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Imagens mostram suspeita de envenenar família de Imperatriz comprando chocolates; crime teria sido motivado por ciúmes

A suspeita, presa nessa quinta (17), é ex-namorada do atual companheiro de Mirian Lira, de 32 anos, que é uma das vítimas.

Imirante.com, com informações do g1-MA

IMPERATRIZ - Ciúme e vingança podem ter sido a motivação para uma mulher envenenar um ovo de Páscoa e enviar para uma família de Imperatriz, no Maranhão, segundo a investigação policial. Nessa quinta-feira (17), um menino de sete anos morreu, e a mãe e a irmã dele estão internadas em estado grave após consumirem o chocolate recebido.

A suspeita de praticar o crime é ex-namorada do atual companheiro de Mirian Lira, de 32 anos, que é uma das vítimas. A investigada é Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, detida na cidade de Santa Inês, no interior do estado.

A investigada é suspeita de ter enviado à família um ovo de páscoa, na noite dessa quarta-feira (16), que estaria envenenado. (Foto: divulgação / Polícia Civil)
A investigada é suspeita de ter enviado à família um ovo de páscoa, na noite dessa quarta-feira (16), que estaria envenenado. (Foto: divulgação / Polícia Civil)

“Os indícios levam a crer, através de vários pontos investigados, que o crime foi motivado por vingança, por ciúme, tendo em vista que o ex-marido da autora é o atual companheiro ou atual namorado da vítima, que foi envenenada juntamente com seus dois filhos”, afirma o secretário de Segurança Pública do Estado do Maranhão (SSP-MA), delegado Maurício Martins.

Além disso, o delegado afirma que há vários indícios que apontam que essa mulher de fato tenha sido autora do crime. “A polícia vai continuar trabalhando para robustecer esses indícios e apresentá-la ao Judiciário, para responder por esse bárbaro crime”, destaca.

A suspeita foi vista em uma loja que vende produtos de chocolates, usando uma peruca como disfarce. (Foto: reprodução)
A suspeita foi vista em uma loja que vende produtos de chocolates, usando uma peruca como disfarce. (Foto: reprodução)

A Polícia Civil do Maranhão chegou até a investigada depois de analisar imagens de câmeras de segurança, comprovantes de compras e depoimentos de familiares das vítimas. “A Polícia Civil, logo que recebeu essa informação, começou a montar esse quebra-cabeça. As características levavam à suspeita de alguém próximo à vítima ou às vítimas”, disse o delegado-geral da Polícia Civil, Manoel Almeida.

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“Então, foram muito importantes as entrevistas, a oitiva do atual namorado da vítima, a identificação e localização do motoboy. Identificamos o hotel onde a suspeita se hospedou, a loja onde comprou o objeto, que é uma loja que vende produtos de ovo de Páscoa, no qual ela inseriu a substância que, tudo indica, ser veneno. Porque ainda não temos especificamente que substância é essa, pois está em análise o produto recolhido”, explicou Manoel Almeida.

Jordélia Pereira Barbosa, foi presa na tarde dessa quinta-feira (17). (Foto: reprodução / redes sociais)
Jordélia Pereira Barbosa, foi presa na tarde dessa quinta-feira (17). (Foto: reprodução / redes sociais)

Durante as investigações, houve a suspeita, a princípio, de que o namorado de Mirian ou o ex-marido poderiam ter algum tipo de ligação com o crime. E, ao pegar o depoimento do companheiro da vítima, a polícia foi informada de que o homem tinha uma ex-namorada que poderia ter envolvimento com o caso.

“Os elementos todos apontavam para a participação dele, do atual ou do ex. E, nessa conjuntura toda, e com os esclarecimentos que ele (o atual namorado da vítima) deu à polícia, passou-se a suspeitar dessa pessoa que foi presa. Então, foi fundamental, muito importante mesmo para a investigação, a entrevista e a oitiva do atual namorado da vítima, ex-esposo da pessoa que está sendo autuada como suspeita desse crime”, destacou o delegado Manoel Almeida.

Após identificar a mulher que poderia estar envolvida no crime, a polícia descobriu que ela era moradora de Santa Inês e havia se hospedado em um hotel de Imperatriz (veja na imagem abaixo), no mesmo dia em que o ovo de chocolate foi enviado para a família. Os investigadores descobriram, ainda, que nesse mesmo dia Jordélia havia comprado ovos de chocolate em uma loja de Imperatriz. Imagens de câmeras de segurança do estabelecimento comercial mostram ela disfarçada, usando óculos e uma peruca preta, comprando o produto.

Câmeras de segurança de um hotel de Imperatriz registraram o momento em que Jordélia deita em um sofá no que parece ser a recepção da hospedagem. (Foto: reprodução)
Câmeras de segurança de um hotel de Imperatriz registraram o momento em que Jordélia deita em um sofá no que parece ser a recepção da hospedagem. (Foto: reprodução)

Com base nesses elementos, a Polícia Civil passou a monitorar a mulher e identificou que ela já tinha saído de Imperatriz a caminho de Santa Inês. Com o apoio da Delegacia Regional de Santa Inês, foi deflagrada a prisão de Jordélia assim que ela saiu do ônibus intermunicipal.

Com a suspeita, a Polícia Civil apreendeu duas perucas (uma loira e outra preta), restos de chocolate, remédios e bilhetes de passagens de ônibus, sendo que um deles foi comprado na última segunda-feira (14), dois dias antes de a família receber a encomenda que foi levada por um mototaxista.

Ela chegou à cidade de Imperatriz na data de ontem (quarta-feira, dia 16), na parte da manhã. Ela teria saído de Santa Inês durante a noite e chegou durante a manhã à cidade de Imperatriz. E lá ela fez todo o planejamento para a entrega desse ovo de Páscoa, que foi entregue já no período da noite, na residência da vítima. Lá eles consumiram, e a primeira vítima já passou mal. Foram internados os três, e a criança veio a óbito. E ela (a suspeita) já estava retornando, de manhã, para Santa Inês. Ela pegou o ônibus na madrugada e foi abordada por nossas equipes, já chegando em Santa Inês, no período da tarde
Delegado Ederson Martins

Em depoimento na Delegacia Regional de Santa Inês, a suspeita confessou ter comprado o chocolate, mas negou ter colocado veneno. No entanto, a Polícia Civil destaca que há indícios suficientes que apontam Jordélia como autora do crime.

Criança, de sete anos, morre após comer ovo de Páscoa em Imperatriz; duas pessoas seguem internadas. (Foto: reprodução / redes sociais)
Criança, de sete anos, morre após comer ovo de Páscoa em Imperatriz; duas pessoas seguem internadas. (Foto: reprodução / redes sociais)

“A gente pode dizer, com o que já colhemos até agora, que temos elementos suficientes para apontar essa autoria para essa pessoa que foi presa. Agora a gente vai esclarecer os detalhes. Que veneno foi esse, o tipo, isso a perícia vai apontar, para que possamos robustecer a nossa investigação e apresentá-la ao Judiciário”, afirmou o delegado-geral.

A família recebeu o ovo de chocolate na noite dessa quarta-feira (16), por meio de um motoboy. (Foto: reprodução / redes sociais)
A família recebeu o ovo de chocolate na noite dessa quarta-feira (16), por meio de um motoboy. (Foto: reprodução / redes sociais)

De acordo com a Polícia Civil, as amostras dos ovos de Páscoa foram coletadas e encaminhadas para análise no Instituto de Criminalística. O laudo deve ficar pronto em 10 dias. Além disso, já foi solicitada à perícia a coleta de sangue das vítimas para identificar se há algum tipo de veneno, bem como foi pedida a análise dos produtos encontrados com a suspeita.

“No momento da abordagem dela, já no ônibus, foi encontrado com ela realmente produto, chocolate, parte do chocolate que ela levou, bem como um granulado que, possivelmente, pode ser que tenha ali algum veneno misturado. Isso tudo vai ser levado para a perícia, para verificar se tem ou não veneno nesse chocolate, para fazer o link com o que foi entregue na residência da vítima”, explicou o delegado Ederson Martins.

Outro ponto a ser investigado pela polícia é se houve a participação de outras pessoas no crime. Jordélia Pereira Barbosa foi presa em flagrante e deve responder por homicídio e, pelo menos, duas tentativas de homicídio. A mulher está detida no Presídio de Santa Inês, à disposição do Poder Judiciário.

A equipe de reportagem tentou localizar a defesa de Jordélia Pereira, mas não conseguiu até a última atualização desta reportagem.

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