São Luís caminha para o segundo fim de semana sem ônibus. E a afirmação não pode ser considerada exagero diante da perspectiva zero de acordo entre os trabalhadores e os empresários do sistema de transporte público da capital. A reunião marcada para ocorrer na quinta-feira, 28, não aconteceu e nada disseram as partes envolvidas no imbróglio que atinge mais de 700 mil usuários do transporte público.

E enquanto o debate não avança, o problema tem sido usado politicamente com defensores e atacantes como se estivessem em uma torcida de futebol. De um lado, adversários do prefeito de São Luís Eduardo Braide (Podemos) cobrando solução, mas sem apresentar possibilidades. De outro, adversários do governador Flávio Dino (PSB) tentando colocar a greve na responsabilidade do comandante do Palácio dos Leões.

De fato, constitucionalmente, é de competência dos municípios o serviço de transporte público, o que não inviabiliza um diálogo entre os chefes do Poder Executivo do estado e do município para tentar resolver o problema e assim parar de penalizar a população.

Mas Eduardo Braide e Flávio Dino não querem o diálogo. Braide - como o responsável pelo serviço - deveria buscar apoio do governo estadual, mas não o faz porque é adversário político de Dino, que, por sua vez, não faz qualquer gesto para contribuir com a resolução do impasse.

O conceito de que política é a arte do bem comum, neste momento em São Luís, é totalmente colocado de lado. O que vale é a picuínha política. E neste uso ruim da greve dos rodoviários estão inclusos ainda a bancada federal do Maranhão em Brasília - deputados federais e senadores - os deputados estaduais e os vereadores.

E nas querelas políticas, o povo vai sendo prejudicado. a frágil economia de São Luís fica ainda mais fragilidade e a população enfrenta e assiste apática toda a dificuldade sem nada reclamar.

É um caos instalado!

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