Análise

Em São Luís, população sofre com paralisação do transporte público

Há cerca de dois dias, rodoviários cruzaram os braços reivindicando aumento salarial e outras melhorias de serviço

Carla Lima/Editora de Política

Atualizada em 26/03/2022 às 19h21
Motoristas não saíram das garagens nesta quarta e quinta-feira
Motoristas não saíram das garagens nesta quarta e quinta-feira (Foto: Adriano Soares / Imirante.com)

Já são dois dias que mais de 700 mil usuários do transporte coletivo de São Luís estão sem poder usar o serviço público. Os rodoviários – motoristas e cobradores – decidiram paralisar suas atividades como forma de reivindicar aumento salarial. Empresários do setor alegam que reajuste salarial somente pode ser concedido mediante aumento da tarifa do transporte. Prefeitura de São Luís garante que não haverá aumento.

Diante do impasse, a população da capital está sendo penalizada sem um horizonte de se livrar dos prejuízos que vem tendo. E pior: além de não ter transporte público, os usuários do sistema ainda convivem com a sombra da possibilidade de pagar ainda mais pelo serviço que não tem boa qualidade.

Considerando ser o transporte coletivo uma concessão pública, nada mais lógico de que o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (Podemos), se posicionar na liderança para resolver a triste questão. Mas não foi isto que aconteceu.

A Prefeitura entrou com ações judiciais para tentar impedir o direito Constitucional do trabalhador reivindicar melhores salários e condições de trabalho. Uma fórmula conhecido no Maranhão já que, na gestão estadual com Flávio Dino (PSB), poucas ou quase nenhuma categoria ligada ao serviço público conseguiu escapar de uma decisão judicial para impedir greves.

A gestão de Braide até teve decisão favorável, mas pelo histórico de outras greves de rodoviários e as negociações com Justiça e empresários, as multas aplicadas por descumprir decisões judiciais são sempre retiradas, logo, manter a paralisação mesmo com a proibição da Justiça.

O fato é que Eduardo Braide deveria ter agido antes para evitar a greve e os transtornos aos usuários do transporte público. Deveria ter sentando à mesa – mesmo com a questão trabalhista privada – para tentar solucionar a questão.

Não fez, tenta usar a “força”, não adianta e a população está a 48 horas sem poder se locomover.

Resta saber agora, se Braide vai conseguir manter a decisão de que não haverá aumento de passagem. Há quem aposte que para evitar o reajuste no valor das passagens, o prefeito de São Luís vai subsidiar o sistema nos meses de novembro e dezembro. Depois disto, por força do contrato feito após licitação, haverá sim reajuste da tarifa.

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