Covid-19

Flávio Dino recua e nega mais restrições a bares e restaurantes, por ora

Pelas redes sociais, o comunista deixou claro que as medidas de combate à segunda onda do novo coronavírus no Maranhão não serão endurecidas

Gilberto Léda/ Da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Flávio Dino usou as redes sociais para deixar claro que novas decisões não irão endurecer medidas sanitárias
Flávio Dino usou as redes sociais para deixar claro que novas decisões não irão endurecer medidas sanitárias (Flávio Dino)

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), confirmou ontem, nas redes sociais, mais um recuo da gestão estadual em relação às medidas de combate à segunda onda do novo coronavírus no estado.

Segundo o comunista, pelo menos por ora, não há intenção do Executivo de endurecer medidas sanitárias para o setor de bares e restaurantes.

“Não há, até o presente momento, previsão de mudança de decretos ou protocolos relativos a atividades econômicas no Maranhão. Qualquer mudança, se e quando for imprescindível, será progressiva e antecedida de diálogo”, destacou o governador.

A informação de Dino contradiz entrevista concedida na noite de quarta-feira, 27, pelo secretário de Estado da Indústria e Comércio, Simplício Araújo. À TV Mirante, no JMTV 2, o titular da Seinc havia confirmado que a ideia era elaborar um novo documento, com maiores restrições a bares e restaurantes, e encaminhá-lo ao Ministério Público.

“Vamos voltar a debater com bares e restaurantes, vamos consolidar um novo documento, se assim houver propostas novas, e vamos enviar para o Ministério Público, seguindo a orientação do Ministério Público, para que haja um endurecimento. É necessário nesse momento - que nós não temos, em âmbito nacional, por parte do governo federal, um plano efetivo de vacinação para os próximos meses - que nós mantenhamos essas restrições”, destacou.

Segundo recuo

Este é o segundo recuo do Governo do Maranhão, em uma semana, em temas relacionados ao controle da pandemia de Covid-19.

Em entrevista coletiva na segunda-feira, 25, o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, havia anunciado a proibição de celebração de casamentos, aniversários, batizados ou qualquer outro evento que pudesse provocar a aglomeração de pessoas, no âmbito público ou privado, durante um período de 14 dias.

A decisão alcançaria todos os municípios do estado, independentemente das decisões individuais dos prefeitos.

Houve forte reação de setores da sociedade e de empresários. Menos de seis horas após o anúncio, Carlos Lula utilizou o seu perfil em rede social para suspender a medida. Ele admitiu ter recebido manifestação do segmento de eventos e afirmou que ao longo da semana discutiria o tema junto ao Ministério Público e os “envolvidos”.

Mais

Coerência

O deputado estadual César Pires (PV), em entrevista a O Estado, cobrou coerência e cautela do Governo em medidas que dizem respeito à pandemia do Covid-19. Ele também citou a penalização ao pequeno empresário no período de forte crise econômica e financeira. “É preciso se compreender que, embora se tenha determinadas ações e eu aceito todas como preventivas para evitar a proliferação pandêmica, por outro lado, nós não podemos sacrificar o povo. Recentemente nós vimos estudos que mostram que o pequeno empresário e o assalariado não recupera o seu status do ano de 2019 na próxima década. Ou seja, ele não consegue recuperar por conta de medidas como essa que o governador tomou”, disse.

SES quer providências para evitar aglomerações em SL

O Governo do Maranhão tem-se equilibrado entre a pressão do Ministério Público por mais restrições ao setor de bares e restaurantes, e o lobby de empresários para que não haja endurecimento de medidas.

Na quarta-feira, 27, a Procuradoria Geral de Justiça do Maranhão (PGJ-MA) conduziu reunião com representantes do Executivo estadual, da Defensoria Pública do Estado do Maranhão, da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem), de empresários, de representantes de bares e restaurantes, e de profissionais de eventos e de cerimonial. O objetivo foi debater novas medidas contra aglomerações no Maranhão, especialmente no período de carnaval.

“A Covid está assolando este país de Norte a Sul. Então, em um novo momento da pandemia é necessário tomar medidas para lutar pela saúde e pela vida da população maranhense e ao mesmo tempo preservar a atividade econômica e evitar o desemprego”, destacou o procurador-geral de justiça, Eduardo Nicolau.

Após uma série de debates, com participação do Sindicato dos Bares de São Luís, Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Maranhão, ficou acertado que os representantes dessas categorias vão se reunir com o Executivo estadual, sob a coordenação da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Energia, para sugerir protocolos de funcionamento, seguindo as normas sanitárias, para que o Governo do Maranhão edite novo ato normativo disciplinando o funcionamento de tais estabelecimentos.

Também ficou acertado que o Poder Executivo estadual vai intensificar a fiscalização, junto com o Ministério Público, para coibir eventos irregulares em todo o Maranhão. O novo ato normativo deve ser expedido até o dia 1º de fevereiro pelo Governo do Maranhão. “Nós iremos reavaliar os protocolos existentes hoje para o funcionamento de determinados segmentos e vamos agir com muito zelo para garantir a vida e a economia do nosso estado”, afirmou o secretário de Estado de Indústria, Comércio e Energia, Simplício Araújo.

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