Artigo

O ambiente é outro

Edilson Baldez das Neves *

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15

A nossa bela e exuberante Capital completou 409 anos de existência com muita festa e algumas preocupações. Celebrações encantaram os seus habitantes com a difusão da sua história, suas lendas e tradições e também com o pensamento voltado a garantia de melhoramentos tecnológicos e de serviços essenciais para a expansão da cidadania e um projeto para o seu futuro.

Muito se tem dito dos seus tempos de glórias do passado, com a pujança de um rico comércio interno e exportador e a existência de um parque fabril ostentoso que resplendia rótulos de “Manchester brasileira”, pela quantidade de indústrias têxteis espalhadas pela cidade e do ciclo do babaçu que permitiu a instalação de esmagadoras de oleaginosas, produzindo empregos, renda e riquezas para a cidade, circunscrita a quase meio milhão de habitantes.

Fala-se muito de São Luís ser a terra do “já teve”. Estigma que perdurou por longo tempo no imaginário popular até acontecer a mudança do ambiente de negócio com a instalação de plantas do porte do Consórcio Alumar, de um polo cimenteiro de expressão e a fortificação do setor da construção civil com a expansão da cidade rumos aos novos bairros, a orla marítima e aos imensos condomínios populares da grande Ilha, além de tantos outros empreendimentos industriais, comerciais e de serviços e a manutenção das vias de trânsito da cidade.

Hoje, São Luís possui duas mil empresas, emprega 40 mil trabalhadores e gera PIB industrial de R$ 7,46 bilhões, representando 22% da produção de riqueza do município. São indicadores que apontam a grandeza do nosso setor e a sua efetiva participação na economia ludovicense.

Isso foi possível com a atração de capitais que implantaram plantas de processamento de fertilizantes, grandes produtoras de cimento, de bebidas e alimentos, pequenas e médias indústrias no Distrito Industrial e centenas de micros empresas de transformação. Esse conjunto industrial ajuda a cidade a prosperar e expandir o consumo.

Mas, tem um fator que entrava o crescimento da cidade. É o Plano Diretor que está paralisado há bastante tempo e se encontra na Câmara Municipal para ser votado. Algumas alterações propostas, ao longo do tempo (está em tramitação por mais de 10 anos), modificam a poligonal da Zona Urbana na região leste da ilha voltando ao status de Zona Rural. Na região oeste, na área de retroporto, a poligonal da zona urbana sofreu uma pequena modificação que, ao que tudo indica, não prejudicará a área urbana. O PD é um plano com ordenamento legal necessário a construção de um ambiente propício aos novos negócios, oportunizando o crescimento da cidade e, consequentemente, a geração de empregos e melhorias na qualidade de vida da sociedade.

Nesta fase final, torna-se imperativo que os legisladores municipais debrucem-se sobre a matéria, fazendo o alinhamento necessário a aprovação desse conjunto de leis que trará uma feição moderna a São Luís.

Acreditamos que o novo Plano Diretor trará oportunidades para todos os setores produtivos locais e à população, possibilitando a superação dos obstáculos limitadores da atividade industrial do nosso município, proporcionando um ambiente de integração empresarial, e que possa viabilizar a produção industrial competitiva no mercado nacional e internacional

Queremos deixar registrado que a atualização da Lei de Zoneamento é imprescindível para a aplicação do Plano Diretor. Caso medidas não sejam tomadas, continuaremos na mesma situação legal dos últimos anos, gerando grande insegurança jurídica e prejudicando a implantação de novos investimentos e, consequentemente, dificultando o desenvolvimento econômico do estado.

Somente com a aprovação do Plano Diretor poderemos comemorar um novo futuro para a nossa cidade e apagar esse sinal indigno que deixou máculas ao longo de gerações preocupadas com o desenvolvimento econômico da nossa cidade. O Plano Diretor é o planejamento de políticas públicas para as necessidades da cidade.

Agora, nestes novos tempos, é importante registrar que o ambiente é outro e dinâmico. Não dá para viver de glórias do passado.


* Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão-Fiema e vice-Presidente da Confederação Nacional da Indústria -CNI

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