Copa do Brasil

Especial Copa do Brasil: conheça o Interporto Futebol Clube

O representante do futebol tocantinense será o primeiro adversário do Sampaio Corrêa.

Gustavo Arruda / Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h56
 Com apenas 23 anos de fundação, o Interporto Futebol Clube quer fazer história na Copa do Brasil, diante do Sampaio Corrêa. (Foto: Site oficial do Brasiliense FC)
Com apenas 23 anos de fundação, o Interporto Futebol Clube quer fazer história na Copa do Brasil, diante do Sampaio Corrêa. (Foto: Site oficial do Brasiliense FC)

SÃO LUÍS - Quarta-feira (12), 20h30, estádio General Sampaio. Nesta data, horário e local, o Sampaio Corrêa Futebol Clube dá o pontapé inicial em sua 19ª participação na Copa do Brasil, sendo a sexta de forma consecutiva. Primeiro time maranhense a atuar na competição nacional em 2014, o Tricolor terá pela frente um adversário pouco conhecido: o Interporto Futebol Clube, da cidade de Porto Nacional (a 60km de Palmas, capital do Tocantins).

Para informar os torcedores tricolores e maranhenses sobre o Tigre, como o Interporto é conhecido, o Imirante Esporte volta a realizar um especial sobre os oponentes do Bolivão, como aconteceu nas disputas do Campeonato Brasileiro Série C: na ocasião, foram feitas análises sobre Macaé, Vila Nova e Santa Cruz. Confira a história, os destaques e os pontos fortes do representante tocantinense na Copa do Brasil.

A história

Fundado no dia 13 de julho de 1990, o Interporto Futebol Clube iniciou sua trajetória no futebol tocantinense no Estadual de 1995, quando ficou com a 8ª posição. Depois disso, o Tigre consolidou-se como uma das grandes equipes da região, conquistando a Copa Tocantins em 1998 e ficando entre os três melhores times do Campeonato Tocantinense de 1997 a 2002, com direito a um título em 1999.

Entretanto, depois do bom início na elite, o Tricolor amargou algumas temporadas com um desempenho abaixo da média e acabou sendo rebaixado no Estadual de 2008. De volta após a conquista da Segunda Divisão no ano seguinte, o Interporto voltou a fazer boas campanhas: após o vice-campeonato em 2011, a equipe finalmente voltou a conquistar a principal competição do Tocantins na temporada de 2013, credenciando-se não só para a disputa da Copa do Brasil, mas também do Campeonato Brasileiro Série D.

 O título tocantinense de 2013 foi o segundo na história do Interporto e credenciou o Tigre a disputar tanto a Copa do Brasil quanto o Campeonato Brasileiro Série D em 2014. (Foto: Murilo Magalhães / Prefeitura de Porto Nacional)
O título tocantinense de 2013 foi o segundo na história do Interporto e credenciou o Tigre a disputar tanto a Copa do Brasil quanto o Campeonato Brasileiro Série D em 2014. (Foto: Murilo Magalhães / Prefeitura de Porto Nacional)

O time-base

Em seus cinco jogos disputados em 2014, o Interporto tem apresentado uma base fixa, sem muitas alterações. No gol, Robinho atuou em todas as partidas, sendo protegido pela experiente dupla de zaga formada por Eraldo (30 anos, revelado pelo Atlético Mineiro) e Luciano (32). Nas laterais, Pedro Balu é um dos destaques da equipe: revelado pelo Tigre, o camisa 2 tem passagens recentes por São Caetano e Remo, enquanto Gil Mineiro faz o papel no setor esquerdo.

No meio-campo, o setor de maiores indefinições: enquanto Roger Goiano é volante titular desde o início da temporada, outros atletas brigam pelas posições restantes. Rodrigo e Valdo devem ficar com duas vagas no meio, com o veterano Igor (34 anos e passagens pelo futebol português) e Marcos Paulo, destaque na conquista do Estadual em 2013, brigando pela camisa 10. No ataque, Lourival e Fábio Bala são nomes certos.

 Com passagem pelo Atlético Mineiro, o zagueiro Eraldo é um dos jogadores mais experientes do Interporto. (Foto: Site oficial do Brasiliense FC)
Com passagem pelo Atlético Mineiro, o zagueiro Eraldo é um dos jogadores mais experientes do Interporto. (Foto: Site oficial do Brasiliense FC)

O técnico

Apesar de ter iniciado a temporada há pouco tempo, o Interporto já realizou a sua primeira mudança de técnico em 2014: Uidemar Oliveira, ex-atleta de Flamengo e Goiás e campeão amazonense em 2011 pelo Penarol, acabou sendo demitido após comandar a equipe em apenas quatro jogos. Em seu lugar, o Interporto contratou um velho conhecido: Roberto Oliveira, comandante da equipe no título estadual de 2013.

Oliveira, de 61 anos, é um dos treinadores mais vitoriosos da história do futebol tocantinense, sendo dono de cinco títulos estaduais: 2006 (pelo Araguaína), 2007 (pelo Palmas) e 2010-2011 (pelo Gurupi), além da já citada conquista pelo Interporto. Para reassumir o Tigre, o treinador deixou o comando do São Carlos (SP), que disputa a Série A3 do Campeonato Paulista.

 Dono de cinco títulos no futebol tocantinense, Roberto Oliveira está de volta ao Interporto. (Foto: Reginaldo dos Santos / EPTV)
Dono de cinco títulos no futebol tocantinense, Roberto Oliveira está de volta ao Interporto. (Foto: Reginaldo dos Santos / EPTV)

Desempenho em 2014

Com o Campeonato Tocantinense tendo início apenas no dia 22 de fevereiro, os primeiros jogos do Interporto em 2014 foram pela recém-criada Copa Verde, torneio regional organizado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e que conta com 16 equipes de 11 estados. Porém, o desempenho do IFC não foi dos melhores: em partidas disputadas na cidade de Porto Nacional e também em Taguatinga, duas derrotas por 2 a 0 para o Brasiliense.

Fora da primeira competição do ano, o time tocantinense passou a se dedicar apenas ao Estadual. Depois de um empate sem gols na estreia contra o Colinas, fora de casa, o Tigre se recuperou após duas vitórias sobre Tocantinópolis e Tocantins, esta última por 4 a 1 e já sob o comando de Roberto Oliveira. Após três rodadas, o Interporto divide a liderança do Tocantinense com o Palmas.

 Após três jogos, o Interporto ocupa o topo do Campeonato Tocantinense. (Foto: Divulgação / Prefeitura de Porto Nacional)
Após três jogos, o Interporto ocupa o topo do Campeonato Tocantinense. (Foto: Divulgação / Prefeitura de Porto Nacional)

O estádio

Depois de muita indefinição por parte da CBF, o Interporto conseguiu o direito de sediar a sua partida contra o Sampaio em Porto Nacional, no estádio General Sampaio. Com capacidade para pouco mais de 4.000 torcedores, a casa do Tigre é um dos pontos fortes da equipe. No Estadual de 2013, em que se sagrou campeão, o Interporto teve um aproveitamento de 70,4%, com seis vitórias, dois empates e apenas uma derrota, para o Gurupi, quando a equipe já havia garantido tanto a liderança quanto a vaga nas finais do primeiro turno do Tocantinense.

 O acanhado estádio General Sampaio, em Porto Nacional, receberá o jogo de ida entre Interporto e Sampaio. (Foto: Josimar Oliveira / Divulgação)
O acanhado estádio General Sampaio, em Porto Nacional, receberá o jogo de ida entre Interporto e Sampaio. (Foto: Josimar Oliveira / Divulgação)

Pontos fortes

O grande destaque do Interporto, sem dúvidas, é a sua experiente e habilidosa dupla de ataque, formada por Lourival e Fábio Bala. Aos 34 anos, ‘Lourigol’, como é chamado no Tocantins, vem de uma temporada brilhante em 2013: com passagens pelo Juventus (SC), Tocantins e Gurupi, equipe pela qual marcou três gols contra o Maranhão Atlético na Série D, o atacante foi um dos maiores artilheiros do Brasil, balançando as redes 40 vezes.

Ao lado de Lourival, outro atacante de respeito: Fábio Bala. Artilheiro do Campeonato Carioca de 2003 pelo Fluminense, clube que o revelou, o centroavante rodou o país e atuou por equipes como Grêmio, Avaí, América Mineiro e Volta Redonda. Além disso, Fábio chegou a ter uma rápida e discreta passagem pelo Sampaio Corrêa em 2008, sem sequer se firmar no time titular. No Tocantins, porém, o atacante vem se destacando, sendo campeão e artilheiro com o Interporto em 2013.

 Autor de 40 gols em 2013, o atacante Lourival promete dar trabalho a Rodrigo Ramos e cia. (Foto: Divulgação / Prefeitura de Porto Nacional)
Autor de 40 gols em 2013, o atacante Lourival promete dar trabalho a Rodrigo Ramos e cia. (Foto: Divulgação / Prefeitura de Porto Nacional)

Pontos fracos

Apesar de possuir uma base experiente e um ataque forte, o Interporto sofre com a falta de atuações a nível nacional, algo que o Sampaio já está acostumado por causa da série de confrontos decisivos na Copa do Brasil e também no Campeonato Brasileiro. Isso ficou bem evidente na própria disputa da Copa Verde, quando o Tigre sofreu duas derrotas e não conseguiu marcar gols diante do Brasiliense, que enfrentou o Bolivão duas vezes na última Série C, foi goleado em São Luís e acabou sendo rebaixado ao fim da fase de grupos.

Outro ponto que pode pesar ao Interporto é o pouco ritmo de jogo. Apesar de ter praticamente o mesmo período de preparação do Sampaio, já que iniciou as suas atividades nos primeiros dias de janeiro, o IFC atuou bem menos: mesmo com os amistosos realizados em Goiás, o time tocantinense só teve cinco partidas oficiais em 2014, metade do que o Tricolor maranhense já atuou nesta temporada. Diante do entrosamento maior do adversário, o Interporto pode ter dificuldades.

 Depois de duas derrotas para o Brasiliense, o Interporto foi eliminado de forma precoce da Copa Verde. (Foto: Divulgação / Site oficial do Brasiliense FC)
Depois de duas derrotas para o Brasiliense, o Interporto foi eliminado de forma precoce da Copa Verde. (Foto: Divulgação / Site oficial do Brasiliense FC)

Participações em competições interestaduais

Se depender do desempenho do Interporto em torneios fora do Tocantins, a torcida do Sampaio Corrêa pode respirar aliviada. Afinal de contas, o Tigre não obteve muito sucesso nas cinco disputas regionais e nacionais de sua história. Além da Copa Verde, o Interporto disputou a Copa Centro-Oeste em 1999 e 2000 e não conseguiu passar da primeira fase nas duas edições: na primeira disputa, foi eliminado em um grupo com Gama (DF) e Vila Nova (GO) sem obter sequer uma vitória e caiu na temporada seguinte diante de uma chave com São Mateus (ES), Ubiratan (MS) e Juventude (MT).

Na Copa do Brasil, única competição nacional disputada pelo Tricolor tocantinense, o histórico é ainda mais negativo: em 1999, a equipe foi desclassificada diante do Gama (DF) após uma derrota por 3 a 1 em casa. Já em 2000, uma eliminação traumática: a goleada sofrida por 8 a 0 contra o Bahia foi a maior daquela edição.

Objetivo na Copa do Brasil

Se o desempenho do Interporto fora do Tocantins está longe de ser dos melhores, os seus rivais estão longe de terem campanhas superiores: a última vez que um time do Estado avançou de fase na Copa do Brasil foi em 2004, com uma campanha histórica do Palmas, que eliminou Remo, Nacional (AM) e Gama até cair diante do 15 de Novembro (RS) nas quartas de final. Repetir o desempenho do time da capital e chegar longe na Copa do Brasil é uma missão quase impossível, mas o Interporto almeja eliminar o Sampaio para realizar um importante confronto contra o Palmeiras, possível adversário na segunda fase. Se enfrentar o Verdão, em partida que deve ser disputada na capital Palmas caso venha a ocorrer, o Interporto terá cumprido e bem sua missão na Copa do Brasil.

Artilharia na temporada

Lourival (atacante) e Marcos Paulo (meia) - 2 gols

Fábio Bala (atacante) – 1 gol

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