SÃO LUÍS - A deputada estadual Detinha (PL) criticou nesta terça-feira, 26, em discurso na Assembleia Legislativa, a operação deflagrada no início do mês pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Maranhão que culminou com o cumprimento de mandados de busca e apreensão em sua casa, onde vive com o marido, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL).
Ambos foram alvo, juntamente com aliados e parentes do interior do estado, da Operação Maranhão Nostrum, que os acusa de participar de um esquema que pode ter desviado até R$ 159 milhões em recursos públicos destinados a prefeituras ligadas ao grupo.
Em seu pronunciamento, a parlamentar reforçou tese que vem sendo defendida por Josimar desde a deflagração da ação, de que ambos foram alvo de perseguição política, após romperem com o governador Flávio Dino (PSB). Ela e o marido já haviam promovido, na noite de segunda-feira, 25, uma live com seus advogados defendendo esse ponto de vista.
Em apartes, os deputados Hélio Soares, Leonardo Sá e Vinícius Louro, todos da bancada do PL na Casa, prestaram solidariedade à deputada.
O deputado César Pires (PV) solicitou posicionamento público da Procuradoria da Mulher da Assembleia em defesa de Detinha. Manifestaram-se, ainda, os deputados Zé Inácio (PT), Fábio Braga (SD) e Socorro Waquim (MDB).
Suspensão - Todos os atos referentes à Operação Maranhão Nostrum estão suspensos desde a sexta-feira passada, 22, por decisão do desembargador Antônio Bayma Araújo, do Tribunal de Justiça do Maranhão.
Ele concedeu liminar em mandado de segurança protocolado pelos advogados do ex-prefeito de Araguanã Valmir Amorim (PL), também alvo da ação.
No despacho, o magistrado anulou a decisão do juiz Ronaldo Maciel, da 1ª Vara Criminal de São Luís, e determinou a paralisação de toda a investigação. Ele também determinou a devolução de bens apreendidos.
O argumento é o de que a competência para julgar o caso seria do próprio TJ, uma vez que Josimar era deputado estadual quando dos fatos investigados.
A decisão vale até o julgamento do mérito do mandado de segurança impetrado pela defesa do parlamentar.
Ao comentar a decisão ainda na semana passada, Josimar fez referência ao dia 22 de outubro – coincidentemente também o número do seu partido -, e disse que “predominou a verdade”.
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