Editorial

De olho na saúde

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15

Neste mês em que se realiza a Semana do Coração uma triste realidade está sendo revelada com base em dados da Arpen-Brasil divulgados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Até terça-feira (14), o Cardiômetro da SBC registrava mais de 283 mil mortes por doenças cardiovasculares no Brasil e a pandemia da Covid-19 pode ter influenciado em parte dos quadros fatais. Isso porque, no decorrer do período de isolamento, as pessoas tiveram dificuldades para seguir os tratamentos, de realizar exames e visitas de rotinas aos especialistas.

A estimativa de mortes ligadas às doenças cardiovasculares no Brasil é de aproximadamente 400 mil por ano, cerca de 30% de todos os óbitos registrados no país, e em torno de 14 milhões de pessoas têm diagnósticos de algum problema cardíaco, de acordo com a SBC. Os números levaram os cardiologistas a dedicar o mês de setembro para conscientizar a população para práticas saudáveis e cuidados com o coração

O excesso de peso, a alimentação ruim e o sedentarismo estão entre os maiores inimigos da saúde cardiovascular. Um estudo publicado recentemente na revista científica Circulation revelou que a redução de apenas 250 calorias por dia, associada a prática de exercícios quatro vezes por semana já é capaz de melhorar significativamente a rigidez da aorta pacientes obesos.

O levantamento aponta o colesterol LDL – lipoproteína de baixa densidade ou colesterol “ruim” – como o principal fator das doenças cardíacas porque, em exagero no organismo – acima de 130 mg/dl (miligramas por decilitro) –, este tipo de gordura, segundo especialistas, pode entupir as artérias responsáveis por levar sangue ao coração, o que resultaria em infartos e AVCs fatais. A gordura “ruim” é encontrada em alimentos de origem animal, como carnes, ovos e leite, ou seja, controlar as taxas de gordura no sangue é fundamental para reduzir os riscos que levam às doenças do coração e que, na maioria das vezes, agem de maneira silenciosa.

É certo que a pandemia, bem como as medidas de isolamento social, podem ter cooperado para a diminuição das práticas esportivas entre os cardíacos que, aliás, e a exemplo de todas as pessoas que enfrentam o coronavírus, estiveram mais frágeis para quadros psicológicos graves, como ansiedades e depressões.

O “pacote de maldades” para o coração ainda tem o tabagismo e o sedentarismo como fatores primordiais de incentivo às doenças crônicas consideradas “gatilhos” para os malefícios cardíacos – a diabetes e a pressão alta.

As questões psicológicas relacionadas à pandemia da Covid-19 são inúmeras. Elas vão desde transtorno de estresse pós-traumático, que ocorre nas pessoas que foram internadas por Covid-19 ou perderam algum ente querido, às condições de transtornos depressivos, de ansiedade, relacionadas aos próprios processos da pandemia, de isolamento social, de perda de emprego, por exemplo. De forma direta ou indiretamente, as doenças cardiovasculares acabam refletindo isso.

Em 2021, a SBC e o Ministério do Turismo desenvolvem atividades online na internet alusivas a 5ª edição do projeto “Movidos pelo Coração”, com apresentações do grupos Corpo, Giramundo, Orquestra Ouro Preto e Instituto Baccarelli e, no dia 29 de setembro, um encontro online realizado com o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), vai discutir estratégias para educação das equipes de Atenção Básica em Saúde dos municípios, no trato das doenças cardiovasculares. A programação completa está no site da SBC.

Em se tratando de pandemia da Covid-19, após duas semanas sem distribuir vacinas, a Fiocruz enviou 1,7 milhões de doses do imunizante Oxford-AstraZeneca ao Ministério da Saúde. A saída ocorreu em duas remessas, uma com 50 mil doses diretamente para o Rio de Janeiro e outra para o governo federal, que distribuirá aos demais estados.

A fundação informou que mais entregas estão previstas para os próximos dias, mas não detalhou a data nem a quantidade. Essas informações serão divulgadas “à medida em que forem concluídas as análises do controle de qualidade", informou a autarquia em nota. Devido ao atraso, alguns estados, como São Paulo, aplicaram o fármaco da Pfizer em pessoas que receberiam a segunda dose da AstraZeneca.


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