Retrospectiva

Manifestações marcam o ano de 2013 em Imperatriz

Os motivos foram diversos, desde melhoria no transporte coletivo até manifestações classistas.

Alan Milhomem / Imirante Imperatriz

Atualizada em 27/03/2022 às 11h59
 A maior manifestação na cidade reuniu cerca de sete mil pessoas. (Foto: Alan Milhomem / Imirante Imperatriz)
A maior manifestação na cidade reuniu cerca de sete mil pessoas. (Foto: Alan Milhomem / Imirante Imperatriz)

IMPERATRIZ – Um ano marcado por manifestações, foi assim 2013 em Imperatriz e em todo o Brasil. Organizado por universitários pelas redes sociais, o movimento “#Fora VBL” saiu da internet e ganhou as ruas de Imperatriz pedindo um transporte coletivo de qualidade e, até, a quebra de contrato com a empresa Viação Branca do Leste (VBL), que detém 75% das linhas do transporte de passageiros em Imperatriz.

Foram diversos atos de protestos realizados durante o ano, e uma grande manifestação foi realizada no dia 20 de junho que, segundo a Polícia Militar, cerca de sete mil pessoas participaram do protesto. Líderes sindicais, índios, movimentos sociais e estudantes se juntaram para pedir quebra do contrato com a empresa VBL, além de outras solicitações. Depois de muita pressão, diversas fiscalizações que resultaram na apreensão de quase toda a frota da empresa de ônibus e um processo administrativo que apurou várias irregularidades da empresa, a Prefeitura de Imperatriz decidiu, no dia 10 de julho, a quebra de contrato com a VBL.

Com os protestos e as diversas reclamações contra empresa, além das irregularidades constatadas no processo administrativo, o Ministério Público também entrou na luta e diversas fiscalizações foram realizadas, juntamente com a Polícia Rodoviária Federal, Secretaria Municipal de Trânsito. Com as fiscalizações intensificadas, a VBL chegou a ter todos os ônibus que faziam o transporte urbano de passageiros em Imperatriz apreendidos, restando apenas os veículos que faziam o transporte intermunicipal. As apreensões foram intensificadas na semana de 22 a 26 de julho quando a empresa teve 27 veículos levados pela fiscalização.

 A população foi as ruas pedir um transporte coletivo de qualidade e protestar contra a corrupção. (Foto: Alan Milhomem / Imirante Imperatriz)
A população foi as ruas pedir um transporte coletivo de qualidade e protestar contra a corrupção. (Foto: Alan Milhomem / Imirante Imperatriz)

A decisão do rompimento do contrato foi comemorada, mas por pouco tempo. A empresa entrou na Justiça e consegui se manter na cidade. Mas, os protestos tiveram resultados. A frota de ônibus da empresa foi renovada e os horários passaram a ser cumpridos com mais regularidade, porém as críticas contra a empresa e a insatisfação com os serviços prestados pela VBL continuam.

Os funcionários da empresa também se revoltaram e fizeram algumas manifestações durante o ano. Primeiro pediram para a empresa ficar na cidade e reivindicaram a liberação dos ônibus apreendidos. Os funcionários depois voltaram a manifestar, só que desta vez pedindo o pagamento de salários atrasados e de alguns benefícios que não estavam sendo pagos. A situação foi resolvida depois de negociações com a empresa, que em meio às manifestações, trocou de direção e incorporou outra empresa que atuava na cidade.

Durante essa onda de protestos pedindo a saída da empresa VBL de Imperatriz, até secretários tiveram que ter a segurança reforçada por causa de possível atentando. Dois secretários do primeiro escalão do governo municipal de Imperatriz estariam na mira de pistoleiros. A atitude suspeita foi registrada, segundo a assessoria da prefeitura, horas depois do anúncio da quebra de contrato com a VBL.

Educação

Mas não foi só por melhorias no transporte coletivo que os imperatrizenses protestaram durante 2013. Professores municipais ficaram em greve durante um mês pedindo reajuste salarial. Diversas manifestações foram realizadas pelos docentes, com o apoio de outros movimentos. A Câmara de Vereadores foi um dos locais em que mais ocorreram as manifestações. A greve dos professores teve início no dia 15 de abril e só terminou no dia 15 de maio. Os professores pediam 15% de reajuste salarial, mas a Câmara Municipal aprovou só 6%.

Os professores da rede estadual também fizeram greve este ano, a principal solicitação era com relação ao Estatuto do Educador que prevê vantagens como a redução da carga horária para professores com 50 anos e com o tempo de 20 anos de sala de aula, além do pagamento de progressões, promoções e titulações. A greve também teve duração de um mês.

Saúde

Médicos e profissionais da saúde se reuniram na Associação Médica de Imperatriz para protestar por alguns direitos da classe. A mobilização fez parte da paralisação nacional que protesta junto com o Conselho Federal de Medicina sobre a importação de médicos estrangeiros e o baixo investimento na saúde pública. Os manifestantes saíram em caminhada por algumas ruas do Centro da cidade.

 Durante o ano, por várias vezes a BR-010 foi interditada durante as manifestações. Sempre com queima de pneus e madeira na ponte sobre o Riacho Cacau. (Foto: Alan Milhomem / Imirante Imperatriz)
Durante o ano, por várias vezes a BR-010 foi interditada durante as manifestações. Sempre com queima de pneus e madeira na ponte sobre o Riacho Cacau. (Foto: Alan Milhomem / Imirante Imperatriz)

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