município de São Luís vem cumprindo o acordo firmado em novembro do ano passado com os sindicatos dos empresários e rodoviários, no repasse do auxílio emergencial ao sistema de transporte público, no valor de R$ 4 milhões mensais".

Além disso, a pasta acrescentou que "o auxílio emergencial foi prorrogado por mais dois meses (fevereiro e março), totalizando R$ 20 milhões ao setor em cinco meses. Desse modo, espera-se o entendimento entre trabalhadores e empresários para o fim da paralisação", informou por meio de nota.

Rodoviários estão de braços cruzados hoje. Foto: Wellington Gonçalves/Grupo Mirante.
Rodoviários estão de braços cruzados hoje. Foto: Wellington Gonçalves/Grupo Mirante.

80% da frota

O Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA) determinou, ainda na noite de ontem, que o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão (Sttrema) mantenha 80% da frota do transporte público da Região Metropolitana de São Luís em circulação durante a greve. As decisões liminares são do desembargador Luiz Cosmo da Silva Junior, que atendeu a um pedido do Município de São Luís, e da desembargadora Solange Cristina Passos de Castro, após requerimento do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET).

As decisões liminares do TRT-MA ressaltam que o Sttrema não poderá fazer qualquer medida de protesto alternativo durante a greve, como a circulação de veículos sem cobranças de passagens, "Operação Tartaruga", barricadas nas portas de garagens ou impedir rodoviários que não queiram aderir ao movimento de trabalhar. Caso não cumpra o mínimo de 80% da frota do transporte público em circulação na Região Metropolitana de São Luís ou faça algum desses protestos previstos na liminar, o Sindicato dos Rodoviários terá de pagar multa diária de R$ 50 mil.

Paralisação anterior

A greve geral anunciada pelo Sttrema ocorre quase quatro meses após o encerramento da última paralisação no sistema de transporte público na Grande São Luís, que durou 12 dias, chegando ao fim no dia 1º de novembro de 2021, após acordo feito entre a Prefeitura de São Luís, o Sindicato dos Rodoviários e o SET. Na ocasião, os rodoviários receberam reajuste de 5% no salário e de 6% no cartão-alimentação, além de não terem descontos salariais por causa da paralisação.

Durante a greve, cerca de 700 mil usuários do sistema de transporte público foram prejudicados e tiveram que procurar outras alternativas para se locomoverem nos quatro municípios da Região Metropolitana de São Luís. Em meio à paralisação, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, anunciou uma troca na pasta da Secretaria de Trânsito e Transportes (SMTT), com Diego Baluz assumindo o cargo de secretário, substituindo Cláudio Ribeiro.

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