Retrospectiva 2015

Janeiro: violência no Maranhão, decisões políticas no Brasil e terrorismo no Mundo

Relembre os importantes acontecimentos do mês, divulgados no <b>Imirante.com</b>.

Liliane Cutrim/Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h37

SÃO LUÍS - Janeiro de 2015 começou com a posse dos candidatos eleitos pelo povo em 2014, para administrar o país e os Estados. Foi também o mês em que o Maranhão pôde recordar, com tristeza, um ano dos ataques a ônibus na capital do Estado. E, infelizmente, um mês de violência no Maranhão. Enquanto que no Brasil, foi um mês de decisões políticas. E o mundo teve que saber lidar com o terrorismo e o vírus ebola. Eu te convido, agora, a relembrar os importantes acontecimentos do Maranhão, Brasil e Mundo, divulgados pelo Imirante.com, o portal de notícias que sempre leva a informação no seu tempo.

Um Maranhão marcado pela violência

No Maranhão, no primeiro dia do mês, o ex-magistrado e professor universitário Flávio Dino de Castro e Costa tomou posse como governador do Estado. O vice-governador, Carlos Orleans Brandão Junior, também foi empossado. No dia seguinte, o governador Flávio Dino deu posse aos secretários que assumiriam as pastas do governo.

O início do mês também foi de triste recordação. Os ataques a ônibus em São Luís completavam um ano. A ação de criminosos, a mando de detentos do Complexo penitenciário de Pedrinhas, deixou uma menina de 6 anos morta, e um homem gravemente ferido pelas queimaduras em janeiro de 2014. O Imirante.com fez uma entrevista com Márcio Ronny, que se emocionou ao relembrar a tragédia e sua tentativa de salvar a menina Ana Clara.

 Um ano depois, Márcio Ronny relembra ataque e se emociona / Foto: Imirante.com
Um ano depois, Márcio Ronny relembra ataque e se emociona / Foto: Imirante.com

E por causa das ondas de ataques de criminosos e dos motins e mortes no Complexo Penitenciário de Pedrinhas em 2014, a Força Nacional de Segurança prorrogou suas ações por mais 90 dias, na capital maranhense. O reforço atuou no sistema prisional e no policiamento ostensivo de São Luís e região metropolitana.

No entanto, apesar da presença da Força Nacional de Segurança, houve registros de violência logo nos primeiros dias do ano. Cidadãos sofreram tentativas de homicídio na porta de casa; Teve corpo encontrado em área de matagal e outro achado dentro de casa; Teve até criminoso assaltando banco com apenas um bilhete; Outro caso grave de violência foi registrado na avenida dos Africanos, em São Luís. Uma van colidiu com uma árvore após o motorista do veículo ser baleado no rosto durante uma discussão no trânsito com um motoqueiro.

Já no interior do Estado, a violência familiar chamou a atenção. Na cidade de Santa Rita, um homem matou a mulher a golpes de machado por causa de ciúmes. E na cidade de Santa Inês, um homem matou a ex-mulher, identificada como Maria Antônia Lago dos Santos, de 32 anos, a golpes de faca e marteladas. Outro crime bárbaro registrado no Estado foi a morte do casal Lucas Glauberson Vieira de Souza, 23 anos e Lorença Lenadra Vieira da Silva, 17 anos. Eles foram mortos a tiros dentro de casa na cidade de Igarapé Grande. Falando em barbaridade, os restos mortais da adolescente Carla Coelho, de 17 anos, que ficou nove meses desaparecida, foram encontrados no bairro do Gapara, na capital maranhense.

 Ossada foi encontrada no bairro do Gapara, em São Luís / Foto: Divulgação
Ossada foi encontrada no bairro do Gapara, em São Luís / Foto: Divulgação

E nem a polícia ficou ilesa da ação dos bandidos. No bairro do João Paulo, em São Luís, um policial militar foi baleado por criminosos, durante uma tentativa de assalto, os bandidos conseguiram fugir. Enquanto isso, a polícia conseguiu prender um dos suspeitos de participar da morte de outro PM, o sargento José Ribamar Prisca da Silva, 51 anos, que morreu no dia 22 de dezembro de 2014. E nesse clima de tensão entre os agentes de segurança pública, teve até PM que se mudou de casa às pressas por causa de ameaça, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP-MA). Além de policiais mortos, um vigilante também foi assassinado por bandidos.

 Vigilante é assassinado com tiro na cabeça na Cidade Operária / Foto: Divulgação
Vigilante é assassinado com tiro na cabeça na Cidade Operária / Foto: Divulgação

A prisão de mulheres suspeitas de envolvimento com crimes, também, chamou a atenção. Em Bacabal, três mulheres foram presas suspeitas de integrarem uma quadrilha de estelionatários. No bairro do Cohatrac, em São Luís, outra mulher foi presa suspeita de estelionato. Elisimar Freitas Mendes e Silva, de 52 anos, teria dado golpe de R$ 7 mil. E falando de mulheres envolvidas em crimes, na cidade de Balsas uma jovem confessou ter matado uma adolescente de 15 anos. E na capital do Estado, mulher também foi presa suspeita de mandar matar o professor de artes, Pedro Wilson de Morais, dentro de seu local de trabalho no bairro do Coroadinho, em São Luís.
Outro caso de polícia envolvendo mulher, que chamou a atenção no mês de janeiro, foi a morte de Rosineide Pereira Lindoso, 30 anos, que para evitar um flagrante policial, engoliu crack e morreu de overdose no bairro do São Francisco, em São Luís.

E teve, também, político envolvido em práticas criminosas. A polícia apreendeu cigarros contrabandeados na casa do ex-prefeito de Serrano do Maranhão, Hermínio Pereira Gomes Filho, o "Hermininho".

Em São Luís, mais de 80 pessoas foram detidas em uma suposta festa de facção criminosa, no bairro do Parque Timbira.

Outro fato de repercussão no Estado, foi o caso do flanelinha que desferiu um golpe de faca em um motorista, em frente ao Centro de Hematologia do Maranhão (Hemomar). Segundo a vítima, que preferiu não identificar-se, o motivo da agressão foi porque o homem se recusou a pagar R$ 2 ao agressor.
E, ainda em janeiro, um aluno foi encontrado vendendo drogas dentro de uma escola, no bairro do Anjo da Guarda, em São Luís. Esse era apenas o começo de um problema que a população da Grande São Luís iria enfrentar depois, a criminalidade dentro das instituições públicas de ensino.
E no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, a situação continuou complicada. Logo no início do ano, um detento morreu baleado após tentar fugir da Casa de Detenção (Cadet). Já o detento Erinaldo Almeida Soeiro foi regatado do Hospital Clementino Moura (Socorrão II) por homens em um caminhão, na madrugada do dia 26.
Outro caso que chamou a atenção no Maranhão foi o incêndio no fórum da cidade de Buriti. Os moradores da cidade atearam fogo no prédio após o resultado final do processo de cassação do prefeito Rafael Mesquita. O juiz da comarca, Jorge Antônio Sales Leite, decidiu manter o prefeito no cargo, apesar das denúncias de improbidade administrativas contra o gestor. Um dia depois do fato, cinco suspeitos de incendiar o fórum foram presos. Com o fórum destruído pelas chamas, a população de Buriti passou a ser atendida no fórum do município de Coelho Neto.

 População ateia fogo em fórum da cidade de Buriti / Foto: Divulgação/Correio Buritiense
População ateia fogo em fórum da cidade de Buriti / Foto: Divulgação/Correio Buritiense

Acidentes
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E o mês de janeiro também foi marcado por graves acidentes. Em São Luís, um carro colidiu com um poste de energia elétrica no bairro da Cohab. E na MA-280, em Monte Altos, um motociclista morreu após sua moto colidir com uma caminhonete. Um ônibus de turismo tombou próximo à ponte do Rio Pindaré, entre o povoado Novo Bacabal e o município de Bom Jesus das Selvas, deixando três mortos e cerca de 35 pessoas feridas. Outro acidente que causou preocupação no Estado foi o capotamento do ônibus da empresa Satélite Norte na BR-070, no Mato Grosso. O veículo tinha saído de Imperatriz, no Maranhão. Ao todo, 11 pessoas morreram no acidente, entre elas havia maranhenses.

Fogo e água

Foto: Elilson Martins/Via WhatsApp
Foto: Elilson Martins/Via WhatsApp

Nesse mesmo dia, a presidente Dilma Rousseff deu posse aos seus 39 ministros para o segundo mandato, sendo que quase a metade do ministério foi formada por nomes conhecidos, pois 15 ministros foram mantidos em suas cadeiras e quatro foram remanejados para outras pastas.
Enquanto isso, a situação de São Paulo chamou a atenção. A capital paulista ficou em estado de emergência por causa das chuvas. E no Rio de Janeiro, o choque de trens deixou dezenas de passageiros feridos na Estação Ferroviária Juscelino Kubitschek, em Mesquita, na Baixada Fluminense.
Em janeiro, o uso obrigatório do extintor ABC para carros foi prorrogado novamente. Na época, o Denatran deu mais 90 dias para adequação. Dois dias depois, o prazo foi prorrogado para o dia 1º e abril.

E, falando em decisões, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicou a Resolução Normativa nº 368, que estabelecia as normas para o estímulo ao parto normal e a consequente diminuição das cesarianas desnecessárias na saúde suplementar. A decisão trouxe à tona, ao longo do ano, muitas discussões sobre o tema e outras decisões do governo para humanizar e incentivar o parto normal. Ainda na área da saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou a venda e o uso de novo remédio contra a Hepatite C: o Declastavir, que é mais eficiente e combinado a outras duas substâncias, pode permitir a cura da doença em até 90% dos casos, enquanto os tratamentos atuais possuem perspectiva de cura de 40%.
Enquanto isso, na área da política, o brasileiro teve que se conformar em ver suplentes, até mesmo pessoas desconhecidas dos eleitores, assumindo cargos de deputados e senador. E teve, ainda, que conviver com o fato de a Câmara dos Deputados desembolsar cerca de R$ 150 mil com os "deputados de 30 dias".

Em Janeiro também houve o prenúncio de que o ano seria marcado por grandes surpresas no andamento da operação Lava Jato. Na primeira quinzena de janeiro, o ex-diretor da Petrobras foi preso pela Polícia Federal, após ser denunciado pelo Ministério Público Federal em dezembro, por lavagem de dinheiro e corrupção ativa. Já no dia 28 de janeiro, a Polícia Federal (PF) abriu mais dez inquéritos para investigar empresas suspeitas de participar do esquema de corrupção em contratos com a Petrobras. Por determinação do delegado Eduardo Mauat, chefe da investigação da Operação Lava Jato, a PF começou a investigar possível envolvimento de diretores e funcionários nos desvios.

E depois de muita polêmica, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) finalmente aprovou a reclassificação do canabidiol como medicamento de uso controlado e não mais como substância proibida. Enquanto isso, o Ministério da Saúde começou a distribuir o remédio 3 em 1 para pacientes com HIV.

E um caso polêmico chamou a atenção do Brasil e de várias partes do mundo, a iminente execução do brasileiro Marco Archer Cardoso, preso na Indonésia por tráfico de drogas. Muitas foram as apelações do governo brasileiro para que Marco fosse liberto da pena de morte e voltasse para o Brasil, mas, ele acabou sendo fuzilado no dia 17 de janeiro. O corpo do Marco foi cremado e suas cinzas foram trazidas para o Brasil.

E o governo da Indonésia não permitiu nem que jornalistas brasileiros fizessem a cobertura da morte de Marco Archer. A Indonésia deportou o repórter Márcio Gomes e um cinegrafista da TV Globo que estavam no país para trabalhar na cobertura do caso. Os jornalistas, antes de serem deportados, tiveram seus passaportes apreendidos por autoridades da Indonésia na cidade de Cilacap.

E outro assunto que tirou o sono de muitos brasileiros foi a tarifa de energia elétrica. Quem pensou que terminaria o mês de janeiro com uma boa notícia, acabou com a decepção de saber que em fevereiro as contas de luz teriam novamente bandeira tarifária vermelha.

E no mundo...

O alarde causado pela presença do vírus Ebola, continuou sendo presente no ano de 2015. Logo no início do ano, um profissional de saúde dos EUA, que tinha ido a Serra Leoa e ficado exposto ao vírus, teve que ser colocado em observação. Dois dias depois, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um dado preocupante, o total de mortos pelo surto de ebola na África Ocidental havia subido para 8.153, com 20.656 casos registrados.

Enquanto isso, a Indonésia estava expandindo as buscas para encontrar vítimas e destroços do Airbus A320-200 da AirAsia, que decolou no dia 28 de dezembro de 2014 da cidade indonésia de Surabaia com destino a Cingapura, e desapareceu no Mar de Java com 162 pessoas a bordo. Dois dias depois, as equipes de resgate da Indonésia encontraram a cauda do avião no fundo do Mar de Java, e as investigações só seriam concluídas no dia 27 de janeiro.
E no dia 7 de janeiro, o mundo viu atônito o ataque terrorista ao jornal francês Charlie Hebdo. No atentado cruel, doze pessoas morrem, sendo cartunistas e colunistas do jornal. Em um dia foi de terror, a suspeita de uma bomba fez a polícia evacuar a sede de outro jornal na Europa, o espanhol El País.

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Esse seria apenas o primeiro de outros ataques que a Europa sofreria em 2015, especialmente a França. Após os ataques, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e líderes de outras nações se manifestaram sobre o caso, que consideraram um ataque à liberdade de imprensa. E o presidente da França, François Hollande, decretou luto de três dias no país em memória das vítimas do ataque terrorista. Dois dias depois, os suspeitos do atentado ao Charlie Hebdo foram mortos.

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