Série C

Especial: saiba mais sobre o Santa Cruz, finalista da Série C

A equipe pernambucana fará a final da Terceirona contra o Sampaio, a partir de domingo (24).

Gustavo Arruda / Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 12h00
 Dono de uma das torcidas mais fanáticas do Brasil, o Santa Cruz fará a final da Série C contra o Sampaio Corrêa. (Foto: Jamil Gomes / Site oficial do Santa Cruz)
Dono de uma das torcidas mais fanáticas do Brasil, o Santa Cruz fará a final da Série C contra o Sampaio Corrêa. (Foto: Jamil Gomes / Site oficial do Santa Cruz)

SÃO LUÍS – Depois de uma longa caminhada de 24 jogos disputados até agora no Campeonato Brasileiro Série C, o Sampaio Corrêa está a dois passos de conquistar o seu quarto título nacional e o segundo consecutivo, já que conquistou a Série D em 2012. Para coroar a brilhante campanha na Terceirona, onde já garantiu o acesso para a disputa da Série B na próxima temporada, resta ao Bolivão superar mais um adversário: o Santa Cruz.

Também garantidos na Segundona em 2014 e classificados para a final após eliminar Betim e Luverdense, os pernambucanos são donos da melhor campanha da competição e de uma das torcidas mais fanáticas do Brasil. Com estas credenciais, a equipe coral sonha com o seu primeiro título nacional e promete fazer uma final histórica contra o Sampaio. Para informar os torcedores tricolores sobre o adversário, o Imirante Esporte preparou um especial sobre o Santa, como já havia feito nos duelos contra o Macaé, nas quartas de final, e nas semifinais diante do Vila Nova. Confira a primeira parte da série, que terá continuidade neste sábado (23).

A história

Equipe tradicionalíssima do futebol nordestino, o Santa Cruz completará 100 anos de fundação em fevereiro de 2014 e é um dos três gigantes de Pernambuco, ao lado dos rivais Sport e Náutico. Atual tricampeão estadual e segundo maior vencedor do Campeonato Pernambucano, com 27 títulos, o Tricolor viveu a melhor fase de sua história na década de 70, quando faturou sete troféus em Pernambuco e esteve três vezes entre os dez melhores times do Campeonato Brasileiro, com destaque para o quarto lugar obtido em 1975 e também para a artilharia obtida pelo atacante Ramón, na Série A de 1973. Além disso, o Tricolor orgulha-se de ser um dos únicos clubes na história a derrotar a Seleção Brasileira, em 1934.

Depois de alternar temporadas entre as Séries A e B, a equipe pernambucana viveu seu último grande momento em âmbito nacional na temporada de 2005, sendo vice-campeão da Série B e garantindo o direito de jogar o seu primeiro Campeonato Brasileiro na era dos pontos corridos. Porém, após essa conquista, o time coral entrou em queda livre, engatando três rebaixamentos consecutivos e parando na Série D, onde permaneceria por dois anos. A situação mudou em 2011, quando a equipe foi vice-campeã da Série D, conquistou o acesso para a Série C e levantou o Estadual após cinco anos de jejum. Em 2013, o Santa se tornou tricampeão pernambucano e sacramentou sua volta para a Série B, que não disputa desde 2007.

A campanha na primeira fase

Sem ter conquistado o acesso para a Série B na última temporada, era questão de honra para o Santa Cruz, desde o início, fazer uma boa campanha na Terceirona e obter uma vaga em uma divisão superior no ano de seu centenário. Com esse pensamento, o time recifense começou a disputa da Série C com três vitórias e uma derrota em seus primeiros quatro jogos, obtendo a quarta colocação no Grupo A. Porém, apesar da boa largada, o Tricolor perdeu força e venceu apenas um dos cinco compromissos seguintes, incluindo aí uma derrota para o Sampaio, em São Luís, por 3 a 0. Em situação perigosa, o time respondeu com categoria e terminou o primeiro turno com a maior goleada desta edição da Série C: 6 a 0 sobre o Treze (PB), no Arruda.

Mesmo embalado pela goleada diante do Galo da Borborema e por terminar o turno na terceira colocação da chave, uma derrota para o Luverdense, na estreia do returno, mudou os planos na equipe: Sandro Barbosa foi demitido e Vica, recém-demitido do Treze, assumiu o comando técnico. Na sétima colocação da chave e próximo da zona de rebaixamento, o Santa reagiu bem a essa mudança: após o início irregular (uma vitória, um empate e uma derrota), Vica ergueu o Tricolor de volta ao caminho das vitórias. Foram quatro vitórias na reta final e apenas um empate, contra o Sampaio, resultados estes que colocaram o time coral na liderança da chave, de onde não saiu mesmo com a derrota para o Treze na última rodada. Com 56,7% de aproveitamento e com a segunda melhor defesa da chave, o Santa Cruz avançou para enfrentar o Betim.

Desempenho no mata-mata

Antes da batalha pelo acesso, o Santa Cruz teve que lidar, por fora, com a batalha nos bastidores: com problemas judiciais, o Betim (MG), quarto colocado do grupo B e adversário do Tricolor nas quartas de final, chegou a ser eliminado da Série C pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), com o Mogi Mirim (SP) herdando a vaga. O time pernambucano chegou a viajar para o interior paulista, mas não chegou a entrar em campo por causa de uma liminar que restituía os pontos ao Betim.

 Jogadores festejam: diante de 60 mil torcedores, o time coral conquistou o acesso para a Série B após derrotar o Betim no Arruda. (Foto: Jamil Gomes / Site oficial do Santa Cruz)
Jogadores festejam: diante de 60 mil torcedores, o time coral conquistou o acesso para a Série B após derrotar o Betim no Arruda. (Foto: Jamil Gomes / Site oficial do Santa Cruz)

Com a definição final de que os adversários seriam os mineiros, o Santa Cruz mostrou sua força em campo e venceu o primeiro jogo por 1 a 0. No jogo da volta, que contou com o recorde de público da competição (60.040 torcedores presentes no Arruda), a equipe sofreu, mas venceu novamente o time mineiro por 2 a 1 e sacramentou a classificação para as semifinais, além do tão sonhado acesso para a Série B.

Após tirar o peso do acesso das costas, as semifinais foram mais tranquilas para o Santa Cruz. No reencontro com o Luverdense, adversário nas semifinais, a equipe coral conquistou duas vitórias categóricas: 2 a 0 em Lucas do Rio Verde e 2 a 1 em Recife, que manteve o time pernambucano com os 100% de aproveitamento na fase final e o credenciou a disputar a final contra o Sampaio.

Duelos contra o Sampaio Corrêa

Adversários na primeira fase, Sampaio e Santa Cruz fizeram duas partidas, sendo uma em São Luís e a outra em Recife. No primeiro confronto, realizado no dia 3 de agosto, o Tricolor maranhense mostrou a força do estádio Castelão e dominou o Santa: 3 a 0. Os gols foram marcados por Tiago Cavalcanti (2) e Eloir. O resultado manteve o Sampaio na liderança do grupo e jogou o clube coral para a sexta colocação da chave.

 Na primeira fase, Sampaio e Santa Cruz se enfrentaram no Castelão, com vitória maranhense por 3 a 0. (Foto: Biné Morais / O Estado)
Na primeira fase, Sampaio e Santa Cruz se enfrentaram no Castelão, com vitória maranhense por 3 a 0. (Foto: Biné Morais / O Estado)

No returno, as duas equipes se encontraram, desta vez em situações opostas: o Santa Cruz próximo da liderança e o Sampaio precisando de um resultado para não se distanciar dos líderes. Contando com a estreia dos então desconhecidos Lucas e Leandro Kivel, o Bolivão conseguiu segurar o empate sem gols no Arruda e manter vivas as suas chances de classificação para a próxima fase, que só veio na última rodada, diante do Fortaleza. A torcida tricolor, por sua vez, torce para que os bons resultados diante do rival pernambucano sejam mantidos nesta final e que o Sampaio possa levar seu quarto título em uma final que já está sendo chamada de ‘O Clássico das Multidões’. E a primeira batalha será neste domingo (24), no estádio Castelão.

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