''Caça-Níquel''

Polícia Civil deflagra operação contra casa de jogos de azar em São Luís

Operação foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (1º).

Imirante.com, com informações do Rádio Mirante AM

Atualizada em 27/03/2022 às 11h06
Uma das casas de jogos de azar que foi alvo da operação.
Uma das casas de jogos de azar que foi alvo da operação. (Foto: Reprodução / TV Mirante)

SÃO LUÍS - Casas de bingo e máquinas caça-níquel foram fechadas durante uma operação da Polícia Civil do Maranhão, realizada em vários bairros de São Luís, na manhã desta quinta-feira (1º).

Onze pessoas, apontadas como integrantes de uma organização criminosa de jogos clandestinos, são alvo de investigação que teve início há três meses.

Durante a operação, os policiais civis foram a oito endereços onde as investigações apontaram que funcionam como casas de jogos de azar, situados em bairros como Sítio Leal, João Paulo, Olho d’Água, Vila Embratel, Parque Timbira, Cohab, Areinha e outros.

Os imóveis não levantam suspeitas, pois são casas em áreas comerciais, no centro da cidade. Em plena rua Grande, no Centro da capital maranhense, a escadaria, num corredor estreito, levava a uma grande sala de bingos. No local, a polícia desmontou os equipamentos usados nos jogos de azar.

O bingo começava as 14h e ia até a noite. Para atrair frequentadores, eles anunciavam premiações de até R$ 50 mil. "Apesar de funcionar no Centro, você vê que são locais discretos, geralmente só uma porta pequena que dá acesso. São jogadores já conhecidos dos contraventores, então só entram pessoas selecionadas, isso tudo dificulta a identificação por parte da polícia", explica o delegado Luciano Bastos.

Já na na rua de Santaninha, também no Centro, havia mais uma casa onde funcionava outro ponto de contravenção, com o uso de máquinas caça-níquel.

Os equipamentos, segundo a polícia, são programados para que o apostador gaste tudo o que tem, achando que vai ganhar mais na próxima aposta.

"Via de regra as pessoas jogam por conta do vício, mas têm grandes prejuízos financeiros em decorrência do vício no jogo. A probabilidade, em regra, é pra pessoa perder. Então você perde mais do que ganha", destacou o delegado Luciano.

A operação denominada "Caça-Níquel" também foi realizada nas residências de onze pessoas apontadas como proprietárias dos bingos. Elas são suspeitas de integrar uma organização criminosa, que atua na exploração de jogos ilícitos.

Um empresário foi conduzido até Superintendência Estadual de Combate a Corrupção (Seccor). Ele negou qualquer envolvimento com os grupos investigados. Cinco carros de luxo blindados foram apreendidos na casa do empresário.

"Acordei hoje, seis da manhã, com a polícia na porta da minha casa. Adentraram, foram educados, mas trouxeram todos os meus veículos, me acusando de uma coisa que eu nunca fiz", alegou o empresário Wilkson Araujo, abordado durante a operação policial.

A polícia ainda tá fazendo o levantamento de qual valor era movimentado pelas organizações criminosas em São Luís, com as casas de jogos de azar. A investigação também quer descobrir se existe o envolvimento de algum agente público no esquema.

"Saber se tem policiais envolvidos, se policiais pegavam propina com os proprietários dos bingos. E certamente também serão investigados", afirmou o delegado-geral da Polícia Civil, Armando Pacheco.

Segundo a polícia, os investigados devem responder por outros crimes, além da contravenção penal dos jogos ilícitos.
"Envolve o crime organizado, que tá por traz da prática da exploração desse tipo de contravenção penal, e o crime de lavagem de dinheiro. Nós vamos, também, rastrear os valores que são auferidos, a corrupção de agentes públicos também", destacou o delegado Armando Pacheco.

Ouça a reportagem da Rádio Mirante AM:

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