"mad as the hatter"

Conheça a verdadeira história trás do Chapeleiro Maluco

O personagem imortalizado por Johnny Depp sofria de algo comum entre os chapeleiros antigos.

Na Mira, COM INFORMAÇÕES DA ASSESSORIA

- Atualizada em 27/03/2022 às 11h02
O Chapeleiro é um personagem criado pelo escritor Lewis Carrol.
O Chapeleiro é um personagem criado pelo escritor Lewis Carrol. (Foto: Divulgação. )

Já parou para pensar que o adjetivo "maluco", dado ao Chapeleiro mais famoso do mundo da literatura e do cinema pode não estar ligado apenas pelo uso de roupas extravagantes e pelo comportamento do personagem? Quando você conhece a história por de trás da estória tudo fica mais interessante. Quem comenta sobre o assunto é o Dr. Yago Fernandes, médico atuante na área de endocrinologia com ênfase em emagrecimento e hipertrofia.

De acordo com o Dr. Yago, a “doença do chapeleiro” era comum entre os modistas nos séculos 18 e 19, "estes profissionais inalavam fumos de compostos à base de mercúrio, durante a fabricação de chapéus de feltro, e adoeciam devido à toxicidade do mercúrio", conta o médico. Tudo indica que Lewis Carroll, autor do livro Alice no País das Maravilhas, sabendo da alta prevalência de demência entre os chapeleiros da época criou o personagem.

"Se traçarmos um paralelo com os dias atuais, a exposição ao mercúrio continua frequente até hoje. Na Amazônia toneladas de mercúrio metálico são despejadas nos rios pelo garimpo de ouro desenfreado da região. Esse mercúrio sofre biotrasformação, se tornando metilmercurio. Os peixes comem esse composto tóxico e a população ribeirinha come o peixe. Desencadeado assim uma contaminação grave e muitas vezes irreversível", ressalta Dr. Yago.

Deste modo, é possível observar que a exposição crônica ao metilmercurio compromete o sistema nervoso, com distúrbios característicos da motricidade, tremores, paresias, dificuldade de coordenação motora, comprometimento auditivo e visual. Em casos graves podem levar a abordos ou as crianças podem nascer com paralisia cerebral gravíssima.

E assim como o personagem que Johnny Depp imortalizou no cinema os pacientes contaminados com mercúrio metálico podem apresentar timidez, desânimo, perda da autoconfiança, medo, melancolia, perda da auto-estima, dificuldade na concentração, mudanças de personalidade e, em casos mais avançados, perda da memória, delírios e alucinações. É daí que vem a expressão muito popular na Inglaterra: “mad as the hatter” (louco como um chapeleiro).

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