A onda de violência na Ilha de São Luís, mesmo com as ações ostensivas nas últimas horas e prisões registradas, ainda persiste. Na tarde de ontem (27), por volta das 15h, um homem identificado até o fechamento desta edição como “João Parceiro”, de idade não revelada, foi assassinado com vários tiros na Avenida Litorânea. A polícia, horas após o crime, trabalhava com a hipótese de que o homicídio havia sido motivado por “briga entre facções”.
Com isso, desde o dia 19 deste mês, a Região Metropolitana registra – com base em levantamento feito por O Estado a partir de informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP) – 18 mortes violentas. Sobre o crime mais recente – que aconteceu em frente a sede do Batalhão de Bombeiros Marítimo (BBMar) do Calhau, segundo populares, quatro homens em duas motos perseguiram a vítima até a área usada para caminhada na via.
Após os disparos, de forma imediata, homens do policiamento do Batalhão de Turismo e do Choque perseguiram os suspeitos e os renderam na área do prolongamento da Avenida Litorânea. Minutos após a primeira prisão, outros dois homens também suspeitos de participação no crime foram conduzidos. Com os presos, foram apreendidas três armas de fogo.
A polícia trabalhava, desde cedo, com a informação de que haveria crime envolvendo facção criminosa na Avenida Litorânea. No entanto, apesar da mobilização dos responsáveis pela segurança, o crime aconteceu. Como a polícia estava de sobreaviso, as prisões foram feitas de forma rápida.
O crime chamou a atenção dos frequentadores da orla, que estava lotada na hora do crime, apesar das medidas de restrição sanitária. Nas redes sociais, algumas pessoas que passavam instantes após o assassinato no local alertavam para a insegurança no trecho.
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A maioria dos crimes, ainda de acordo com a polícia, dos últimos dias está relacionado com a guerra de faccionados. Somente durante a noite de quinta-feira (24) até o período da manhã de sexta-feira (25), o registro foi nove mortes violentas e, entre as vítimas, o policial militar Ricardo Sousa Pinheiro, de 35 anos. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou, que as forças de segurança estão tomando medidas mitigadoras para conter essa onda de violência na Região Metropolitana.
Ainda durante a noite de quinta-feira (24) ocorreram mais três assassinatos quase no mesmo horário. De acordo com a polícia, um dos casos foi registrado 22h30, na Vila Luizão e teve como vítima Theco Ryan de Sousa Goulart, Biu, de 18 anos. Ele ainda foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Araçagi, mas chegou sem vida.
O outro homicídio ocorreu às 22h32, no bairro Cohab-Anil III e a vítima foi identificada como Maicon Almeida Silva, de 22 anos. A polícia informou que ele foi morto a tiros em plena via pública desferidos por faccionados e tinha passagem pela Justiça.
O terceiro assassinato aconteceu às 22h40, no Novo Aurora, área do Cohatrac, e a vítima foi José Luís Lisboa de Aquino, de 29 anos. De acordo com a polícia, José Aquino foi assassinado na porta de sua residência e o irmão dele, Luís Cláudio, idade não revelada, foi baleado na perna e levado para o Socorrão II, localizado na área da Cidade Operária.
Cronologia das mortes violentas
Dia 19: Francisco Carlos da Silva Teixeira, de 37 anos
Dia 20: Natanael Soares Santos, de 41 anos
Dia 21: José Ryan de Sousa Salazar, de 19 anos; Carlos Eduardo Pereira Costa, de 15 anos; um adolescente, de 14 anos
Dia 23: Kleiton César Monteiro Rodrigues, de 19 anos; Luís Guilherme Mendes Araújo, de 19 anos; Natanael Mendes Rodrigues, de 28 anos.
Dia 24: Ruberval Pacheco de Matos, de 43 anos; Wilker Xavier Silva, de 18 anos; Tchelo Ryan de Sousa Goulart, de 18 anos; Maicon Almeida Silva, de 22 anos; José Luís Lisboa de Aquino, de 29 anos; Ricardo Sousa Pinheiro, de 35 anos
Dia 25: Artur Henrique Nascimento de Santana, de 15 anos; Cleyson Garcia Barros, idade não revelada; e Hudson Garcês Costa, de 18 anos;
Dia 27: “João Parceiro”, de idade não revelada;
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