Investigação

Foguete comercial lançado de Alcântara: o que se sabe e o que falta esclarecer

Segundo a empresa dona do foguete, InnoSpace, uma anomalia foi identificada durante o voo.

Imirante, com informações do g1

Lançamento histórico termina em explosão no Centro de Alcântara
Lançamento histórico termina em explosão no Centro de Alcântara (Reprodução / INNOSPACE)

ALCÂNTARA - Nesta segunda-feira (22), o foguete sul-coreano HANBIT-Nano explodiu após a decolagem no Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão. O acidente ainda está sob investigação e deixou várias perguntas sem respostas.

Segundo a empresa dona do foguete, InnoSpace, uma anomalia foi identificada durante o voo, mas não deu detalhes. Um drone registrou o momento exato em que ele se desfez no ar e se transformou em uma “bola de fogo”.

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O foguete foi lançado às 22h13 e explodiu cerca de 30 a 40 segundos depois. Não houve feridos nem danos fora da área da base. A causa ainda é desconhecida. O lançamento era considerado histórico para o Brasil, por ser o primeiro voo comercial orbital a partir de Alcântara.

1. O que aconteceu com o foguete HANBIT-Nano? 

O foguete sul-coreano HANBIT-Nano explodiu pouco depois de ser lançado às 22h13 do dia 22 de dezembro, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), que fica próximo a São Luís (MA). Cerca de 30 a 40 segundos após a decolagem, foi identificada uma anomalia durante o voo. Após a detecção da falha, a empresa responsável interrompeu a transmissão e adotou os protocolos de segurança previstos, que resultaram na queda do veículo dentro da área de segurança terrestre da base, segundo a FAB. 

2. Houve vítimas ou danos fora da área de lançamento?

Não. Segundo a InnoSpace e a Força Aérea Brasileira (FAB), não houve feridos nem danos a pessoas, embarcações, instalações ou bens externos à área da base. Os destroços caíram em uma área pertencente à Base de Alcântara, dentro da zona de segurança estabelecida para esse tipo de operação.

3. O que causou a explosão do foguete? 

A causa exata da explosão ainda não foi determinada. A empresa responsável informou que não fará conclusões precipitadas antes da análise completa dos dados do voo. Até o momento, sabe-se apenas que a anomalia ocorreu após a fase inicial da decolagem, quando o foguete já havia superado etapas como o rompimento da barreira do som (Mach 1) e se aproximava da fase de maior estresse aerodinâmico (MAX Q). 

4. A falha foi na base de lançamento brasileira ou no foguete? 

De acordo com especialistas envolvidos no projeto e com a FAB, não houve falha na infraestrutura brasileira. Os sistemas do Centro de Lançamento de Alcântara, incluindo os protocolos de segurança e terminação de voo, funcionaram como previsto. A avaliação preliminar é de que a falha ocorreu no próprio veículo, que estava em seu voo inaugural — etapa em que falhas são consideradas relativamente comuns no setor espacial. 

5. O que é o sistema de terminação de voo e ele foi acionado? 

O sistema de terminação de voo é um mecanismo de segurança que interrompe a trajetória do foguete quando há risco de perda de controle, evitando que ele saia da área segura. Segundo especialistas e autoridades, esse sistema funcionou corretamente no lançamento do HANBIT-Nano, o que indica que os protocolos internacionais de segurança foram seguidos. 

6. O foguete chegou a entrar em órbita? 

Não. O voo teve duração de pouco mais de um minuto e foi interrompido antes que o foguete pudesse completar a trajetória necessária para entrar em órbita da Terra. A transmissão oficial foi cortada logo após a identificação da anomalia, procedimento padrão quando a missão não é concluída com sucesso. 

7. O que o foguete transportava? 

O HANBIT-Nano levava oito cargas úteis, entre satélites e experimentos científicos desenvolvidos por instituições do Brasil e da Índia. Entre eles estavam: 

  • Satélites universitários voltados à coleta de dados ambientais e testes de comunicação
  • Experimentos de navegação inercial e posicionamento por satélite
  • Um satélite indiano para monitoramento de fenômenos solares
  • Todas as cargas foram perdidas com a explosão. 

8. Qual foi o principal prejuízo causado pelo acidente?

O principal prejuízo foi científico e tecnológico, com a perda de anos de pesquisa e desenvolvimento de satélites e experimentos. Pesquisadores brasileiros envolvidos destacam o impacto emocional e acadêmico da perda, já que muitos projetos estavam prontos para sua primeira validação em ambiente espacial real. 

9. Qual era a importância desse lançamento para o Brasil?

Esse foi o primeiro lançamento comercial de um foguete orbital a partir do território brasileiro, marcando um avanço simbólico e operacional na retomada do uso do Centro de Lançamento de Alcântara. A missão fazia parte da Operação Spaceward e envolvia cooperação entre o governo brasileiro, a empresa sul-coreana Innospace e instituições de pesquisa nacionais e internacionais. 

10. O lançamento geraria lucro para o Brasil? 

Não. Segundo a Agência Espacial Brasileira (AEB), o contrato firmado com a InnoSpace é de prestação de serviços com retribuição mínima ao Estado, sem previsão de lucro. O objetivo principal é estratégico, voltado ao desenvolvimento do setor espacial, à validação da infraestrutura e à atração de futuras missões comerciais. 

11. Quem está investigando o acidente?

A investigação está sendo conduzida pela InnoSpace em conjunto com a Força Aérea Brasileira e outras instituições envolvidas na missão. Equipes técnicas analisam os dados de voo e os destroços para identificar as causas da anomalia. 

12. O que ainda precisa ser esclarecido? 

Ainda faltam respostas que só devem ser divulgadas após a conclusão da análise técnica. 

Por exemplo: 

  • A causa técnica exata da anomalia no foguete 
  • Se houve falha estrutural, de propulsão ou de controle 
  • Os impactos do acidente em futuros lançamentos comerciais a partir de Alcântara

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