O que se sabe e o que falta saber sobre o caso do ovo da Páscoa 'envenenado'
Um menino de sete anos morreu, enquanto a mãe, Mirian Lira Rocha, de 32 anos, e a irmã, Evely Fernanda Costa Silva, de 13 anos, seguem internadas no hospital.
IMPERATRIZ - A Polícia Civil do Maranhão segue com as investigações no caso da família que comeu um ovo da Páscoa e, em seguida, passou mal em Imperatriz, no Maranhão. Um menino de sete anos morreu, enquanto a mãe, Mirian Lira Rocha, de 32 anos, e a irmã, Evely Fernanda Costa Silva, de 13 anos, seguem internadas no hospital.
A principal linha de investigação indica que o ovo de Páscoa estava envenenado, mas ainda não houve confirmação. A suspeita do crime, Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, foi transferida no domingo (20) para a Unidade Prisional de Ressocialização Feminina de São Luís (UPFEM). Ela confessou ter comprado o ovo, mas nega o envenenamento.
- Como o ovo chegou até a casa das vítimas?
As investigações da Polícia Civil apontam que Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, comprou o ovo da Páscoa em um supermercado, em Imperatriz, no dia 16 de abril, por volta das 15h41. A compra foi flagrada em um vídeo do estabelecimento e mostra Jordélia usando uma peruca e óculos escuros.
Na noite do mesmo dia, o ovo foi enviado por um motoboy, como se fosse um presente, para a casa de Mirian Mirian Lira, uma das vítimas. Havia um bilhete na encomenda: "Com amor, para Mirian Lira. Feliz Páscoa".
A mãe e os dois filhos comeram o ovo e passaram mal. A criança, identificada como Luís Fernando Rocha Silva, de sete anos, morreu.
2. Qual o estado de saúde das vítimas?
Luís Fernando, de sete anos, que morreu, teve o corpo enterrado no dia 18 de abril. A mãe de Luís, Mirian Lira, de 32 anos, e a filha, Evelyn Fernanda Rocha Silva, de 13 anos, seguem internadas no Hospital Municipal de Imperatriz.
Segundo a família de Mirian, ela estava em estado grave e chegou a ser entubada em uma UTI, mas foi extubada na tarde desse domingo (20) e está em um leito de enfermaria. Ainda de acordo com familiares, ela já consegue se comunicar e apresenta boa evolução, embora ainda esteja sem movimentar o corpo.
Já Evelyn Fernanda, de 13 anos, segue internada na UTI II e apresentou piora clinica, neurológica e hemodinâmica, considerável nas últimas 24h, de acordo com o último boletim médico, divulgado na manhã dessa segunda.
O Hospital Municipal de Imperatriz informou, ainda, que a adolescente está mantendo-se hipotensa (com pressão baixa), mesmo com medicações otimizadas para manter a pressão arterial minimamente estável.
3. Como a polícia localizou a suspeita?
Além das imagens de câmeras de segurança, comprovantes de compras e depoimentos ajudaram a Polícia a localizar e apontar Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, como principal suspeita de envenenar Mirian e os filhos.
As primeiras informações foram montadas ainda na noite do dia 16 de abril. O depoimento do namorado de Mirian, uma das vítimas, ajudou a polícia a chegar em uma ex-namorada dele que poderia ter envolvimento com o caso.
A mulher foi identificada como Jordélia Pereira, de 35 anos, de Santa Inês (MA), e que ficou hospedada em um hotel em Imperatriz (MA) na noite do crime. Imagens de segurança mostram Jordélia deitada em um sofá da recepção.
A irmã de Mirian também contou que, após receber o ovo de páscoa, a vítima recebeu uma ligação de uma mulher perguntando se ela havia recebido o chocolate. Mirian chegou a questionar quem era, mas a mulher não disse o nome mas falou que 'ela saberia' quem ela era.
Depois, a polícia descobriu que Jordélia havia saído de Imperatriz de volta para Santa Inês. Ela foi interceptada e presa quando estava descendo do ônibus intermunicipal. Com ela, foram encontradas duas perucas (uma loira e outra preta) e restos de chocolates, além de bilhetes de passagens de ônibus.
4. Qual a motivação do crime?
A suspeita Jordérlia Pereira é ex-esposa do atual namorado da vítima e teria cometido o crime por ciúmes e vingança, segundo a polícia. Jordélia estaria inconformada com o fim do relacionamento e com o fato de o ex-marido estar se relacionando com Mirian.
5. Há outras linhas de investigação?
Até o momento, a principal linha de investigação aponta unicamente para Jordélia como principal suspeita do crime. Segundo a polícia, o motoboy não é considerado suspeito, assim como o atual namorado de Jordélia.
No entanto, a polícia diz que, se surgirem indícios de participação de outras pessoas no crime, eles também devem ser indiciados.
6. O que os laudos periciais apontaram sobre o ovo?
O laudo do ovo de Páscoa ainda não foi divulgado pelo Instituto de Criminalística. Há ainda o laudo cadavérico de Luís Fernando que podem comprovar o envenenamento do produto.
No entanto, a polícia já tem alguns indícios de que o ovo tenha sido supostamente envenenado com ‘chumbinho’, com base no material apreendido com Jordélia, no dia em que foi presa. Essa suspeita, porém, também ainda precisa ser comprovada.
7. Quais são os próximos passos da investigação?
Jordélia Pereira, de 35 anos, foi transferida no domingo (20) para a Unidade Prisional de Ressocialização Feminina de São Luís (UPFEM). Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP), ela deve permanecer no presídio à disposição da Justiça durante o curso das investigações.
Os próximos passos das investigações dizem respeito ao resultado dos laudos que podem comprovar o envenenamento do ovo de Páscoa e o envolvimento direto de Jordélia no crime, assim como a possível participação de outras pessoas.
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