Imunizante

Critério para escolher uma vacina é a ciência, e não nacionalidade, diz OMS

Declaração foi dada após questionamento sobre a decisão de Bolsonaro de cancelar acordo de compra da CoronaVac,vacina contra o coronavírus desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan

Atualizada em 11/10/2022 às 12h18
Margaret Harris, porta-voz da OMS, em vídeo da entidade de 2015
Margaret Harris, porta-voz da OMS, em vídeo da entidade de 2015 (OMS)

NOVA YORK - A Organização Mundial da Saúde escolhe as vacinas que apoia com base em critérios científicos, e não pela nacionalidade da empresa que as desenvolvem, disse na sexta-feira,23, Margaret Harris, porta-voz da entidade, ao ser questionada sobre a decisão de Jair Bolsonaro de não comprar vacinas chinesas.

"Nós escolhemos a ciência. [A questão] não é a respeito da nacionalidade, e essa é a beleza de ser multilateral, esse é o ponto da ONU. Nós escolhemos a ciência e deveremos escolher a melhor vacina. E como se sabe, não vamos apoiar nenhuma vacina até que seja provado que ela teve o mais alto padrão de segurança e o nível certo de eficácia."

No começo desta semana, o Ministério da Saúde anunciou um protocolo de intenção de compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, a vacina contra o coronavírus desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.

Na quarta-feira (20), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que ordenou o cancelamento do acordo.

Politização da vacina

Em entrevista, a vice-diretora-geral da OMS, Mariângela Simão, disse que das 10 vacinas em estados avançados de pesquisa, 4 são chinesas, uma é russa e cinco outras são de multinacionais.

"O Brasil tem condições de avaliar, por meio da Anvisa, porque uma vacina não pode entrar no mercado antes de terminar a fase 3", disse ela.

"Hoje o mundo depende de muitos produtos farmacêuticos que são oriundos da China: muitos dos princípios ativos farmacêuticos, boa parte das plantas, das fábricas de produção, por exemplo, antibióticos são chinesas, vêm da China."

Há politização em torno do tratamento da Covid-19, mas o importante, segundo a vice-diretora-geral da OMS, é que a autoridade sanitária (no caso brasileiro, a Anvisa), esteja atenta.

Antiviral

A agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos (FDA) deu um importante passo no combate à pandemia e aprovou oficialmente o antiviral remdesivir para tratar pacientes em casos moderados e graves de Covid-19. Desta forma, o fármaco intravenoso se torna o primeiro e único tratamento totalmente liberado no país. Antes, ele já havia sido autorizado para uso emergencial.

O remdesivir reduz o tempo de recuperação de pacientes hospitalizados, indicaram estudos. Os pacientes com a doença na forma moderada e grave apresentam rápida melhora no trato respiratório e redução da febre. O medicamento terá o custo de 390 dólares por frasco. Há testes com o antiviral também no Brasil.

Medida eficaz

Já os pesquisadores da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, analisaram diversas medidas tomadas por 131 países para tentar reduzir a propagação da Covid-19. O estudo levou em conta a redução da taxa de contágio depois da adoção da norma e o aumento desse índice após seu relaxamento.

Segundo a pesquisa, a proibição de eventos públicos foi a providência que mais evitou a transmissão da doença (24%). O fechamento de escolas e de locais de trabalho causou uma redução de 15% e 13%, respectivamente, 28 dias após sua introdução. Já a restrição da circulação de pessoas e a quarentena tiveram um impacto menor: 7% e 3%. Contudo, o estudo revelou que a eficácia dessas medidas sobe quando tomadas em conjunto.

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