ALCÂNTARA - A empresa sul-coreana Innospace divulgou nesta segunda-feira (29) novas informações sobre o lançamento do foguete HANBIT-Nano, realizado no Centro Espacial de Alcântara (CLA), no Maranhão. O voo, que marcou a primeira missão comercial da companhia no Brasil, foi interrompido de forma controlada após a identificação de uma anomalia cerca de 30 segundos após a decolagem.
Segundo a empresa, o foguete de dois estágios decolou às 22h13 do dia 22 de dezembro (horário de Brasília) e iniciou a trajetória vertical conforme o planejado. O motor principal do primeiro estágio — um motor híbrido de 25 toneladas de empuxo — funcionou normalmente, garantindo estabilidade nos primeiros segundos. O desempenho inicial representou o primeiro registro mundial de voo de um motor híbrido dessa classe em um veículo lançador.
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Cerca de meio minuto após a decolagem, os sistemas detectaram uma anomalia. Em seguida, o foguete se fragmentou em diferentes seções e entrou em trajetória descendente, colidindo dentro da área de segurança previamente delimitada. Não houve registro de feridos nem danos a instalações. A Innospace informou que a missão foi encerrada em conformidade com protocolos internacionais de segurança, em coordenação com a Força Aérea Brasileira (FAB). O Sistema de Interrupção de Voo (FTS) foi acionado para garantir a explosão controlada no momento da queda, evitando riscos adicionais. Parte dos destroços foi recuperada e será utilizada em análises técnicas.
Investigação e próximos passos
A investigação oficial sobre as causas da falha será conduzida pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA). Informações preliminares apontam que houve perda de comunicação com os sistemas em solo durante a passagem por uma camada de nuvens, seguida de danos estruturais ainda não determinados.
As cargas úteis transportadas estavam cobertas por seguros contratados previamente, e a empresa afirmou que o incidente não deve impactar seus contratos comerciais nem os planos de longo prazo. Apesar da interrupção, a missão permitiu a coleta de dados relevantes sobre a decolagem e as fases iniciais do voo. Um novo teste do HANBIT-Nano está em avaliação para o próximo ano, dentro de janelas já reservadas no CLA, condicionado à conclusão da investigação oficial e à implementação de ajustes técnicos.
Em nota, o fundador e CEO da Innospace, Kim Soo‑jong, destacou a complexidade do setor de lançamentos espaciais e pediu desculpas aos clientes. “O setor envolve milhares de variáveis em todas as etapas do processo. Os dados obtidos neste voo serão fundamentais para aumentar a confiabilidade das próximas missões”, afirmou.
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