São Luís - Em menos de 72 horas, duas crianças morreram em São Luís, de acordo com a polícia, em razão de atos criminosos que têm os pais como suspeitos. Neste ano, já foram registradas 154 ocorrências de violência, na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), localizada na Av. Beira-Mar. Apenas casos tipificados como maus-tratos somam 47 registros.
Um dos casos ocorreu na madrugada de ontem. Uma criança de oito anos, com deficiência intelectual, morreu carbonizada dentro de sua residência, na Cidade Operária. Ela estava sozinha quando ocorreu a tragédia. A polícia recebeu a denúncia de que um imóvel estava pegando fogo, enquanto uma criança dormia no local.
Policiais militares e os bombeiros constataram clima de pânico ao chegarem ao endereço, e moradores tentando apagar as chamas. Eles disseram para a polícia que a mãe da vítima, Elvanir Nogueira da Silva; e o padrasto, Genílson Pereira Costa, tinham ido comprar cigarro e bebida alcoólica.
A área foi isolada. O incêndio foi controlado pelos bombeiros, mas a casa ficou destruída. Conforme informações da polícia, o corpo da criança foi encontrado carbonizado e foi removido para o Instituto Médico Legal (IML), no Bacanga, para ser autopsiado.
Minutos mais tarde, a mãe da criança e o padrasto chegaram ao local e disseram aos policiais que tinham demorado em razão de terem encontrado conhecidos na rua. Eles também afirmaram que a vítima tinha problemas mentais.
Elvanir da Silva e o seu companheiro foram levados para o Plantão de Polícia Civil da Cidade Operária e vão responder por abandono de incapaz, crime cuja a pena máxima é de 12 anos de prisão.
Na manhã de terça-feira (3), a equipe da Defesa Civil e os peritos do Instituto de Criminalística (Icrim) realizaram uma vistoria no lugar onde ocorreu a tragédia, para saber a causa do incêndio e, pelo menos, dois imóveis foram interditados. O resultado do exame pericial vai ser encaminhado para a Delegacia da Cidade Operária (Decop), que está investigando o caso.
Outra ocorrência
Erivaldo Campelo Marinho e a sua esposa, identificada como Patrícia Almeida da Silva, estão custodiados no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Eles foram presos em flagrante na Vila Vitória, no último dia 1º, suspeitos de maus-tratos contra uma criança de 6 anos.
Erivaldo Campelo é o pai da vítima, cujo corpo foi removido ontem para o IML, para ser autopsiado, em seguida, liberado para os familiares. O caso está sendo investigado pela equipe da DPCA e testemunhas já começaram a ser ouvidas. A polícia aguarda o resultado dos exames periciais.
A polícia informou que a criança vinha sofrendo agressões físicas há mais de 30 dias. No domingo, 1º, Patrícia Almeida contou que a enteada estava brincando com outras duas crianças em uma rede, quando caiu. Logo após, a vítima foi colocada em uma janela e mais uma vez caiu, de uma altura de dois metros. A criança ficou desacordada e foi levada para o Socorrão II, localizado na área da Cidade Operária.
No hospital, a equipe de saúde constatou vários sinais de violência pelo corpo da criança. Havia marcas de queimaduras nos pés e em outras partes do corpo, além de lesões na face e no abdômen, ocasionadas por objetos contundentes. Em razão da gravidade dos ferimentos, a criança foi transferida para o Socorrão I, no Centro, onde foi confirmada sua morte encefálica.
O casal foi preso em flagrante na Vila Vitoria e apresentado na Casa da Mulher Brasileira, no Jaracati. A Secretaria Municipal de Saúde (Semus) informou que a vítima apresentava indícios de queimaduras e lesões na face, tórax, abdômen, membros inferiores, e confirmou sua morte encefálica.
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