Corrupção

Bolsonaro admite que a corrupção não foi eliminada do governo

Diferente do que falou na ONU, Bolsonaro afirmou que não houve fim da corrupção; segundo ele, diminuiu atos corruptos, mas não acabou

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
Bolsonaro disse ainda que “nada está tão ruim que não possa piorar”
Bolsonaro disse ainda que “nada está tão ruim que não possa piorar” (Bolsonaro chama de idiota)

Brasília

Com o governo bombardeado por denúncias de irregularidades, envolvendo, principalmente, as compras de vacinas contra a Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro admitiu ontem que a corrupção não foi eliminada no seu governo. Durante evento da Caixa Econômica Federal para dar início à programação para lembrar os mil dias de mandato, o chefe do Executivo disse que a corrupção "diminuiu muito" desde que tomou posse.

A declaração destoa do que afirmou o próprio Bolsonaro na 76ª Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU), na última terça-feira. Na ocasião, acompanhada por todo o mundo, o chefe do Executivo chegou a dizer que o Brasil estava há dois anos e oito meses "sem qualquer caso concreto de corrupção".

"Quando se fala em mil dias sem corrupção... Eliminou-se a corrupção? Obviamente que não. Podem acontecer problemas em alguns ministérios? Podem, mas não será da vontade nossa. Nós vamos buscar maneiras de, obviamente, apurar o caso e tomar providências cabíveis com outros poderes sobre aquele possível ato irregular. Mas diminuiu muito a corrupção no Brasil, muito", declarou Bolsonaro, em seu discurso.

"As pressões no passado eram enormes, em governos anteriores. Hoje existem pressões? Existem, mas bem menores", acrescentou, dizendo, ainda, em tom positivo que há hoje um ministério "cada vez mais casando com o Legislativo". O presidente não esclareceu, contudo, se estaria falando de uma pasta específica ou de todo o seu ministério, e também ignorou as dificuldades do Executivo na articulação com o Congresso.

A bandeira do combate à corrupção foi um dos pilares da campanha do atual presidente na eleição de 2018 - chamada por ele de "completamente atípica". "Não vai acontecer nos próximos 100 anos de forma igual", disse Bolsonaro, sem explicar exatamente a qual especificidade se referia. "Estamos acompanhando já os debates antecipados para 2022. Eu sou o melhor? Não. Aqui mesmo, tem dezenas pessoas melhores do que eu, mas quis o destino que caísse o governo, a Presidência ficasse comigo, superando a facada. Uma eleição completamente atípica", acrescentou.

Durante o evento, Bolsonaro ainda fez elogios ao presidente da Caixa, Pedro Guimarães, citando especificamente o auxílio emergencial e os programas de crédito do banco público, e ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, responsável pelas inaugurações de obras. A busca de uma "agenda positiva" vislumbra as eleições de 2022.

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Durante o discurso, Jair Bolsonaro ainda voltou a dizer que não gostaria de ver a gasolina e o dólar nos níveis atuais, mas ressaltou que não resolve tudo sozinho.

"Alguém acha que eu não queria gasolina a R$ 4 ou menos? O dólar a R$ 4,50 ou menos? Não é maldade da nossa parte, é a realidade", disse o presidente. "Tem um ditado que diz "nada está tão ruim que não possa piorar". Não queremos isso", acrescentou.

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